RESUMO
Objetivo:
Estimar a tendência temporal das taxas de incidência de acidentes com animais peçonhentos em crianças e adolescentes no Brasil.
Métodos:
Foi realizado um estudo ecológico de séries temporais, entre 2007 e 2019. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). As séries temporais das taxas de incidência com animais peçonhentos foram estratificadas por faixa etária (crianças de 0 a 9 anos e adolescentes de 10 a 19 anos), macrorregiões brasileiras (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul) e tipo de acidente (serpente, escorpião, aranha e lagarta). Para análise de tendência, foi utilizado o modelo de Prais-Winsten e calculada a variação percentual anual das taxas (Annual Percentage Change — APC).
Resultados:
As séries históricas da taxa de incidência de acidentes com animais peçonhentos em crianças e adolescentes das macrorregiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste e em crianças da macrorregião Sul apresentaram tendência ascendente. As taxas de incidências anuais médias foram maiores na faixa etária de 10 a 19 anos, exceto na macrorregião Sul. Os acidentes com escorpiões, serpentes e aranhas, nesta ordem, foram os mais frequentes; as tendências das séries históricas estratificadas por tipo de animal variaram conforme a macrorregião.
Conclusões:
Houve tendência ascendente na taxa de incidência de acidentes com animais peçonhentos em crianças e adolescentes no Brasil, exceto nos adolescentes da macrorregião Sul do país.
Palavras-chave:
Animais venenosos; Vigilância em saúde pública; Vigilância epidemiológica; Incidência; Acidentes