Os autores avaliaram 40 doentes com diagnóstico de acidente crotálico, atendidos no Serviço de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina de Botucatu. Desses, 30 eram do sexo masculino e 10 do feminino, com idades variando entre 16 e 70 anos. Todos eram lavradores e 35 deles foram atingidos nos membros inferiores. A maioria dos doentes (31) foi atendida antes de 6 horas do acidente. Dos 9 que receberam atendimento médico após 6 horas, 2 deles evoluíram para o óbito. Os resultados observados revelaram que o baixo índice de mortalidade (5%) verificado pode eventualmente ser explicado pelo atendimento precoce, uso de doses adequadas de soro anticrotálico, hidratação parenteral, alcalinização da urina com bicarbonato de sódio e indução da diurese osmótica com solução de manitol. O exame anatomopatológico de um dos casos que evoluiu para o óbito apresentou extensa necrose hepática. Os autores discutem a possibilidade de interação entre alcoolismo crônico e a ação eventual de um fator hepatotóxico do veneno da serpente na gênese da necrose hepática e no aumento dos níveis de transaminases.
Acidente crotálico; Necrose hepática