INTRODUÇÃO: Os bombeiros pela natureza de suas atividades possuem elevado risco para aquisição da infecção pelo vírus da hepatite B (VHB), pois a maioria das ocorrências atendidas em Campo Grande, Estado do Mato Grosso do Sul (MS), Brasil, estão relacionadas ao resgate de vítimas de acidentes de trânsito e transporte de emergências clínicas e psiquiátricas. O objetivo deste estudo foi investigar o perfil soroepidemiológico da infecção pelo HBV em bombeiros do município de Campo Grande, Brasil Central. MÉTODOS: Participaram da pesquisa 308 bombeiros. Após consentimento, foram submetidos à entrevista, coleta de sangue e testes sorológicos para detecção dos marcadores HBsAg, anti-HBs e anti-HBc total por enzyme-linked immunosorbent assays (ELISA). RESULTADOS: A média de idade dos participantes da pesquisa foi de 36,4 anos (±6,5 DP), sendo 89,9% do sexo masculino. Foi encontrado percentual de soropositividade de infecção para hepatite B (HB) de 6,5% (n=20), sendo 1% para o HBsAg. A presença do marcador anti-HBs isolado, indicativo de imunidade vacinal foi encontrada em 66,9% e 28,2% dos indivíduos estavam susceptíveis à infecção. Com relação aos fatores de risco para infecção pelo VHB, a análise de regressão multivariada demonstrou associação estatística significativa com o tempo de serviço, sendo a prevalência maior em indivíduos com mais de 20 anos de serviço. CONCLUSÕES: A prevalência de HB encontrada nos bombeiros foi baixa, sendo encontrado como fator de risco muitos anos de profissão. Fatores de risco não ocupacionais não influenciaram na ocorrência de infecção por HB nos bombeiros estudados.
Hepatite B; Bombeiros; Riscos ocupacionais