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MIELORRADICULOPATIA ESQUISTOSSOMÓTICA EM REGIÃO NÃO ENDÊMICA

RESUMO

Objetivo:

Relatar um caso de mielorradiculopatia esquistossomótica em área não endêmica.

Descrição do caso:

Paciente do sexo masculino, 11 anos, previamente hígido, com história aguda de paresia de membros inferiores, que evoluiu para membros superiores e tronco, associada à alteração de sensibilidade e formação de globo vesical. O exame do líquor demonstrava meningite eosinofílica, além de eosinofilia periférica. A investigação resultou em sorologia positiva para Schistosoma mansoni. O tratamento foi realizado com corticoterapia e praziquantel 60 mg/kg, com nova dose após um mês, além de fisioterapia para reabilitação. Evoluiu com melhora clínica no exame neurológico, com nível de secção medular que inicialmente correspondia a C6, encontrando-se atualmente em T6. Mantém uso de prednisolona 30 mg/dia e dependência de sonda vesical de demora.

Comentários:

A esquistossomose é uma doença endêmica em muitas regiões do Brasil, porém com pouca incidência no Sul do país. Dentre as principais manifestações, a mielorradiculopatia esquistossomótica é a forma ectópica mais grave e deve ser suspeitada na vigência de dor lombar, alteração de força e/ ou sensibilidade de membros inferiores e distúrbio urinário. O diagnóstico e o tratamento devem ser instituídos precocemente para diminuir o risco de sequelas neurológicas graves. O tratamento pode ser realizado com esquistossomicidas, corticosteroides e/ ou cirurgia.

Palavras-chave:
Esquistossomose mansoni; Neuroesquistossomose; Mielite; Adolescente

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