E relatado um caso de hepatite fulminante com esteatose microvesicular semelhante à hepatite de Lábrea, diagnosticado em Vitória (E. Santo). Um adolescente de 16 anos deu entrada no Pronto Socorro do Hospital Universitário Cassiano A Moraes apresentando epistaxe grave, agitação psicomotora, icterícia e vômitos hemorrágicos, vindo a falecer dois dias depois da admissão. A doença havia iniciado cinco dias antes com febre, dores musculares, urina escura e icterícia e evoluiu com agitação psicomotora, torpor e coma. O fígado e o baço não eram palpáveis. O HBsAg foi negativo no soro. A autópsia mostrou hepatite aguda com necrose lítica, confluente nas áreas mediozonal e periportal, com esteatose microvesicular maciça nos hepatócitos remanescentes. O exsudato era predominantemente de monunucleares e o retículo mostrava áreas de condensação nas zonas de necrose, sem faixas de colapso. Os espaços porta eram edemaciados com discreto infiltrado de monunucleares e escassa proliferação biliar. Exceto pelo aspecto confluente (submaciço) da necrose o caso apresenta várias características clínicas e morfológicas semelhantes à hepatite de Lábrea observada na Amazônia Ocidental, servindo de argumento a favor da idéia de que o quadro anatômico dessa hepatite possivelmente não está relacionado a nenhum fator peculiar daquela região.
Hepatite aguda; Febre de Lábrea; Hepatite viral; Esteatose hepática