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Pluralismo e movimento: a propósito da sociologia de Cecília Mariz1 1 Este artigo é uma versão do texto apresentado em 30 de outubro de 2023, no ciclo de debates “Ciências Sociais na UERJ: Temas, Trajetórias e Perspectivas”, realizado em homenagem a Cecília Loreto Mariz pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPCIS/UERJ).

Pluralism and movement: about Cecília Mariz's Sociology

Resumos

Resumo: Apresento neste artigo aspectos do fazer sociológico de Cecília Mariz, situando-o no contexto acadêmico desfavorável à sociologia da religião nos anos 90. Considerados frequentemente como “pouco científicos” devido à suposta influência de “crenças”, os estudos sociológicos da religião encontram em Cecília um compromisso exemplar com o fazer científico. Destaco um artigo escrito por ela com Roberta Campos sobre os processos de continuidade e mudança do pentecostalismo no país. A polêmica predomina nesse texto, com críticas a totalizações abusivas e homogeneidade cultural. Gostaria de destacar o que, a meu ver, seria o ideário da nossa autora, subjacente em sua obra e nesse artigo especificamente: o pluralismo das ideias e o valor positivo da transformação.

Palavras-chave:
Sociologia da Religião; Pentecostalismo; Cecília Mariz


Abstract: Here I present aspects of Cecília Mariz's sociological work, situating it in the academic context unfavorable to the sociology of religion in the 1990s. Often considered “unscientific” because they are tainted by “beliefs”, the sociological studies of religion will find in Mariz an exemplary commitment to scientific rigor supposedly lacking in them. Focusing on an article she co-authored with Roberta Campos on continuity and change in Pentecostalism, controversy prevails as a form of dialogue with diverse analytical perspectives, I would like to highlight what, in my opinion, is our author's way of thinking, underlying her work and this article specifically: the pluralism of ideas and the positive value of transformation.

Keywords:
Sociology of religion; Pentecostalism; Cecília Mariz.


O Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais (PPCIS) estava nascendo nos anos 90 quando, por ocasião de um encontro acadêmico - creio que foi no encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais (ANPOCS) - fiquei impactada com a apresentação realizada por Cecília Mariz. E quis imediatamente chamá-la para integrar o novo time que estava surgindo na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Havia entre nós, professores relativamente recentes na universidade, um entusiasmo para erguer uma nova face das Ciências Sociais na UERJ, por meio da abertura de uma pós-graduação. Achei, nesse momento, justamente ao conhecer Cecilia, que seria excelente tê-la conosco. Sua seriedade e consistência, claro, me impressionaram. Mas havia algo mais específico que parecia na época quase contraditório com os limites estabelecidos para o conhecimento acadêmico nas ciências sociais. Em poucas palavras, o estudo sociológico da “religião” desfrutava de pouca legitimidade. Em certo sentido, o rigor analítico excepcional dos trabalhos de Cecília Mariz sobre o pentecostalismoMARIZ, Cecília & CAMPOS, Roberta (2014), “O pentecostalismo muda o Brasil? Um debate das ciências sociais brasileiras com a antropologia do cristianismo”. In: P. Scott, R. Campos & J. Pereira (orgs). Rumos da Antropologia no Brasil e no mundo: geopolíticas disciplinares. Recife: Editora UFPE, ABA. rompia com esse senso comum da sociologia. A religião deixaria de pertencer a um campo pouco definido, nebuloso que se “desmanchava no ar”, no meio de superstições e de fronteiras científicas meio indefinidas. Creio que o estudo da religião não era, nessa época, nos anos 90, predominantemente encarado como um domínio sério de investimentos acadêmicos. Durante um bom tempo, ao menos uns dez anos do presente século, esses estudos, mais nitidamente aqueles da sociologia, levantavam suspeitas relativas à sua cientificidade. Não seriam, predominantemente, os antigos religiosos que buscavam, por motivos (in)confessáveis ou (trans)confessionais, esse nicho desvalorizado da sociologia? Rumores enfeitavam as conversas de corredor sobre a “desconversão” de ex-padres e/ou seminaristas, hoje adeptos ferrenhamente laicos enquanto sociólogos da religião!

Ninguém “sério” dizia que “entendia” sobre o que os especialistas de religião conversavam... transcendência, êxtase, possessão, assuntos e referências que não possuíam a materialidade empírica dos temas econômicos e sociais como a desigualdade, a luta de classes, o Estado etc.

Surpreendentemente, contrastando com a fama dúbia dos estudos da religião no campo “sério” da sociologia, o que mais se destacou para mim na apresentação que assisti de Cecília poderia ser traduzido como o exercício de uma “fé” irredutível no valor da ciência! Com método e baseada em aportes sociológicos contemporâneos, sustentava analiticamente, por meio de comprovações diversas, as hipóteses que elaborava. Nada mais distante de afirmações ideológicas da religião como “ópio do povo”, como um campo de negatividades e de restos ainda não absorvidos pela modernidade. A sociologia de Cecília Mariz não dispensa a boa argumentação, bem ao contrário, busca o confronto de argumentos e se faz valer por meio de um rigor teórico e analítico para demonstrar a validade de suas hipóteses.

Destaquemos para o leitor que Cecília Mariz não se formou como socióloga da religião aqui, no Brasil. Foi sob a orientação de Peter Berger que construiu a hipótese do seu trabalho de doutoradoMARIZ, Cecília. (2004), “Embriagados no Espírito Santo: reflexões sobre a experiência pentecostal e o alcoolismo”. Antropolítica, Nº 15: 61-80., uma análise do pentecostalismo nas camadas populares. Sustenta que o alcoolismo, percebido como um vício pelos pentecostais era combatido por eles de uma forma que os orientava a abandoná-lo, e alcançavam assim uma verdadeira “libertação”. A participação na igreja conduz a uma mudança de valores e de redes de pertencimento que abriam aos fiéis um caminho promissor para enfrentar o vício do álcool. Cecília comprovava uma hipótese e demonstrava uma relação sem evocar qualquer “achismo”: “vício” analítico tão disseminado quando se trata de crenças pentecostais. O rigor sociológico dos seus trabalhos sem dúvida se deveu em certa medida à sua formação nos Estados Unidos. Peter BergerBERGER, Peter. (1985), O dossel sagrado. Elementos para uma teoria sociológica da religião. São Paulo: Paulus. analisou como o desencantamento propiciado pela modernidade em muitas esferas da vida social poderia ser “compensado” pela religião. Essa seria fundamental para fornecer aos indivíduos, nos tempos modernos desencantados em que vivem, meios para enfrentar suas inseguranças, riscos e medos. Possibilita assim às pessoas obter a proteção que precisam em certos meios religiosos. E, assim, compartilham em suas comunidades de fé sentimentos de conforto, de autoestima e de capacidade pessoal que os reasseguram social e espiritualmente.

A convicção de que haveria um progresso infinito da humanidade dominou o imaginário do Ocidente durante um bom tempo, como sabemos. Uma crença, hoje pode-se afirmar, que foi destroçada pelos fatos, em escala planetária. Seria parte da vocação moderna ultrapassar e tornar supérfluo tudo aquilo que não tivesse sido construído pela ciência e tecnologia, supostamente mais eficazes. A ideia de “tradição” como polo negativo a ser superado tem sido fundamental para a valorização do capitalismo e o seu domínio pelo mundo. A modernidade abarcaria como componente fundamental um acelerador de tempo baseado nas conquistas científicas e tecnológicas que, ao se imporem, destruíam mitos, ritos, magias e dogmas, próprias de um mundo fadado à destruição.

Peter Berger não aderiu ao triunfalismo moderno e seu aporte analítico, ao contrário, recuperou as funções contemporâneas da religião. Essas não seriam “exteriores” à modernidade, mas seriam efeitos da sua própria existência. A modernidade - “dogma” de longa duração - que devorava, de forma avassaladora, os poderes da tradicionalidade, exigia ao mesmo tempo novas modalidades de pertencimento, de proteção que teriam na religião uma fonte importante. Vale registrar que no século XXI, não somente se constatou a imensa onda religiosa que tomou o mundo simultaneamente às terríveis experiências de guerra como se testemunhou a sua violência ao atingir o emblema maior do capitalismo moderno, arrogante e dominador, o símbolo máximo do Ocidente triunfante, a saber, as Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001.

O olhar sobre o mundo ameaçado levou cientistas sociais a considerar as formas emergentes de reencantamento menos como um perigo, e mais como parte da solução. As formas emergentes da religião, como justamente analisa Cecília Mariz, revelam novos modos de experimentar a vida na modernidade. No âmbito moral, social e político o pluralismo religioso poderia se contrapor ao binarismo como política hegemônica. Peter Berger advoga, pois, as benesses do pluralismo religioso, cultural e político. Antídotos poderosos para minimizar os efeitos negativos das perspectivas binárias, antagônicas e totalizantes que vicejam nas políticas de guerra atuais.

A herança sociológica vinculada a uma modernidade hegemônica não fez, no entanto, (ao menos não para todos) da noção de desencantamento um meio de esterilizar a compreensão do mundo religioso. Ao contrário, o desencantamento, essencial para a ciência, é uma ferramenta poderosa para compreender as muitas religiões e dar lugar às “ciências da religião”. Assim, para os sociólogos, uma análise “desencantada” permitiria entender as “racionalidades” das religiões e a sua eficácia em situações históricas específicas. A ignorância e os preconceitos, que irrigam a percepção das religiões como “ópio do povo”, não conseguem captar a racionalidade que essas possuem, presente na lógica de seus símbolos, nos caminhos que apontam para seus fiéis, nos comportamentos que induzem e nas mudanças que promovem no mundo. Obedeceriam a regras, normas, comportamentos que gestam comprovadamente grandes transformações na vida social e nas subjetividades de seus fiéis.

Cecília Mariz dificilmente deixa de chamar para suas análises da atualidade religiosa o pensamento de Max Weber, o grande teórico das religiões. Não se trata de perguntar “o que são” as religiões, mas sim “o que fazem” nas circunstâncias históricas em que existem, junto aos povos onde se multiplicam, nas formas de imporem seus sentidos ao mundo da política, da economia e da vida social. Cecília Mariz é uma socióloga da religião que soube fazer muitas perguntas pertinentes aos fenômenos sociais pelos quais se interessou. A correlação entre o abandono do álcool e o pentecostalismo foi uma primeira grande questão, seguida de muitas outras.

Vou tecer alguns poucos comentários sobre um artigo que ela própria me sugeriu diante do meu embaraço em escolher algum tema para debater a sua obra. A indicação que me deu revela bem de quem se trata: indicou um artigo no qual eu sou integrada à corrente antropológica que ela busca criticar. Em outras palavras, a nossa autora pratica uma sociologia na qual o confronto de ideias é concebido como fértil e instigante.

Debaterei aqui o artigo O pentecostalismo muda o Brasil? Um debate das Ciências Sociais Brasileiras com a Antropologia do Cristianismo. De autoria de Cecília Mariz e Roberta Campos, trata do tema da mudança religiosa. No caso, o quanto o pentecostalismo significa uma mudança no padrão religioso católico hegemônico na sociedade. Discute com os autores que afirmam o pentecostalismo como uma forma de continuidade religiosa da cultura brasileira. Opõe-se criticamente aos argumentos que defendem o pentecostalismo como uma espécie de continuidade da cultura católica nacional. O substrato dessa cultura seria o catolicismo sincrético. Esse teria “moldado a identidade do povo brasileiro”.

Apresenta em contraponto a esse argumento uma outra vertente, minoritária, que refletiria a possibilidade de o pentecostalismo criar rupturas importantes, forjando novas subjetividades país afora, perspectiva que Cecília Mariz e Roberta Campos encampam. Citam como autores importantes, “contra hegemônicos” no Brasil, além delas próprias, Peter Fry e Gary Howe, Regina Novaes, Maria das Dores Campos Machado, Clara Mafra, entre alguns outros.

Assim, de um lado, o pentecostalismo seria lido como reprodução do status quo e, de outro, como sinal e estímulo a mudanças no país. O interesse maior das autoras, na minha opinião, foi realizar um exercício crítico da perspectiva relacionada à chamada cultura nacional. Em suma, uma crítica cujo sentido maior teria como objetivo invalidar os argumentos que apresentavam o imobilismo pentecostal sob um viés totalizante e abrangente. Em outros termos, eu diria que a ideia de continuidade nacional, ao ser criticada por Mariz e Campos, sugere aos leitores a recusa desse substrato generalizante de uma “cultura nacional” homogênea, também dos cientistas sociais como intérpretes da nação.

As autoras discutem apaixonadamente os desacertos empíricos e metodológicos presentes na perspectiva da continuidade religiosa e cultural sobre o pentecostalismo no Brasil. É espantoso o quanto é diversificada e volumosa a literatura acadêmica que abordam. Autores que jamais sonharíamos aproximar são incluídos nessa vertente criticada por Mariz e Campos. Lembremos de alguns de seus argumentos.

Um primeiro argumento importante é aquele que aborda a presença de generalizações indevidas. Argumentam, com razão, que se escreve sobre “o” pentecostalismo em geral, mas, na verdade, o campo empírico de referência, bem mais limitado, é o da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). As referências à presença da magia e do sincretismo em lugar da ética teria a IURD como principal referência em detrimento das igrejas Assembleia de Deus predominantes no campo pentecostal, largamente ignoradas por essa perspectiva hegemônica.

Ainda em relação à IURD, os estudiosos ignorariam ou minimizariam a presença de uma comunidade de crentes enfatizando a mobilidade por parte da “clientela”. Eles não consideram os processos de fidelização que forjam uma comunidade religiosa diferente de uma “clientela” móvel e menos comprometida, o que é sabido em relação às outras igrejas pentecostais. Desse modo, distorcem também a institucionalidade do próprio modelo da continuidade religiosa que advogam.

Alguns subestimariam as rupturas que ocorrem por efeito do pentecostalismo na medida em que essas se dariam incluindo os movimentos de uma religiosidade popular, capaz de abarcar o pentecostalismo em oposição às religiões da elite católica e conservadora. O pentecostalismo seria expressão, nesse caso, de resistência de classe, o que o aproximaria das dinâmicas de resistência das religiosidades populares. Esse argumento, segundo as autoras, falsificaria a realidade pentecostal bem distante de uma defesa da “tradicionalidade” como resistência.

As autoras comentam que há alguns autores que reduzem a “conversão” de criminosos presos a uma estratégia de sobrevivência. Em decorrência, duvidam do grande crescimento pentecostal nas prisões visto que seria falso. Uma forma da cultura da “malandragem”, digamos, segundo as pistas dos trabalhos de Roberto da Matta. Do mesmo modo, a IURD também cresceria por efeito de marketing, pela expansão da mídia, o que não revelaria uma ruptura com a cultura nacional, mas sim a existência de recursos pouco genuínos em termos teológicos que expandem o seu alcance e acompanham uma globalização do religioso.

Alguns autores defendem a ideia de continuidade por meio de uma crítica ao conceito de conversão, segundo Paula Montero, que seria experimentada pelos religiosos na forma de um movimento de ruptura. Argumenta-se a favor da perspectiva da continuidade cultural como uma forma de ser fiel ao ponto de vista nativo. No entanto, ao invés de compreendê-lo, essa perspectiva levaria certos cientistas sociais a ignorar as continuidades que os religiosos adotam, mesmo afirmando uma ruptura essencial em suas vidas. Seriam os trabalhos de pesquisa que melhor conseguiriam captar a continuidade cultural persistente.

Pode-se afirmar a continuidade por meio de vários argumentos, demonstram as autoras. No entanto, seria preciso indagar: como é construída a noção de cultura que sustenta todo esse edifício da continuidade propriamente cultural?

Com efeito, será que essa ideia de “cultura brasileira” não seria igualmente “inventada”, como diria Roy Wagner? Uma invenção cuja especificidade e autoria provém justamente daqueles que se investem como intérpretes da nação?

O movimento crítico de Cecília Mariz e de Roberta Campos incide, talvez igualando demasiadamente perspectivas discordantes e diversificadas, sobre a perspectiva totalizadora que predomina nos trabalhos a respeito da continuidade cultural e religiosa do pentecostalismo. Com efeito, Pierre Sanchis, amplamente referido, não esconde o quanto naturaliza a sua adesão a uma totalidade “brasileira” da qual a IURD seria a expressão maior. A IURD é interessante exatamente porque condensaria a “cultura nacional”. A ideia de uma certa uniformidade cultural da nação aproxima, por exemplo, Pierre Sanchis de Roberto Da Matta. Essa mesma perspectiva é também encampada por outros autores citados, como Otávio Velho, Lísias Negrão, que reiteram a permanência da cultura brasileira no meio pentecostal. Haveria um movimento de acumulação de várias crenças, o que advoga pela não exclusividade religiosa e pela prática do sincretismo, traços considerados essenciais da nossa especificidade cultural como nação.

Ao aproximar o perspectivismo dessa defesa do “mesmo” por parte das sociedades indígenas, mestres em “devorarem” seus inimigos, os antropólogos Aparecida Vilaça e Eduardo Viveiros de Castro estariam na mesma linha argumentativa que já teria desaguado na defesa do “canibalismo” nacional, tal como foi proposto pelos modernistas da pauliceia? As autoras não pretendem dar conta das teorias antropológicas sobre as sociedades indígenas, esclarecem. Ainda assim, indicam uma continuidade do perspectivismo com a devoração cultural, marca da resiliência do “mesmo”. Portanto, o conjunto tecido em torno da continuidade cultural sugere um esforço interpretativo visando o máximo de abrangência e inclusão das abordagens socioantropológicas analisadas, o que não deixa de gerar riscos.

Em suma, há muitos panos para a manga. Gostaria de ressaltar, com efeito, o quanto as interrogações de Cecília Mariz e de Roberta Campos nesse artigo nos levam a novas dúvidas: será que a sociologia “feita em casa” não nos encaminharia, irrefletidamente, a defender a nossa “singularidade” sem encarar as mudanças sociais que desafiariam o nosso horizonte do possível?

Há uma clara defesa do pluralismo e da diversidade visto que esses ocupam um lugar central nas preocupações da nossa amiga Cecília Mariz. O pluralismo constitui um valor marcante da sua sociologia, que também se mostra fortemente comprometida com o rigor e a comprovação teórica e empírica de suas hipóteses. Conviver com Cecília Mariz nos inclui em um movimento no qual o confronto de ideias e os processos de mudança (que nos abarcam) é visto como positivo e revitalizante. Estamos mergulhadas em experiências limitadamente específicas, em momentos fragmentários, cuja vantagem, para além da nossa imaginação sociológica, seria de nos manter distanciadas de uma perspectiva totalizante e imobilista. Como afirmam as duas, no final do artigo comentado: “a continuidade total seria a não mudança, o mesmo que a negação da vida que é processo contínuo de transformação”.

Bibliografia

  • BERGER, Peter. (1985), O dossel sagrado. Elementos para uma teoria sociológica da religião São Paulo: Paulus.
  • MARIZ, Cecília & CAMPOS, Roberta (2014), “O pentecostalismo muda o Brasil? Um debate das ciências sociais brasileiras com a antropologia do cristianismo”. In: P. Scott, R. Campos & J. Pereira (orgs). Rumos da Antropologia no Brasil e no mundo: geopolíticas disciplinares Recife: Editora UFPE, ABA.
  • MARIZ, Cecília. (2004), “Embriagados no Espírito Santo: reflexões sobre a experiência pentecostal e o alcoolismo”. Antropolítica, Nº 15: 61-80.
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    Este artigo é uma versão do texto apresentado em 30 de outubro de 2023, no ciclo de debates “Ciências Sociais na UERJ: Temas, Trajetórias e Perspectivas”, realizado em homenagem a Cecília Loreto Mariz pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPCIS/UERJ).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Maio 2024
  • Data do Fascículo
    Jan-Apr 2024

Histórico

  • Recebido
    11 Mar 2024
  • Aceito
    04 Abr 2024
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