RESUMO
Objetivo: Estimar, em uma população brasileira, a magnitude da associação entre o transtorno do espectro do autismo (TEA) e os fatores pós-natais.
Métodos: Estudo de caso controle realizado com 253 indivíduos com diagnóstico do TEA e 886 sem sinais do transtorno. Foi aplicado um questionário semiestruturado e adotou-se o modelo de regressão logística múltipla na análise dos dados. Para estimar a magnitude das associações, utilizou-se a razão de chances (Odds Ratio - OR) bruta e ajustada.
Resultados: Encontrou-se associação de TEA com os seguintes fatores: ter nascido com má-formação congênita (OR 4,24; intervalo de confiança de 95% - IC95% 1,92-9,34), icterícia neonatal (OR 1,43; IC95% 1,01-2,02), ausência de choro ao nascer (OR 1,97; IC95% 1,20-3,23) e episódio de convulsão na infância (OR 5,75; IC95% 3,37-9,81). A magnitude da associação foi maior nas crianças/adolescentes que tiveram duas ou mais complicações pós-natais (OR 6,39; IC95% 4,10-10,00).
Conclusões: Os achados do presente estudo sugerem que má-formação, icterícia neonatal, ausência de choro ao nascer e episódios de convulsão na infância são fatores importantes a serem considerados ao estudar a etiologia do TEA.
Palavras-chave: Autismo; Fatores de risco; Criança; Recém-nascido