RESUMO
Objetivo:
Identificar e caracterizar a população de casos pediátricos encaminhados para o nosso centro de oxigenoterapia hiperbárica.
Métodos:
Estudo retrospetivo e observacional, que incluiu doentes pediátricos tratados com oxigenoterapia hiperbárica, de 2006 a 2021, no centro de referência de medicina hiperbárica do norte de Portugal. As variáveis de interesse foram extraídas dos processos clínicos eletrônicos.
Resultados:
O nosso estudo incluiu 134 casos. Os motivos de encaminhamento mais frequentes foram intoxicação por monóxido de carbono (n=59) e surdez súbita neurossensorial (n=41). Em 75 casos (56%) o tratamento foi iniciado em contexto de urgência. Os sintomas de apresentação à admissão variaram entre os diferentes casos, sendo os mais frequentes cefaleias e náuseas/vômitos. No que diz respeito à intoxicação por monóxido de carbono, as fontes mais comuns foram o aquecedor, lareira/braseiro e caldeira. Com relação aos efeitos adversos, foram identificados um caso de intoxicação por oxigênio e quatro casos de barotrauma do ouvido médio.
Conclusões:
A causa mais frequente de encaminhamento foi a intoxicação por monóxido de carbono. Todos os pacientes evoluíram favoravelmente e foram registrados poucos efeitos adversos, o que enfatiza a segurança desta terapia. Uma vez que a maioria dos pediatras pode não estar informada sobre os potenciais benefícios da oxigenoterapia hiperbárica, é de extrema importância promovê-los para que esta técnica seja cada vez mais implementada.
Palavras-chave:
Pediatria; Oxigenoterapia hiperbárica; Emergência pediátrica; Carboxiemoglobina