Resumo
Introdução
A Síndrome de Ardência Bucal (SAB) é uma condição caracterizada pelo sintoma de ardência na mucosa oral na ausência de qualquer sinal clínico. Sua etiologia ainda é desconhecida e, até o momento, não dispõe de tratamento efetivo.
Objetivo
Avaliar o perfil do paciente portador de SAB, as terapias instituídas e seus resultados em estudo retrospectivo.
Material e método
Foram coletados os dados clínicos e terapêuticos dos prontuários de pacientes diagnosticados com SAB, no período de janeiro de 2013 a abril de 2015, no Ambulatório da Disciplina de Estomatologia Clínica da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Os critérios para o diagnóstico utilizados se basearam nos estabelecidos pela International Headache Society em 2013 e foram observadas as terapêuticas empregadas e seus resultados.
Resultado
Doze pacientes foram diagnosticadas com SAB neste período, todas do sexo feminino, média de idade 61,18 anos, e a principal região acometida pelo sintoma de ardor foi o ápice de língua. O tempo de duração deste sintoma variou de 6 meses a 25 anos. As terapias utilizadas para o controle de sintomas da SAB foram capsaicina, clonazepan tópico, laserterapia e homeopatia. Dentre as terapias instituídas, a capsaicina apresentou efeito imediato na redução dos sintomas.
Conclusão
O presente estudo demonstrou que os desafios que circundam a obtenção de um tratamento efetivo para a SAB são diversos e estão principalmente relacionados ao desconhecimento da etiopatogenia da doença. O perfil demográfico dos pacientes aqui estudados foi semelhante ao descrito na literatura disponível, entretanto, as variáveis representadas por sintomas secundários (história médica, níveis de ansiedade e depressão) podem constituir fatores modificadores da resposta terapêutica e da própria etiopatogenia da doença.
Descritores:
Síndrome da Ardência Bucal; tratamento; dor neuropática