RESUMO
Objetivo:
Descrever o perfil das crianças atendidas na emergência de um hospital de referência pediátrica no sul do Brasil, vítimas de intoxicação exógena aguda entre 2016 e 2021, caracterizar os agentes tóxicos e descrever os fatores que se relacionam à internação hospitalar.
Métodos:
Estudo descritivo e analítico, com dados de prontuários de hospital pediátrico entre julho de 2016 e junho de 2021, por consulta às fichas de notificação compulsória. Foram avaliadas características das vítimas; do incidente; tipo de substância envolvida e classe; procedimentos realizados; necessidade de internação hospitalar, desfecho e necessidade de UTI. Calcularam-se frequências absolutas e relativas para as variáveis categóricas e medidas de tendência central e dispersão para as numéricas. Regressão logística binária foi realizada para identificar as variáveis associadas à internação.
Resultados:
Houve 411 atendimentos, com idade média de 7,2±5,5 anos, predomínio do sexo feminino (59,9%). A maioria das intoxicações ocorreu em domicílio (82,1%) e por via oral (93,7%). Produtos químicos ou de limpeza foram majoritários nas crianças com até um ano de idade, sendo os medicamentos os principais agentes nas demais faixas etárias. Resultaram em internações 38,7% dos casos, sendo as variáveis associadas: quantidade de agentes envolvidos, tipo de substância envolvida, medicamento que atua no Sistema Nervoso Central, recorrência, motivação (acidental/intencional) e realização de exames simples.
Conclusões:
Mais ações preventivas são necessárias, como legislações e maior orientação aos pais sobre a forma de armazenamento de produtos em ambiente doméstico, de modo a reduzir o número de intoxicações exógenas na população pediátrica.
Palavras-chave:
Intoxicação; Lesões acidentais; Criança; Serviço Hospitalar de Emergência