RESUMO
Objetivo:
Avaliar o tracking da aptidão cardiorrespiratória da infância à adolescência, bem como testar a via de moderação pela maturação somática.
Métodos:
A amostra foi composta de 375 crianças (197 meninos), com idades entre 7 e 10 anos na linha de base. Os sujeitos foram acompanhados por três anos. Massa corporal e estatura foram mensuradas como indicadores antropométricos e usadas para estimar a maturação somática pelo método de Moore. Aptidão cardiorrespiratória foi avaliada pelo teste de 9 minutos de corrida. Adiposidade corporal foi estimada pelo método de dobras subcutâneas, com medidas das dobras tricipital e subescapular, além de ter sido utilizada como covariável. A amostra foi categorizada em tercis, e então o coeficiente Kappa (k) e o coeficiente de correlação de concordância de Lin (LCCC) foram adotados para verificar estabilidade. Foram criadas variáveis dummy nas regressões para estimar o efeito de moderação. Todas as análises foram conduzidas no Stata 14.0, adotando p<0,05.
Resultados:
A aptidão cardiorrespiratória apresentou tracking baixo a moderado da infância para a adolescência (k=0,294; LCCC=0,458). Além disso, o status de maturação moderou significativamente a associação entre aptidão cardiorrespiratória na infância e adolescência (independentemente da coorte e adiposidade) em meninos (β=0,644; p<0,003) e na amostra total (β=0,184; p<0,020), mas não em meninas (-0,217; p=0,413).
Conclusões:
O tracking da aptidão cardiorrespiratória da infância à adolescência é baixo a moderado em ambos os sexos. Ainda, o estado maturacional moderou a associação entre aptidão cardiorrespiratória na infância e adolescência. Menor idade do pico de velocidade de crescimento foi associada à maior aptidão cardiorrespiratória.
Palavras-chave:
Puberdade; Aptidão física; Maturidade sexual; Atividade motora; Adolescente