Resumo
A partir das escavações arqueológicas empreendidas nos remanescentes do Terreiro da Gomeia (Duque de Caxias/RJ) e de narrativas recolhidas com ex-membros do local acerca de seu funcionamento e crise sucessória, o presente artigo visa debater a disputa por memória na construção de narrativas sobre o local, seu funcionamento, crise sucessória e destruição. A Gomeia foi um dos candomblés fluminenses com trajetória singular, tendo funcionado de 1951 até 1971, quando seu dirigente faleceu e iniciou-se uma crise sucessória. A formação de três vertentes sobre esses fatos demonstra como a memória é política e visa justificar determinados pontos de vista e posições. As memórias recolhidas por entrevistas serão utilizadas como suporte para a construção da interpretação arqueológica sobre o término do terreiro.
Palavras-chave:
Arqueologia; Candomblé; Memória; Conflito Sucessório; Terreiro da Gomeia