Entre 2.484 portadores de esquistossomose estudados no Rio de Janeiro, 1.197 estavam afastados da área endêmica, permanentemente, de um a 30 anos. Apesar disso mais de 55% deles ainda estavam com infecção ativa após 6 anos de afastamento, 26,5% permaneciam infectados por mais de 10 anos e mais de 10% ainda estavam infectados depois de 15 anos de afastamento da área endêmica, o que demonstra a longa sobrevida e permanência da postura do S. mansoni no organismo humano, no Brasil, ao contrário das observações de Hairston (5) no Egito, que avaliou o tempo médio da fecundidade (postura) da fêmea do S. mansoni em 3 anos e meio. Dos 1.197 pacientes estudados 90,1% eram da forma intestinal ou hepatointestinal e 9,9% da forma hepato-esplênica. Nenhum paciente de forma intestinal ou hepato-intestinal desenvolveu a forma hepato-esplênica, durante o período de observação fora da área endêmica o que demonstra uma parada na evolução da doença, possivelmente pela redução progressiva da carga parasitária. Os pacientes da forma hepato-esplênica com baços não muito aumentados, tiveram uma evolução muito lenta e agravamento discreto e pouco freqüente durante o periodo de observação, enquanto que os hepato-esplênicos com baços muito grandes (grau IV) tiveram hemorragias freqüentes. O padrão evolutivo dos portadores de esquistossomose fora da área endêmica parece diferente daquele observado na área endêmica (7, 8).