RESUMO
Objetivo:
Avaliar os resultados dos exames utilizados para identificar a sensibilização IgE-mediada ao Aspergillus fumigatus em pacientes com fibrose cística.
Métodos:
Estudo transversal descritivo com amostra de conveniência de 86 pacientes com fibrose cística, acompanhados em Serviço de Referência de Fibrose Cística de hospital universitário terciário. Realizaram-se exames para avaliar sensibilização ao A. fumigatus em pacientes com fibrose cística: IgE sérica total, contagem de eosinófilos sanguíneos, identificação do fungo por swab de orofaringe ou por cultura de escarro, IgE sérica específica e testes cutâneos de hipersensibilidade imediata. Foram comparados os resultados dos diferentes exames realizados.
Resultados:
Em 33 (38,4%) pacientes com fibrose cística, com faixa etária de 1 a 33 anos (mediana de 8 anos), os resultados dos exames sobre sensibilização IgE mediada ao A. fumigatus foram: em 16 pacientes, aumento de IgE sérica específica (>0,35 kU/L); em 23, positividade aos testes cutâneos; e seis mostraram sensibilização a partir dos dois exames. Foram observados dois pacientes com eosinofilia (>1.000 eosinófilos/mm3) e sete com aumento de IgE sérica total (>1.000 UI/mL), sem que esses apresentassem positividade aos testes cutâneos ou aumento de IgE específica ao A. fumigatus. Em nenhum paciente foi isolado A. fumigatus no swab de orofaringe e/ou na cultura de escarro.
Conclusões:
Concluímos que, entre os exames para avaliar a sensibilização ao A. fumigatus na fibrose cística, são necessários os teste cutâneos de hipersensibilidade imediata e a dosagem de IgE sérica específica ao A. fumigatus. A eosinofilia sérica e a cultura de secreções respiratórias não foram essenciais neste estudo.
Palavras-chave:
Aspergillus fumigatus; Fibrose cística; Testes Cutâneos; IgE; Aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA)