RESUMO
Objetivo:
Relatar o caso de uma jovem que apresentava um fenótipo grave de displasia mandibuloacral tipo A (MADA) caracterizado por alterações osteolíticas proeminentes e defeitos ectodérmicos, associados a uma rara mutação homozigótica missense no gene LMNA (c.1579C>T).
Descrição do caso:
Uma menina de seis anos foi avaliada durante hospitalização apresentando os seguintes sinais dismórficos: alopecia subtotal, fácies dismórfica com olhos proeminentes, micrognatia e retrognatia acentuada, nariz pequeno e adunco, dentes apinhados e lábios finos, lipodistrofia generalizada, ombros estreitos e inclinados, rigidez articular e reabsorção óssea nas falanges terminais. Ao exame dermatológico, observou-se pele atrófica, perda da elasticidade cutânea, hiperceratose, calcinose dérmica e manchas hiperpigmentadas e hipocrômicas. Exames radiológicos realizados mostraram ausência de côndilos mandibulares bilaterais, reabsorção da clavícula com massa óssea amorfa local confluindo com as escápulas, articulações do ombro com subluxação e displasia óssea severa, com displasia coxofemoral, osteopenia e calcificações subcutâneas.
Comentários:
MADA é uma doença autossômica recessiva rara causada por mutações no gene LMNA. Caracteriza-se por deformidades craniofaciais, anomalias esqueléticas, alterações cutâneas, lipodistrofia em determinadas regiões do corpo e envelhecimento precoce. MADA típica é causada pela mutação p.R527H no gene LMNA. No entanto, a análise molecular realizada com células epiteliais orais obtidas da paciente mostrou a mutação rara c.1579C>T, p. R527C no exon 9 do gene LMNA. Esta é a sexta família identificada com essa mutação descrita na literatura.
Palavras-chave:
Progeria; Acro-osteólise; Lipodistrofia; Displasia mandibuloacral;
LMNA