RESUMO
Objetivo:
Examinar a relação linfócitos-neutrófilos, amplitude de distribuição de hemácias e volume médio de plaquetas em pacientes com convulsão febril, e determinar seu papel na classificação de convulsão febril.
Métodos:
Este foi um estudo retrospectivo de base hospitalar realizado com pacientes de 5 a 72 meses admitidos com convulsão febril. Crianças que tiveram convulsões febris em razão de infecção do trato respiratório superior foram incluídas no estudo. As crianças foram divididas em dois grupos: convulsões febris simples e complexas. Pacientes com história de Status epiléptico febril, convulsões prévias, uso de drogas antiepilépticas ou outras drogas crônicas, com focos de infecção que não a do trato respiratório superior, parâmetros bioquímicos anormais e doenças crônicas mentais ou físicas foram excluídos do estudo. Os achados clínicos e laboratoriais dos pacientes foram obtidos a partir dos prontuários médicos digitais.
Resultados:
Registros de 112 pacientes com convulsão febril foram revisados: 89 com convulsões febris simples e 23 com complexas. Embora não tenha havido diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos em termos de valor médio de amplitude de distribuição de hemácias (p=0,703), a relação linfócitos-neutrófilos e o volume médio de plaquetas foram significativamente mais elevados em pacientes com convulsões febris simples (p=0,034, p=0,037; respectivamente).
Conclusões:
Este estudo mostrou que a relação linfócitos-neutrófilos e o volume médio de plaquetas podem ser marcadores clínicos práticos e de baixo custo para a classificação de convulsão febril. Um resultado semelhante não pôde ser alcançado para a amplitude de distribuição de hemácias neste estudo. Esses achados devem ser apoiados por estudos multicêntricos com grandes amostras.
Palavras-chave:
Convulsões febris; Neutrófilos linfócitos; Volume médio de plaquetas