RESUMO
Objetivo:
Analisar comportamentos de risco para bulimia em adolescentes do sexo feminino de escolas públicas e particulares.
Métodos:
Estudo transversal com amostra aleatória de 850 estudantes do sexo feminino, com idades entre 15 e 18 anos, realizado em cidade do Nordeste do Brasil, utilizando o Bulimic Investigatory Test of Edinburgh (BITE) para avaliar comportamentos de risco para transtornos alimentares. Os dados foram analisados utilizando o teste do qui-quadrado de Pearson, o teste exato de Fisher e a regressão de Poisson, com o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), adotando o nível de significância de p<0,05.
Resultados:
Da amostra estudada, 42,0% apresentou padrões de risco e práticas de dieta e controle de peso e 1,4% já apresentava sinais de bulimia instalados. O medo de ganhar peso foi relatado por 62,8% das adolescentes. As práticas de risco foram menos frequentes em estudantes de escolas públicas (Odds Ratio - OR - 0,82; intervalo de confiança de 95% - IC95% - 0,69-0,97). Entre as práticas restritivas, jejum por um dia inteiro foi o mais aplicado pelas participantes (29,9%). Entre os indivíduos com situação de risco, quase metade acreditava ter hábitos alimentares normais (razão de prevalência - RP - 0,42; IC95% 0,36-0,49). Estudantes que consideram seus hábitos alimentares normais, que têm medo de ganhar peso, que procuram conforto emocional em alimentos e seguem dietas rigorosas tiveram maior risco para bulimia (p<0,05).
Conclusões:
O número de estudantes com práticas de comportamento de risco para bulimia é alto, e o número daquelas que desconhecem essa situação também é muito alto. As situações de risco emergem como problemas de saúde coletiva, e indivíduos de escolas particulares são mais propensos a apresentar transtornos alimentares.
Palavras-chave:
Comportamento do adolescente; Transtornos da alimentação e da ingestão de alimentos; Comportamento alimentar; Saúde do adolescente