Resumo
O presente artigo procura discutir o testemunho como uma prática densa capaz de agregar valor moral a pessoas socialmente desacreditadas. Essa discussão é realizada a partir de uma pesquisa sobre um centro de recuperação evangélico, situado na periferia da região metropolitana do estado do Rio de Janeiro. Argumenta-se que o testemunho é uma prática que, além da elaboração de si através de uma narrativa biográfica (“ter testemunho”), performatizada em diversas situações (“dar testemunho”), também é composta por um exercício de elaboração de si que se constrói na vida cotidiana de forma relacional (“ser testemunho”). Encerro propondo a hipótese de que a articulação entre essas distintas dimensões do testemunho produz uma gramática própria capaz de agregar valor moral aos atores que a mobilizam.
Palavras-chave
testemunho; comunidades terapêuticas; pentecostalismo; violência urbana; moral