INTRODUÇÃO: A infecção ocupacional pelo HIV entre os trabalhadores de saúde é uma importante questão em exposições envolvendo sangue e fluidos corporais. Os dados na literatura são escassos quanto ao potencial infectivo do HIV-1 em material contaminado e o intervalo de tempo em que a infectividade é mantida em condições adversas. MÉTODOS: Realizamos a quantificação de RNA viral do HIV-1 em agulhas ocas com calibre 25X8mm, após punções, em 25 pacientes infectados pelo HIV-1 selecionados durante coleta de sangue para exames. Todos os pacientes selecionados tinham idade variando entre 18 e 55 anos. De 16 pacientes foram coletadas 5 amostras: 1 amostra de sangue para quantificação imediata do RNA viral do HIV-1 no plasma e 4 agulhas para a análise ás 0h, 6h, 24h e 72h após a coleta. Em nove pacientes, um outro teste foi realizado no sangue de uma agulha adicional, na qual foi avaliada a presença de RNA viral do HIV-1 após 168h após a coleta do sangue. O método usado para avaliar o RNA do HIV-1 foi a amplificação baseada na sequência de ácidos nucléicos. RESULTADOS: O RNA do HIV-1 foi detectado em todas as agulhas até o sétimo dia após a coleta. O RNA viral manteve-se estável até 168h após a punção, sem diferença estatisticamente significante entre as agulhas coletadas. CONCLUSÕES: Embora a infectividade do material viral nas agulhas seja desconhecido, os dados apontam necessidade de reavaliação das condutas em casos de acidente com fonte desconhecida.
Exposição ocupacional; Trabalhadores da saúde; Acidentes perfurocortantes; Carga viral do HIV-1; Reação de polimerase em cadeia