Resumos
Avaliou-se o efeito de um dentifrício contendo bicarbonato de sódio na contagem de estreptococos do grupo mutans (EM), acidogenicidade e composição da placa dental. Vinte e três voluntários escovaram os dentes 3 vezes ao dia, com formulações fluoretadas (1.500 ppm F), contendo, ou sílica (SÍLICA), ou carbonato de cálcio (CARBONATO), ou carbonato de cálcio mais bicarbonato de sódio (CARB/BICAR), num delineamento duplo cego cruzado, com 3 etapas de 30 dias. No 28º dia, 8 a 12 horas após a última escovação, foi realizada a contagem de estreptococos do grupo mutans na saliva (EMS). No 30º dia (após 2 dias, nos quais os voluntários bochecharam 3 vezes/dia uma suspensão do dentifrício em água, e 6 vezes/dia sacarose a 10%), analisou-se na placa dental, após 10 a 12 horas do último bochecho de dentifrício: a) contagem de mutans (EMP); b) polissacarídeos álcali solúveis (PSA); c) flúor solúvel em ácido (FSA); d) pH no tempo zero (T0), após 5 minutos de bochecho com sacarose (T5), calculando-se o <FONT FACE="Symbol">D</font>pH (T0-T5). Os resultados (média + erro padrão) para SÍLICA, CARBONATO e CARB/BICAR foram respectivamente:1) EMS (x106 UFC/ml saliva) = 11,43 + 7,62 A; 2,33 + 1,04 A; 2,07 + 1,10 A; 2) EMP (x106 UFC/mg placa) = 0,099 + 0,095 A; 0,027 + 0,018 A; 0,007 + 0,003 A; 3) PSA (<FONT FACE="Symbol">m</font>g/mg placa) = 6,89 + 0,62 AC; 8,46 + 0,80 AB; 6,11 + 0,59 C; 4) FSA ((<FONT FACE="Symbol">m</font>g/g placa) = 36,67 + 10,10 A; 48,12 + 19,23 A; 52,21 + 15,12 A; 5) T0 = 6,72 + 0,12 A; 6,88 + 0,13 A; 6,65 + 0,11 A; 6) T5 = 5,61 + 0,13 A; 5,71 + 0,13 A; 5,70 + 0,12 A; 7) <FONT FACE="Symbol">D</font>pH = 1,12 + 0,11 A; 1,17 + 0,11 A; 0,95 + 0,10 A, sendo que médias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nível de 5% de significância. Os resultados demonstram que, embora o dentifrício contendo bicarbonato de sódio tenha apresentado, coletivamente, uma tendência a influenciar positivamente nos diversos fatores relacionados à cárie dental, não diferiu significantemente dos dentifrícios contendo carbonato de cálcio ou sílica como abrasivo.
Dentifrícios; Placa dentária; Bicarbonato de sódio; Flúor
This investigation evaluated the effect of a fluoride baking soda-containing dentifrice on mutans streptococci counting, acidogenicity and composition of dental plaque. Twenty-three volunteers brushing their teeth 3 times a day, tested 3 formulations of fluoride (1500 ppm F), containing or sodium bicarbonate (12%) associated with calcium carbonate (CARB/BICAR), or calcium carbonate (CARBONATE), or silica (SILICA), in a double blind crossover trial, done in 3 phases of 30 days each. On the 28th day, 8-10 hours after the last brushing, a counting of mutans streptococci in saliva (SMS) was made. On the 30th day (after 48 hours during which the subjects were instructed to rinse with a slurry of toothpaste/water 3 times a day and sucrose 10% 6 times a day), the effect was analyzed in dental plaque, 10-12 hours after the last rinse: a) mutans streptococci (PMS); b) polysaccharide alkali-soluble (ASP); c) acid-soluble F (ASF) and d) pH in T0 (T0), 5 min. after cariogenic challenge (T5), calculating<FONT FACE="Symbol"> D</font>pH (T0 - T5). The results (mean + SE) according to the treatments with dentifrices SILICA, CARBONATE and CARB/BICAR, were respectively: 1) SMS (x 106 UFC/mL saliva) = 11.43 + 7.62 A; 2,33 + 1.04 A; 2.07 + 1.10 A; 2) PMS (x 106 UFC/mg) = 0.099 + 0.095 A; 0.027 + 0.018 A; 0.007 + 0.003 A; 3) ASP (<FONT FACE="Symbol">m</font>g/mg) = 6.89 + 0.62 AC; 8.46 + 0.80 AB; 6.11 + 0.59 C; 4) ASF (<FONT FACE="Symbol">m</font>g/g) = 36.67 + 10.10 A; 48.12 + 19.23 A; 52.21 + 15.12 A; 5) T0 = 6.72 + 0.12 A; 6.88 + 0.13 A; 6.65 + 0.11 A; 6) T5 = 5.61 + 0.13 A; 5.71 + 0.13 A; 5.70 + 0.12 A; 7) <FONT FACE="Symbol">D</font>pH = 1.12 + 0.11 A; 1.17 + 0.11 A; 0.95 + 0.10 A. Means followed by the same letter do not differ significantly (P < 0.05). The data show that although the baking soda-containing dentifrice demonstrated, collectively, a trend to influence positively the various factors of dental caries, it did not differ significantly from SILICA and CARBONATE dentifrices.
Dentifrice; Sodium bicarbonate; Dental plaque; Fluorine
Bioquímica
Efeito de um dentifrício fluoretado contendo bicarbonato de sódio na contagem de estreptococos do grupo mutans, acidogenicidade e composição da placa dental
Effect of a fluorated dentifrice containing baking soda on mutans counting, acidogenicity and dental plaque composition
Rosa Fernanda IGNÁCIO*
Paulo Edelvar Corrêa PERES**
Jaime Aparecido CURY***
IGNÁCIO, R. F.; PERES, P. E. C.; CURY, J. A. Efeito de um dentifrício fluoretado contendo bicarbonato de sódio na contagem de estreptococos do grupo mutans, acidogenicidade e composição da placa dental. Rev Odontol Univ São Paulo, v. 13, n. 1, p. 43-49, jan./mar. 1999.
Avaliou-se o efeito de um dentifrício contendo bicarbonato de sódio na contagem de estreptococos do grupo mutans (EM), acidogenicidade e composição da placa dental. Vinte e três voluntários escovaram os dentes 3 vezes ao dia, com formulações fluoretadas (1.500 ppm F), contendo, ou sílica (SÍLICA), ou carbonato de cálcio (CARBONATO), ou carbonato de cálcio mais bicarbonato de sódio (CARB/BICAR), num delineamento duplo cego cruzado, com 3 etapas de 30 dias. No 28º dia, 8 a 12 horas após a última escovação, foi realizada a contagem de estreptococos do grupo mutans na saliva (EMS). No 30º dia (após 2 dias, nos quais os voluntários bochecharam 3 vezes/dia uma suspensão do dentifrício em água, e 6 vezes/dia sacarose a 10%), analisou-se na placa dental, após 10 a 12 horas do último bochecho de dentifrício: a) contagem de mutans (EMP); b) polissacarídeos álcali solúveis (PSA); c) flúor solúvel em ácido (FSA); d) pH no tempo zero (T0), após 5 minutos de bochecho com sacarose (T5), calculando-se o DpH (T0-T5). Os resultados (média + erro padrão) para SÍLICA, CARBONATO e CARB/BICAR foram respectivamente:1) EMS (x106 UFC/ml saliva) = 11,43 + 7,62 A; 2,33 + 1,04 A; 2,07 + 1,10 A; 2) EMP (x106 UFC/mg placa) = 0,099 + 0,095 A; 0,027 + 0,018 A; 0,007 + 0,003 A; 3) PSA (mg/mg placa) = 6,89 + 0,62 AC; 8,46 + 0,80 AB; 6,11 + 0,59 C; 4) FSA ((mg/g placa) = 36,67 + 10,10 A; 48,12 + 19,23 A; 52,21 + 15,12 A; 5) T0 = 6,72 + 0,12 A; 6,88 + 0,13 A; 6,65 + 0,11 A; 6) T5 = 5,61 + 0,13 A; 5,71 + 0,13 A; 5,70 + 0,12 A; 7) DpH = 1,12 + 0,11 A; 1,17 + 0,11 A; 0,95 + 0,10 A, sendo que médias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nível de 5% de significância. Os resultados demonstram que, embora o dentifrício contendo bicarbonato de sódio tenha apresentado, coletivamente, uma tendência a influenciar positivamente nos diversos fatores relacionados à cárie dental, não diferiu significantemente dos dentifrícios contendo carbonato de cálcio ou sílica como abrasivo.
UNITERMOS: Dentifrícios; Placa dentária; Bicarbonato de sódio; Flúor.
INTRODUÇÃO
Várias categorias de agentes químicos têm sido utilizadas no controle químico da placa, através de estratégias que visem a redução da adesão bacteriana, inibição do crescimento e proliferação dos microrganismos na superfície do dente, inibição da formação da matriz intercelular da placa, modificação da atividade bioquímica da placa e modificação da ecologia da placa para uma microbiota menos patogênica18.
O bicarbonato de sódio tem sido usado recentemente em formulações de dentifrícios, tendo sido demonstrada sua ação antimicrobiana in vitro contra estreptococos do grupo mutans19,23. Entretanto, estudos de contagem de mutans em ratos mostram resultados divergentes8,21, assim como aqueles obtidos quando a ação do bicarbonato de sódio foi testada contra a cárie3,8,12,15,16,25,26,27.
O objetivo deste estudo foi avaliar clinicamente o efeito do bicarbonato de sódio nos diversos fatores relacionados ao desenvolvimento da cárie dental, através da contagem de estreptococos do grupo mutans, determinação do pH mediante desafio cariogênico, dosagem de polissacarídeos insolúveis e flúor na placa dental.
MATERIAL E MÉTODO
Delineamento experimental - Vinte e três indivíduos adultos, residentes em região de água com 0,7 ppm F, idade entre 15 e 46 anos (24 + 6,5), em bom estado de saúde bucal e geral, participaram do estudo, tendo assinado um termo de consentimento no qual foram esclarecidos quanto aos possíveis riscos a que se submetiam ao participar do experimento. Os dentifrícios testados foram entubados em bisnagas laminadas codificadas, tendo a composição apresentada no Quadro 1. Os tubos foram pesados antes e depois de cada etapa do experimento e as escovas trocadas a cada cruzamento. Os voluntários, divididos em 3 grupos, foram submetidos aos diferentes tratamentos, num delineamento experimental do tipo duplo cego cruzado. O estudo foi realizado em 3 períodos de 30 dias, sendo que os voluntários compareceram para coleta de material e medida do pH de placa no 28º e 30º dias. Entre cada período de 30 dias, foi dado um intervalo de uma semana, no qual foi usado o dentifrício contendo sílica como abrasivo (SÍLICA), assim como no período pré-experimental (10 dias antes do início do experimento).
Coleta das amostras - No 28º dia de cada cruzamento, com o voluntário em jejum e sem ter escovado os dentes (8 a 10 horas após a última escovação), foi realizada a coleta de saliva. O voluntário mastigou um pedaço de goma base (de 1,5 g) para estimular a formação de saliva, por um período de 3 minutos. A saliva produzida foi mantida à temperatura de 4°C até o seu processamento, que ocorreu no máximo em 4 horas. Após a coleta de saliva, a escovação dos dentes foi interrompida por 2 dias. Nesse período, os voluntários bochecharam solução de sacarose a 10%, seis vezes ao dia, por 1 minuto, para estimular a formação de placa. O dentifrício usado no cruzamento foi preparado na forma de suspensão (1 parte de dentifrício para 3 partes de água) e bochechado 3 vezes ao dia, também por 1 minuto, após as principais refeições. No 30º dia, após 48 horas sem escovar os dentes, no período da manhã e com o voluntário em jejum (10 a 12 horas após o último bochecho de dentifrício), foi realizada a coleta de placa dental. O material foi coletado no lado esquerdo do paciente, na região interproximal, faces vestibular e lingual das coroas, tanto na maxila quanto na mandíbula, de forma a caracterizar uma amostra representativa dos diversos sítios da cavidade bucal. A placa coletada para contagem microbiana teve seu peso úmido determinado, sendo adicionada de tampão fosfato 0,07 M pH 7,0, contendo salina 0,9% (PBS), e mantida à temperatura de 4°C até o seu processamento, que ocorreu no período máximo de 4 horas. A placa coletada para as dosagens bioquímicas teve seu peso úmido determinado, sendo congelada até o seu processamento.
Contagem de estreptococos do grupo mutans -O material coletado (saliva e placa) foi diluído em tampão PBS, agitado e semeado em meio Mitis Salivarius Bacitracina - MSB (20% sacarose/bacitracina 200U/l). As placas semeadas foram incubadas em estufa com atmosfera de 10% de PCO2, a 37°C por 48 horas. Após o período de incubação, as unidades formadoras de colônia foram contadas e os resultados foram expressos em UFCs x 106/ml saliva e UFCs x 106/mg placa.
Acidogenicidade in vivo da placa - A medição do pH de placa foi realizada no 30º dia de cada cruzamento, imediatamente após a coleta de placa. Usou-se um microeletrodo de paládio (MEPH3 Dental Beetrode), inserido no espaço interproximal dos dentes pré-molares, no lado oposto ao da coleta da placa. A medição foi feita na maxila e na mandíbula (média de pH), no tempo zero (T0) e 5 minutos (T5) após os voluntários terem bochechado uma solução de sacarose a 10%.
Dosagens bioquímicas - Para as dosagens de polissacarídeo álcali solúvel e de flúor solúvel em ácido, a extração dos constituintes da placa dental foi realizada adicionando-se à placa ácido clorídrico 0,5 M, como descrito por CURY et al.6 (1997). Para a análise de flúor solúvel em ácido (FSA) foi utilizado um potenciômetro Orion Research EA 940 com eletrodo específico para fluoreto Orion 9609, sendo os resultados expressos em mgF/g de placa (peso úmido). Os polissacarídeos álcali solúveis (PSA) foram dosados segundo a metodologia de DUBOIS et al.6 (1956). As amostras foram lidas a 490 nm no espectrofotômetro Beckman Du 70 e os resultados foram obtidos em mg polissacarídeo/mg de placa (peso úmido).
Capacidade tampão in vitro dos dentifrícios - A capacidade tampão dos dentifrícios foi determinada através de titulação dos dentifrícios com HCl 1,0 M, e o pH inicial dos dentifrícios foi determinado potenciometricamente. Foram preparadas 2 suspensões, na proporção 1:3 do dentifrício em água. Uma das 2 suspensões foi centrifugada (12.000 g/20 minutos centrífuga Beckman J2-21), sendo analisado o sobrenadante. A outra foi analisada diretamente.
Análise estatística - Empregou-se um processo não paramétrico para realizar a análise de variância em um nível de 5% de significância, para os dados obtidos da contagem de estreptococos do grupo mutans na saliva e placa dental, sendo que a seguir foram feitas comparações múltiplas pelo método de contraste. Para os demais resultados, utilizou-se processo paramétrico, com análise de variância em um nível de 5% de significância seguido do Teste de Tukey para comparações múltiplas.
RESULTADOS
Os resultados do presente trabalho são apresentados nas Tabelas 1 e 2. Para a contagem de estreptococos do grupo mutans na saliva, apesar do dentifrício fluoretado contendo bicarbonato de sódio e carbonato de cálcio (CARB/BICAR) ter apresentado a menor média de contagem microbiana (2,07 + 1,10 x 106 UFC/ml saliva), observa-se que não há diferença estatística, em um nível de 5% de significância, do dentifrício fluoretado contendo apenas carbonato de cálcio (CARBONATO), que apresentou média de 2,33 + 1,04 x 106 UFC/ml saliva, ou do dentifrício fluoretado contendo sílica como abrasivo (SÍLICA), que apresentou valores de 11,43 + 7,62 x 106 UFC/ml saliva. Igualmente, observa-se que não há diferença significante (a um nível de 5% de confiança) entre o dentifrício com carbonato de cálcio e o dentifrício contendo sílica como abrasivo.
- Média e erro padrão dos valores obtidos após tratamento com os dentifrícios contendo sílica (SÍLICA), carbonato de cálcio (CARBONATO) e carbonato de cálcio mais bicarbonato de sódio (CARB/BICAR)
- Média e desvio padrão dos valores de pH inicial e volume de HCl 1,0 M gasto, dos dentifrícios contendo sílica (SÍLICA), carbonato de cálcio (CARBONATO) e carbonato de cálcio mais bicarbonato de sódio (CARB/BICAR), na suspensão e sobrenadante
Os resultados referentes à contagem de estreptococos do grupo mutans na placa após o uso dos dentifrícios mostram que, apesar de o dentifrício fluoretado contendo bicarbonato de sódio e carbonato de cálcio (CARB/BICAR) ter apresentado a menor média de contagem microbiana (0,007 + 0,003 x 106 UFC/mg placa), observa-se que não há diferença estatística, em um nível de 5% de significância, do dentifrício fluoretado contendo apenas carbonato de cálcio (CARBONATO), que apresentou média de 0,027 + 0,018 x 106 UFC/mg placa, ou do dentifrício fluoretado contendo sílica como abrasivo (SÍLICA), que apresentou valores de 0,099 + 0,095 x 106 UFC/mg placa). Igualmente, observa-se que não há diferença significante (nível de 5% de confiança) entre o dentifrício com carbonato de cálcio e o dentifrício contendo sílica como abrasivo.
Para acidogenicidade da placa, observa-se não haver diferença entre qualquer dos dentifrícios nos tempos T0, T5 ou D (T0 - T5), embora haja uma tendência em um menor valor de diferença de pH entre o T0 e o T5, para o dentifrício CARB/BICAR.
Com relação aos dados de concentração de polissacarídeos álcali solúveis, observa-se que o dentifrício contendo bicarbonato de sódio mais carbonato de cálcio (CARB/BICAR) apresentou a menor concentração de polissacarídeos insolúveis, ou seja, 6,11 + 0,59 mg/mg placa. Essa diferença é significante quando CARB/BICAR é comparado ao dentifrício contendo apenas carbonato de cálcio (CARBONATO), que apresentou valores de 8,46 + 0,80 mg polissacarídeo/mg placa, mas não é significante quando comparado ao dentifrício contendo sílica (SÍLICA), que apresentou valores de 6,89 + 0,62 mg/mg placa. Não há diferença entre o dentifrício contendo sílica e o dentifrício contendo carbonato de cálcio, em um nível de 5% de significância.
Os resultados da concentração de flúor solúvel em ácido na placa dental demonstram que, apesar de o dentifrício contendo bicarbonato de sódio mais carbonato de cálcio (CARB/BICAR) promover maior concentração de flúor solúvel em ácido na placa (52,21 + 15,12 mg F-/g placa), não diferiu significantemente do dentifrício contendo sílica (SÍLICA), que apresentou valores de 36,67 + 10,10 mg/g ou carbonato de cálcio (CARBONATO), com 48,12 + 19,23 mg/g, conforme ilustrado na Tabela 1. Da mesma forma, observa-se não haver diferença entre o dentifrício contendo sílica e o dentifrício contendo carbonato de cálcio, a um nível de 5% de significância.
A Tabela 2 apresenta os dados obtidos da determinação do pH inicial e capacidade tampão dos dentifrícios em suspensão e após centrifugação da suspensão (do sobrenadante). Observa-se que o dentifrício com maior capacidade tampão é o dentifrício contendo bicarbonato de sódio e carbonato de cálcio (CARB/BICAR), tanto para o dentifrício em suspensão (pH inicial igual a 8,5 + 0,11 e 24,6 + 0,2 ml de HCl 1,0 M gastos na titulação) quanto para o sobrenadante da suspensão (pH inicial igual a 8,73 + 0,18 e 4,6 + 0,1 ml de HCl 1,0 M gastos na titulação), quando comparado ao dentifrício contendo apenas carbonato de cálcio (CARBONATO) com pH inicial de 9,48 + 0,14 e 22,9 + 0,3 ml de HCl 1,0 M para suspensão do dentifrício, e pH de 9,21 + 0,13 e 0,4 + 0,1 ml de HCl 1,0 M para sobrenadante da suspensão. O dentifrício contendo sílica não possui praticamente nenhuma capacidade tampão, com valores de pH inicial igual a 6,75 + 0,07 e 0,3 + 0,1 ml de volume gasto de HCl 1,0 M, para dentifrício em suspensão, e pH inicial de 6,75 + 0,14 e 0,3 + 0,1 ml de HCl 1,0 M para sobrenadante. Comparando-se os dados, pode-se constatar que a capacidade tampão do dentifrício com carbonato de cálcio é muito maior quando a determinação é feita com a suspensão do dentifrício do que quando se usa o seu sobrenadante. O mesmo pode ser dito do dentifrício contendo bicarbonato de sódio e carbonato de cálcio, ou seja, a capacidade tampão do dentifrício encontra-se reduzida quando se analisa apenas o sobrenadante da suspensão.
DISCUSSÃO
Os resultados obtidos para contagem microbiana mostram não haver diferença significante entre os tratamentos SÍLICA, CARBONATO e CARB/BICAR. Estes resultados divergem de estudos de atividade antimicrobiana in vitro do bicarbonato contra os estreptococos do grupo mutans19,21,23; contudo, tais estudos devem ser vistos com reserva, uma vez que os modelos experimentais utilizados não refletem o que ocorre na cavidade bucal, são estáticos, não possuindo a dinâmica dos fluidos orais. Segundo POLLOCK et al.21 (1984) o bicarbonato de sódio reduz a contagem de microrganismos cariogênicos em ratos. Já GRANT et al.8 (1989) verificaram não haver diferença significante na redução da contagem de S. sobrinus ou de S. mutans entre a aplicação tópica de um dentifrício fluoretado convencional, formulações à base de NaHCO3 (com ou sem flúor) e água desmineralizada. LEGIER-VARGAS et al.13 (1995) avaliaram clinicamente a redução da contagem de estreptococos do grupo mutans na saliva, comparando dois dentifrícios contendo NaHCO3 (um fluoretado e outro não) com um dentifrício placebo sem bicarbonato e sem flúor, concluindo que os dentifrícios contendo bicarbonato de sódio foram melhores que o placebo, não havendo diferença estatística entre eles. A concentração de bicarbonato usada pelos autores em ambos os dentifrícios foi de 65%, o que poderia explicar a efetividade na redução dos microrganismos cariogênicos, já que a concentração utilizada neste estudo foi de 14%. Outra questão a ser considerada é que, embora a duração de cada cruzamento tenha sido a mesma para ambos os estudos (28 dias), os autores avaliaram o efeito imediato dos dentifrícios, pois a coleta de saliva foi realizada por volta de 2 horas após a última escovação, enquanto o objetivo do presente estudo foi o de avaliar o efeito residual dos dentifrícios testados (a última escovação ocorreu na noite anterior, 8 a 10 horas antes da coleta de saliva). Esse fato sugere que, apesar de o dentifrício contendo bicarbonato de sódio ser um efetivo tampão in vitro (Tabela 2), sendo solúvel em água, é rapidamente eliminado, não permanecendo tempo suficiente na cavidade bucal para exercer o seu efeito antimicrobiano.
Em acréscimo, a utilização do bochecho de sacarose 6 vezes ao dia para estimular a formação de placa pode ter produzido ácido em grande quantidade, sobrepujando qualquer efeito alcalinizante do bicarbonato que pudesse resultar numa modificação do predomínio ecológico dos estreptococos do grupo mutans sobre os outros microrganismos da placa.
Com relação à acidogenicidade da placa, os resultados obtidos indicam não haver diferença nos valores de pH da placa dental entre os 3 dentifrícios testados, antes ou depois do bochecho com sacarose, ou seja, a adição de substâncias alcalinizantes como o carbonato de cálcio ou o bicarbonato de sódio não modifica o pH da placa dental, quando comparado a um dentifrício contendo sílica como abrasivo. Esses dados conflitam com aqueles obtidos in vivo por DUKE7 (1986) e por TAHMASSEBI et al.24 (1994), para formulações contendo carbonato de cálcio, e divergem também dos resultados obtidos in vitro por MACPHERSON et al.17 (1991) ; DAWES5 (1996), para formulações contendo bicarbonato de sódio. Os estudos clínicos de MURPHY et al.20 (1990), YASKELL et al.29 (1996); BANOCZY2 (1997) verificaram um efeito compensador do bicarbonato de sódio na queda de pH da placa dental até por volta de 60 minutos após o uso do bicarbonato. No presente estudo, o pH no T0 foi medido após 10 a 12 horas do último bochecho e os resultados indicam não haver efeito residual dos dentifrícios contendo bicarbonato de sódio e/ou carbonato de cálcio sobre o pH de placa, pois os valores iniciais de pH não foram maiores que os do dentifrício à base de sílica, apesar de in vitro terem apresentado melhor capacidade tampão. Mais uma vez, a ausência de substantividade do NaHCO3, devido à sua solubilidade, e a magnitude do desafio cariogênico usado para estimular a formação de placa, poderiam explicar os resultados encontrados. Uma vez que os valores de pH no T0 foram semelhantes para os três dentifrícios testados, seria lógico esperar também não haver diferença nos valores de pH obtidos após o bochecho de sacarose, como de fato ocorreu.
BACCA et al.1 (1996), usando um modelo in situ de glicólise de placa constatou que um dentifrício contendo 0,243% de NaF foi significativamente mais efetivo em reduzir a glicólise que uma formulação contendo NaHCO3/H2O2 e 0,243% de NaF. SAGEL et al.22 (1996) verificaram que um dentifrício contendo bicarbonato apresentou menor período de latência para a glicólise. Nestas circunstâncias, poderia ser considerada a possibilidade de menor quantidade de sacarose estar disponível na placa para a síntese de polissacarídeos insolúveis, os quais são sintetizados quase que exclusivamente a partir de sacarose. Uma vez que os estudos de POLLOCK et al.21 (1984) relataram a capacidade do bicarbonato de sódio em promover a lise bacteriana, uma outra questão a ser considerada seria a possibilidade de o processo de lise (ocorrido durante o curto período em que o bicarbonato exerceu seu efeito na placa) ter interferido com a síntese de polissacarídeos insolúveis, já que a enzima responsável pela sua produção, a glucosiltransferase, é uma enzima de membrana14. O estudo de HASHIZUME et al.10 (1996) mostrou não haver diferença na concentração de polissacarídeos insolúveis na placa, para dentifrícios fluoretados contendo ou não NaHCO3, tendo sílica como abrasivo.
Os resultados encontrados para concentração de flúor solúvel em ácido na placa dental estão de acordo com os encontrados por HASHIZUME et al.10 (1996) que verificaram que a adição de bicarbonato de sódio a um dentifrício fluoretado, contendo sílica como abrasivo, não altera a concentração de flúor na placa. Considerando-se que a atuação dos dentifrícios fluoretados no processo de des-re também pode ser vista como uma conseqüência da concentração de flúor na placa dental, pode-se levar em conta os resultados de diversos estudos in situ de des-re9,10,11,28,30 realizados com dentifrícios contendo bicarbonato de sódio e flúor (proveniente de MFP ou de NaF ) que não verificaram um efeito aditivo do NaHCO3 na capacidade de dentifrícios fluoretados inibirem a desmineralização e/ou ativarem a remineralização do esmalte dental.
CONCLUSÃO
Embora o dentifrício fluoretado contendo bicarbonato de sódio a 14% tenha apresentado, coletivamente, uma tendência a influenciar positivamente nos diversos fatores relacionados à cárie dental, como contagem de estreptococos do grupo mutans, acidogenicidade da placa na presença de desafio cariogênico, concentração de polissacarídeos insolúveis e concentração de flúor solúvel em ácido na placa dental, essa diferença não alcançou nível de significância estatística, quando comparada aos dentifrícios contendo carbonato de cálcio ou sílica como abrasivo.
AGRADECIMENTOS
Aos voluntários pelo espírito científico por participarem deste trabalho. À Professora Doutora Rosana Pereira Parente, da Universidade do Amazonas, pela análise estatística. À Kolynos do Brasil, pelas facilidades que permitiram a realização deste trabalho, parte do Mestrado em Odontologia-Farmacologia da FOP-UNICAMP realizado pelo primeiro autor.
IGNÁCIO, R. F.; PERES, P. E. C.; CURY, J. A. Effect of a fluorated dentifrice containing baking soda on mutans counting, acidogenicity and dental plaque composition. Rev Odontol Univ São Paulo, v. 13, n. 1, p. 43-49, jan./mar. 1999.
This investigation evaluated the effect of a fluoride baking soda-containing dentifrice on mutans streptococci counting, acidogenicity and composition of dental plaque. Twenty-three volunteers brushing their teeth 3 times a day, tested 3 formulations of fluoride (1500 ppm F), containing or sodium bicarbonate (12%) associated with calcium carbonate (CARB/BICAR), or calcium carbonate (CARBONATE), or silica (SILICA), in a double blind crossover trial, done in 3 phases of 30 days each. On the 28th day, 8-10 hours after the last brushing, a counting of mutans streptococci in saliva (SMS) was made. On the 30th day (after 48 hours during which the subjects were instructed to rinse with a slurry of toothpaste/water 3 times a day and sucrose 10% 6 times a day), the effect was analyzed in dental plaque, 10-12 hours after the last rinse: a) mutans streptococci (PMS); b) polysaccharide alkali-soluble (ASP); c) acid-soluble F (ASF) and d) pH in T0 (T0), 5 min. after cariogenic challenge (T5), calculating DpH (T0 - T5). The results (mean + SE) according to the treatments with dentifrices SILICA, CARBONATE and CARB/BICAR, were respectively: 1) SMS (x 106 UFC/mL saliva) = 11.43 + 7.62 A; 2,33 + 1.04 A; 2.07 + 1.10 A; 2) PMS (x 106 UFC/mg) = 0.099 + 0.095 A; 0.027 + 0.018 A; 0.007 + 0.003 A; 3) ASP (mg/mg) = 6.89 + 0.62 AC; 8.46 + 0.80 AB; 6.11 + 0.59 C; 4) ASF (mg/g) = 36.67 + 10.10 A; 48.12 + 19.23 A; 52.21 + 15.12 A; 5) T0 = 6.72 + 0.12 A; 6.88 + 0.13 A; 6.65 + 0.11 A; 6) T5 = 5.61 + 0.13 A; 5.71 + 0.13 A; 5.70 + 0.12 A; 7) DpH = 1.12 + 0.11 A; 1.17 + 0.11 A; 0.95 + 0.10 A. Means followed by the same letter do not differ significantly (P < 0.05). The data show that although the baking soda-containing dentifrice demonstrated, collectively, a trend to influence positively the various factors of dental caries, it did not differ significantly from SILICA and CARBONATE dentifrices.
UNITERMS: Dentifrice; Sodium bicarbonate; Dental plaque; Fluorine.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Recebido para publicação em 14/01/98
Reformulado em 21/08/98
Aceito para publicação em 05/12/98
Referências bibliográficas
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
02 Dez 1999 -
Data do Fascículo
Jan 1999
Histórico
-
Aceito
05 Dez 1998 -
Recebido
14 Jan 1998 -
Revisado
21 Ago 1998