RESUMO
Objetivo:
Identificar a forma mais efetiva de contato, como possibilidade de intervenção, para diminuir o absenteísmo em consultas de crianças com suspeita ou com tuberculose pulmonar.
Métodos:
Ensaio clínico randomizado com coleta de dados prospectiva, entre março de 2017 e fevereiro de 2018. Os pacientes foram aleatorizados em três grupos para relembrar a consulta: contato telefônico; mensagens curtas (SMS) ou WhatsApp; e nenhuma intervenção. Amostra de conveniência, com nível de significância de 5%.
Resultados:
Incluídas 78 crianças, mediana de idade quatro anos (zero a 14); 59,0% em tratamento para infecção latente e 6,4% com tuberculose ativa; 74,4% moravam em Curitiba, Paraná; 62,8% residiam com ambos os pais; 38,5% dos pais possuíam emprego formal e 47,4% das mães eram do lar; 50,8% dos pais e 55,7% das mães possuíam mais de nove anos de estudo; em 78,2% das famílias a renda per capita foi de até 0,5 salário mínimo; 27,3% estavam inscritas em programas sociais; e 28,2% residiam em casa cedida. Foram 238 intervenções: 85 (35,7%) por contato telefônico, 78 (32,8%) por mensagem de texto (WhatsApp 97,2%) e 75 (31,5%) sem nenhum contato adicional. Nas características sociodemográficas e culturais estudadas não houve diferença estatística. O absenteísmo foi de 24,0% e o abandono, de 16,7%. Lembrar o responsável previamente à consulta, independente da intervenção (p=0,021) e especificamente por mensagem por WhatsApp (p=0,032) foi associado ao não absenteísmo, porém não associado ao abandono.
Conclusões:
O uso de novas ferramentas, como o aplicativo WhatsApp, pode reduzir o absenteísmo, diminuir a possibilidade de abandono no seguimento e melhorar o desfecho do tratamento de crianças com tuberculose, seja a infecção ou a doença.
Palavras-chave:
Tuberculose; Criança; Recusa do paciente ao tratamento; Absenteísmo