Resumo
O Brasil está entre os países que mais utiliza agrotóxicos no mundo. Essas substâncias químicas provocam modificações indesejáveis nos ecossistemas, destacando a contaminação de espécies florestais nativas não alvo, através da deriva. Os transtornos causados pelos agrotóxicos extrapolam os danos ambientais, sendo considerados problema de saúde pública. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do glifosato nas trocas gasosas foliares, pigmentos fotossintéticos e morfoanatomia de plântulas de Eugenia dysenterica. Foram analisadas a toxicidade visual, as características fisiológicas e morfoanatômicas de E. dysenterica, expostas a concentrações de 0, 550, 1110 e 2220 g a.e. ha-1 do glifosato. Os resultados apontam que o herbicida causou toxicidade nas folhas em todos os tratamentos. Redução da fotossíntese (A), condutância estomática (gs) e da transpiração (E) aos 47 DAA, também foram identificados. O glifosato causou danos às estruturas anatômicas das folhas de E. dysenterica. Diante dos dados analisados é possível afirmar que plantas de E. dysenterica são sensíveis a ação do glifosato. Sintomas visíveis como clorose e necrose na borda foliar são indicadores que podem ser utilizados pelas comunidades rurais como alerta do risco de contaminação.
Palavras-chave:
biomonitoramento; Cagaita; Cerrado; toxicidade