RESUMO
Objetivo:
Analisar a incidência e os fatores de risco associados à colestase em recém-nascidos com gastrosquise.
Métodos:
Estudo de coorte retrospectivo em um único centro terciário, que analisou 181 recém-nascidos com gastrosquise entre 2009 e 2020. Foram examinados os seguintes fatores de risco associados à colestase: idade gestacional, peso ao nascer, tipo de gastrosquise, fechamento com silo ou fechamento imediato, dias de uso nutrição parenteral, tipo de emulsão lipídica, dias de jejum, dias para atingir a dieta completa, dias com cateter venoso central, presença de infecções e desfechos.
Resultados:
Dos 176 pacientes avaliados, 41 (23,3%) evoluíram com colestase. Baixo peso ao nascer (p=0,023), prematuridade (p<0,001), emulsão lipídica com triglicerídeos de cadeia média e triglicerídeos de cadeia longa (p=0,001) e óbito (p<0,001) foram associados à colestase. Na análise multivariada, os pacientes que receberam emulsão lipídica com óleo de peixe em vez da emulsão diária de triglicérides de cadeia média/triglicérides de cadeia longa (MCT/LCT) apresentaram menor risco de colestase.
Conclusões:
Nosso estudo mostra que a emulsão lipídica com óleo de peixe está associada a menor risco de colestase em neonatos com gastrosquise, porém este é um estudo retrospectivo, e um estudo prospectivo deve ser realizado para confirmar os resultados.
Palavras-chaves:
Gastrosquise; Nutrição parenteral; Colestase; Recém-nascido