RESUMO
Objetivo:
Identificar diferenças clínicas e laboratoriais entre pacientes pediátricos hospitalizados com doença falciforme infectados ou não por SARS-CoV-2 e comparar o hemograma completo de pacientes com doença falciforme infectados por SARS-CoV-2 antes da hospitalização e durante a admissão.
Métodos:
Coorte prospectiva unicêntrica, cujos dados foram coletados em prontuários de pacientes pediátricos internados com doença falciforme, menores de 18 anos, infectados ou não com SARS-CoV-2, desde a primeira visita ao hospital até a alta e desde a última consulta médica. Todos os pacientes foram testados para SARS-CoV-2 pela transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase em tempo real.
Resultados:
Dos 57 pacientes pediátricos com doença falciforme internados de março a novembro de 2020 em um hospital universitário brasileiro, 11 (19,3%) apresentaram resultado positivo para SARS-CoV-2. Pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 apresentaram maior prevalência de comorbidades do que aqueles não infectados (63,6 vs. 30,4%; p=0,046). Durante a internação hospitalar, não foram encontradas diferenças clínicas ou laboratoriais entre os grupos. Houve diminuição da contagem de eosinófilos na admissão hospitalar em pacientes com doença falciforme infectados pelo SARS-CoV-2 (p=0,008).
Conclusões:
Pacientes pediátricos hospitalizados com doença falciforme infectados pelo SARS-CoV-2 apresentaram mais comorbidades e diminuição da contagem de eosinófilos entre a admissão hospitalar e a última consulta médica.
Palavras-chaves:
Doença falciforme; Pediatria; SARS-CoV-2; Hemácias; Eosinófilos