Resumo
Introdução
A expansão rápida da maxila (RME) reduz o risco de desenvolvimento de distúrbios estruturais e funcionais no sistema estomatognático.
Objetivo
Analisar os efeitos desta intervenção como tratamento para a mordida cruzada posterior, relacionados à ocorrência de ruídos nas articulações temporomandibulares e à atividade eletromiográfica dos músculos masseter e temporal anterior.
Material e método
13 meninas e 7 meninos, independentemente do tipo de maloclusão, com idade média de 9 anos (±3), foram tratadas com RME. Por meio de eletrovibratografia analisou-se ruídos nas articulações temporomandibulares, e de eletromiografia de superfície a atividade dos músculos mastigatórios antes (T0) e após 3 meses do final do tratamento proposto (T1). As comparações entre os lados afetado e não afetado pela mordida cruzada foram realizadas utilizando-se o teste de Mann-Withney. As comparações de antes e após o tratamento foram realizadas pelo teste de Wilcoxon (nível de significância: 5%).
Resultado
Não houve diferença significativa na eletrovibratografia entre os lados afetado e não afetado pela mordida cruzada, tanto em T0 como em T1 (p>0.05); do lado sem mordida cruzada observou-se diminuição do pico de amplitude dos ruídos articulares após a expansão rápida da maxila (p<0.05). Na análise da eletromiografia estática foram observadas diferenças inter-lados antes e após o tratamento, uma vez que a mastigação deliberada unilateral apresentou maior atividade de assimetria em T0 para ambos os lados, o que foi corrigido após o tratamento (p<0.05), melhorando a mastigação funcional padrão.
Conclusão
O tratamento proposto para mordida cruzada posterior funcional não levou à ocorrência de ruídos articulares e melhorou o padrão funcional da atividade eletromiográfica durante a mastigação ao final do tratamento.
Descritores:
Mordida cruzada posterior; expansão rápida da maxila; ortodontia interceptativa; mastigação; eletromiografia de superfície; ruído articular