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Leishmaniose visceral autóctone em Brasília, Distrito Federal, Brasil

INTRODUÇÃO: A leishmaniose visceral é uma ameaça para a saúde pública no Brasil, considerando a elevada taxa de letalidade e a sua dispersão geográfica para grandes conglomerados urbanos durante os últimos 25 anos. Este trabalho teve como objetivo confirmar a suspeita de autoctonia de casos de leishmaniose visceral notificados de 2005 até 2009 em moradores de Brasília, Distrito Federal. MÉTODOS: Foi realizado em 2009 um estudo retrospectivo dos dados da vigilância obtidos na rotina e dos registros clínicos dos casos humanos notificados. RESULTADOS: Os dados dos inquéritos canino e entomológico revelaram a presença de Lutzomyia longipalpis e de cães com sorologia positiva para Leishmania na vizinhança onde ocorreram 19 dos 21 casos humanos desde 2005. A revisão das fichas de notificação e prontuários dos pacientes, em conjunto com os dados dos inquéritos canino e entomológico permitiram a comprovação da autoctonia de 21 casos humanos no Distrito Federal. A doença afetou predominantemente crianças (12/21), da região de Sobradinho (16/21), com quadro típico de febre, hepatoesplenomegalia e pancitopenia em 67% dos casos. Houve três óbitos no período. Houve sucesso no isolamento de Leishmania (Leishmania) chagasi de um caso humano e de doze casos caninos. CONCLUSÕES: A leishmaniose visceral deve ser considerada endêmica em Brasília, considerando o comportamento epidemiológico aqui descrito e a confirmação da autoctonia dos casos humanos.

Leishmaniose visceral; Autoctonia; Leishmania chagasi; Leishmania infantum; Lutzomyia longipalpis


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