RESUMO
Objetivo:
Identificar e mapear o tempo de exposição das famílias às telas durante a pandemia de COVID-19 e associá-lo com a frequência de consumo alimentar das crianças.
Métodos:
Trata-se de um estudo transversal, realizado com pais ou responsáveis de crianças de dois a nove anos de idade por meio de um questionário online. Participantes responderam a perguntas sobre dados socioeconômicos, hábitos familiares de uso de telas e consumo alimentar das crianças.
Resultados:
Participaram da pesquisa 517 pais ou responsáveis. A mediana de idade em que as crianças foram expostas pela primeira vez às telas foi de seis meses (intervalo interquartil: 1–12 meses). A média de horas durante as quais as crianças e os responsáveis ficavam expostos aos aparelhos eletrônicos foi de 3,9±2,3 e 9,0±2,9, respectivamente. Sobre o consumo de alimentos, 60,9% dos responsáveis e 54,3% das crianças tinham o hábito de realizar refeições em frente às telas. Além disso, o consumo de petiscos fora do horário das refeições, durante o uso de telas, foi frequente em ambos os grupos.
Conclusões:
Crianças de dois a nove anos estão expostas excessivamente às telas e o consumo de refeições ou petiscos durante o uso dos aparelhos é frequente. Diante das demandas atuais da pandemia, entende-se a importância do uso dos eletrônicos, porém reforça-se a necessidade de educar as famílias em relação à importância de limitar o uso de telas, especialmente durante as refeições, e de monitorar o conteúdo das atividades com telas, pois essa exposição pode influenciar a alimentação e repercutir no estado nutricional e na saúde das crianças.
Palavras-chave:
Tempo de tela; Consumo alimentar; Criança; COVID-19; Pais