A Cadeia do Espinhaço em Minas Gerais, sudeste do Brasil, é reconhecida como centro de endemismo de Bromeliaceae, principalmente nos campos rupestres, onde as condições edafo-climáticas são severas. O objetivo deste estudo foi estender o conhecimento sobre as Bromeliaceae da Serra da Piedade localizada no extremo sul da Cadeia do Espinhaço onde predomina a ocorrência de afloramentos ferruginosos. O estado de conservação e a distribuição espacial foram analisados, bem como, a similaridade florística de bromélias entre diferentes localidades com afloramentos rochosos. Na Serra da Piedade foram encontradas 25 espécies, sendo a subfamília Tillandsioideae a mais representativa. Dentre as espécies, 27% são exclusivas de campos rupestres e 73% ocorreram tanto nos afloramentos rochosos quanto nos habitats florestais. As espécies de bromélias na área de estudo necessitam de muita atenção, pois duas espécies estão vulneráveis (Racinaea aerisincola e Vriesea minarum), cinco espécies em perigo e três espécies em perigo crítico de extinção. Os baixos valores do índice de Jaccard apontaram uma dissimilaridade entre a flora de bromélias de diferentes localidades com afloramentos quartzíticos e ferruginosos da Cadeia do Espinhaço. A Serra da Piedade apresenta uma flora de bromélias exclusiva, a qual está ameaçada pela mineração e extrativismo, sendo necessária uma ação imediata para sua conservação.
conservação; campos rupestres; afloramentos ferruginosos; Bromeliaceae