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Frequência de nematóides intestinais em pacientes alcoólatras

Foi feito um estudo retrospectivo da freqüência de nematóides intestinais em 198 alcoolistas e em 440 controles, não alcoólatras, atendidos no Hospital Universitário C.A. Morais, em Vitória, ES. O grupo controle foi formado por 194 pacientes não alcoólatras, pareados por idade, sexo e procedência, e por 296 pacientes adultos, internados no mesmo hospital, escolhidos aleatoriamente. Fez-se exame parasitológico pelo método de sedimentação em todos os casos. Houve uma freqüência signifcativamente maior de nematóides intestinais no grupo de alcoólatras do que nos controles (35,3% e 18,7%, respectivamente), devido a freqüência maior de Strongyloides stercoralis (21,7% e 4,1%, respectivamente). A freqüência dos outros nematóides foi semelhante nos dois grupos. A maior freqüência de S. sterocralis nos alcoólatras poderia ser explicada pela imunomodulação induzida pela ingestão abusiva de etanol e/ou por alteração do metabolismo dos corticosteróides induzidas pelo etanol, aumentando a quantidade de metabólitos que podem mimetizar os ecdisteróides do verme, aumentando a fecundidade das fêmeas no duodeno e a sobrevivência das larvas. Desse modo, a maior freqüência de S. stercoralis nos alcoólatras não refletiria um real aumento na prevalência, mas sim um aumento na positividade do exame parasitólogico devido ao aumento do número de larvas rabdtóides eliminadas pelas fêmeas no duodeno.

Alcoolismo; Estrongiloidíase; Strongyloides stercoralis; Nematóides intestinais


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