RESUMO
Objetivo: Apresentar as atuais evidências sobre as características clínicas e laboratoriais da infecção pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2) durante a infância e a adolescência.
Fonte de dados: Revisão narrativa realizada nas bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE/PubMed), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde na Biblioteca Virtual em Saúde (LILACS/BVS), Scopus, Web of Science, Cochrane Library, portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Scientific Electronic Library Online (SciELO), ScienceDirect e Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), com o uso dos termos SARS-CoV-2, COVID-19 e novo coronavírus e criança, recém-nascido e adolescente.
Síntese dos dados: Diferentemente dos adultos, as crianças infectadas pelo SARS-CoV-2 apresentam formas clínicas leves ou assintomáticas na maior parte dos casos. As crianças sintomáticas apresentam predominantemente febre baixa e tosse, com alguns sintomas gastrointestinais associados. Casos graves são a minoria e ocorrem especialmente abaixo de um ano de idade. A detecção de partículas virais em fezes parece ser mais persistente em crianças, podendo servir como ferramenta diagnóstica e de controle do tempo de quarentena. Diferentemente dos adultos, as crianças podem apresentar respostas inflamatórias distintas, como tem ocorrido nos novos casos de síndrome de Kawasaki-like associada à infecção pelo SARS-CoV-2.
Conclusões: Crianças, na sua maioria, apresentam quadros assintomáticos ou leves, com predomínio de febre, tosse e sintomas gastrointestinais. Novos relatos de diferentes reações sistêmicas inflamatórias em crianças têm sido notados, com manifestações clínicas distintas daquelas tipicamente observadas em adultos.
Palavras-chave: SARS-CoV-2; COVID-19; Criança; Recém-nascido; Adolescente