Acessibilidade / Reportar erro

A hipótese imunológica no Transtorno Obsessivo-Compulsivo: revisão de um subtipo (PANDAS) com manifestação na infância

The immunologic hipothesis in the obsessive compulsive disorder: revision of a subtype with childhood onset

La hipótesis inmunológica en el trastorno obsesivo compulsivo: revisión de un subgrupo con síntomas de inicio en la infancia

O presente estudo tem como objetivo revisar a literatura sobre um subgrupo do TOC, identificado inicialmente em 1998 por Swedo et al³, proposto como modelo para a hipótese imunológica. Denominado PANDAS (Pediatric Auto-imune Neuropsychiatric Disorder Associated with Streptoccocal Infecctions), caracteriza-se por desencadear sintomas atípicos do TOC, em crianças com história recente de infecção por Estreptococo B-hemolítico do Grupo A. Cinco critérios cardinais são apresentados como base do diagnóstico: 1) presença de TOC ou Transtornos de tique ou ambos; 2) início na infância, entre 3 anos de idade e período puberal; 3) curso do episódio caracterizado por início abrupto de sintomas ou exacerbação dramática de sintomas previamente controlados; 4) associação temporal entre exacerbação da sintomatologia e episódio de infecção por estreptococo B-hemolítico do grupo A e 5) associação com alterações neurológicas durante exacerbação da sintomatologia. Baseando-se no modelo já conhecido da Coréia de Sydenham, discute-se atualmente a fisiopatologia da doença, que aponta para uma reação imunológica cruzada contra o tecido do hospedeiro. Discute-se, ainda, a herança genética dos indivíduos suscetíveis, bem como evidências laboratoriais e de neuroimagem nos pacientes acometidos por PANDAS. Com relação ao tratamento, enfatiza-se a importância de outras alternativas, além da farmacoterapia, que possam interferir na reação auto-imune, considerada responsável pela evolução da doença. A importância em reconhecer esse modelo imunológico do TOC reside no fato de permitir a psiquiatras e clínicos gerais a identificação e prevenção de uma doença neuropsiquiátrica através de intervenções profiláticas em variáveis ambientais.

PANDAS; Coréia de Sydenham; TOC; distúrbio neurológico pós-estreptocócico


Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul Av. Ipiranga, 5311/202, 90610-001 Porto Alegre RS Brasil, Tel./Fax: +55 51 3024-4846 - Porto Alegre - RS - Brazil
E-mail: revista@aprs.org.br