Resumo
Pteris congesta, uma espécie endêmica e ameaçada de extinção, foi investigada para identificar diferenças morfológicas entre suas folhas estéreis e férteis. Revelamos que há dimorfismo foliar tanto morfológico como também nos padrões de crescimento entre as folhas férteis e estéreis. Os pecíolos das folhas estéreis crescem de forma equivalente às lâminas e alcançam a expansão foliar completa em um mês. Em contraste, as folhas férteis alongam mais que o dobro do tamanho das lâminas foliares e permanecem fechadas nos primeiros 30 dias. A germinação de esporos foi realizada em solos estéreis e não estéreis, e esporófitos juvenis foram cultivados para permitir comparações morfológicas com aqueles coletados na natureza. Um mês após a semeadura, os esporos germinaram em ambos os solos resultando em filamentos germinativos unisseriados do tipo Vittaria que se diferenciaram em gametófitos laminares, formando um prótalo do tipo Ceratopteris. A primeira folha do esporófito emergiu dois meses após a semeadura, e seu desenvolvimento foi concluído um mês depois. Com base em nossos estudos, propomos que mudas cultivadas a partir de esporos germinados no solo possam ser utilizadas para a reintrodução de espécies de samambaias ameaçadas de extinção.
Palavras-chave:
Mata Atlântica; conservação; gametófito; desenvolvimento do esporófito; germinação de esporos