RESUMO
Objetivo:
Avaliar a prevalência e os fatores associados ao tabagismo em adolescentes com fissura de lábio e/ou palato.
Métodos:
Estudo de corte transversal, desenvolvido em um hospital público e terciário brasileiro entre novembro de 2018 e agosto de 2019. Foram incluídos adolescentes com idade entre 12 e 19 anos, submetidos previamente às cirurgias de queiloplastia e/ou palatoplastia. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista, guiada por questionários referentes a questões sociodemográficas, uso e fatores associados ao tabagismo. Para a análise estatística, utilizaram-se os testes: exato de Fisher, qui-quadrado, t de Student e regressão logística bivariada, todos com nível de significância de 5% (p ≤ 0,05).
Resultados:
Participaram 102 adolescentes. A prevalência do tabagismo foi de 20,6% (n=21). Possuir fissura de lábio e palato associou-se ao tabagismo (p=0,012). A análise bivariada mostrou que não namorar (p=0,001; OR=0,19) e possuir habitação própria (p=0,032; OR=0,33) configuraram fatores de proteção para o ato de ser tabagista, enquanto acreditar que fumar facilita a interação com os jovens ou com o grupo de amigos (p=0,043; OR=2,95), ter amigos que usam bebida alcoólica (p=0,002; OR=8,40), ter amigos que usam drogas, exceto o cigarro (p=0,002; OR=5,33), usar bebida alcoólica (p<0,001; OR=10,67) e iniciação sexual (p<0,001; OR=7,00) associaram-se a ser tabagista.
Conclusões:
Pelo conhecimento do perfil dos adolescentes mais vulneráveis ao uso do tabaco, é possível planejar e programar ações educativas e preventivas.
Palavras-chave:
Tabaco; Tabagismo; Hábito de fumar; Adolescente; Fissura palatina; Fenda labial