RESUMO
Objetivo:
Verificar mudanças no estado nutricional de crianças com câncer antes e após o tratamento quimioterápico e avaliar a correlação entre diluição de óxido de deutério, análise de impedância bioelétrica (BIA) e dados antropométricos.
Métodos:
Quatorze crianças (entre 5,6 e 13,6 anos de idade) foram incluídas e classificadas como tendo tumores hematológicos ou sólidos. A composição corporal foi medida pelo óxido de deutério, impedância bioelétrica e medidas antropométricas antes da primeira quimioterapia e após três e seis meses de terapia.
Resultados:
Os pacientes do grupo de tumores hematológicos aumentaram o peso, a estatura, o índice de massa corporal, a circunferência da cintura, quadril e braço, dobra cutânea subescapular e a massa gorda com a técnica de diluição isotópica durante o tratamento quimioterápico. No grupo de tumores sólidos, as crianças mostraram uma redução na massa magra quando avaliadas por análise de impedância. Houve uma correlação positiva entre a dobra cutânea tricipital e a massa gorda determinadas pela análise de impedância e pelo óxido de deutério. A circunferência muscular do braço correlacionou-se com a massa magra estimada pela análise de impedância e pelo óxido de deutério.
Conclusões:
Pacientes com tumores hematológicos tiveram aumento no peso corporal, estatura e massa gorda, o que não foi observado naqueles com tumores sólidos. A boa correlação entre a antropometria (dobra cutânea tricipital e circunferência muscular do braço), a diluição do óxido de deutério e a análise da impedância bioelétrica mostra a aplicabilidade da antropometria na prática clínica.
Palavras-chave:
Composição corporal; Câncer; Criança; Antropometria; Impedância bioelétrica; Óxido de deutério