Resumo: Neste texto procuro descrever, de modo sintético, o processo de configuração do Movimento Negro Evangélico (MNE) no contexto brasileiro e o modo como os símbolos da herança africana no Brasil são acionados nas ações desses grupos. Com base em análise documental, entrevistas e pesquisa de campo, argumenta-se que a) é possível traçar algumas linhas gerais que balizam as ações do MNE - dentre elas o combate ao racismo; b) há uma rejeição das religiões afro-brasileiras como sendo o único lócus da “cultura negra no Brasil” sem, no entanto, difundir práticas discriminatórias; c) opera-se uma radicalização do movimento de “africanização” iniciado por alguns pais e mães de santo, a ponto de também o cristianismo ser considerado uma “religião de matriz africana”.
Palavras-chaves:
movimento negro evangélico; racismo; identidade