RESUMO
Objetivo: Analisar a associação isolada e combinada do tempo excessivo de tela e inatividade física com a autopercepção negativa de saúde, de acordo com o sexo, em adolescentes estudantes.
Métodos: Estudo transversal conduzido em 2.517 adolescentes amazonenses, os quais foram questionados sobre a autopercepção de saúde: “Como você considera a sua saúde?”, dicotomizada em positiva (excelente, boa) e negativa (regular, ruim, péssima). Informações sobre sexo, faixa etária, renda familiar, atividade física e tempo excessivo de tela (assistindo TV, usando o computador ou jogando videogame) foram coletadas mediante questionário autoadministrado. Aqueles classificados, simultaneamente, como fisicamente inativos (<60 min/dia) e com tempo excessivo de tela (>2 horas/dia) foram considerados com dois fatores de risco. Os dados foram analisados utilizando-se a regressão logística binária.
Resultados: Dois em cada dez adolescentes apresentaram autopercepção negativa de saúde. Após o ajuste pelas variáveis idade e renda familiar, não foram observadas, no sexo feminino, associações da inatividade física e do tempo excessivo de tela, de maneira isolada ou agrupada, com a autopercepção negativa de saúde. No sexo masculino, a percepção negativa de saúde foi associada com os níveis insuficientes de atividade física (odds ratio — OR: 2,39; intervalo de confiança — IC95% 1,03–5,59) e com o acúmulo de dois fatores de risco (OR: 1,61; IC95% 1,10–2,34).
Conclusões: Ser insuficientemente ativo e associar a inatividade física com tempo excessivo de tela tornam-se fatores de exposição à percepção negativa em saúde de meninos adolescentes.
Palavras-chave: Autoavaliação diagnóstica; Adolescentes, Atividade física; Epidemiologia; Fatores de risco