Resumo
Neste artigo analiso o processo de adensamento institucional do espiritismo na primeira metade do século XX. As disputas pela unificação institucional e teórica foram impulsionadas, por um lado, pelos próprios espíritas, que abraçavam visões distintas sobre o que entendiam ser espiritismo e, consequentemente, suas formas possíveis de organização e legitimidade institucional; por outro lado, respondiam a desdobramentos do processo de redefinição das relações entre o Estado e as religiões no Brasil. As agitações, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, que desembocaram na assinatura do Pacto Áureo, nos permitem compreender que, longe de um processo aparentemente incompleto, contribuíram, por fim, para a preservação da pluralidade de concepções como forma de resistência a certo enrijecimento burocrático e doutrinário.
Palavras-chave:
Espiritismo; Federação Espírita Brasileira; Federação Espírita do Estado de São Paulo; Pacto Áureo