INTRODUÇÃO: Cães domésticos são considerados os reservatórios mais importantes no ciclo peridoméstico de transmissão de Leishmania (Leishmania) chagasi. No entanto, a variabilidade genética de sub-populações que circulam neste hospedeiro é ainda pouco explorada no Brasil, sendo tal conhecimento de grande importância no contexto clínico-epidemiológico. MÉTODOS: O objetivo deste estudo foi avaliar e comparar a variabilidade fenotípica de 153 amostras de L. chagasi isoladas de cães oriundos dos municípios do Rio de Janeiro (n = 57) e Belo Horizonte (n = 96), onde a doença é endêmica. Foram selecionadas somente amostras isoladas de pele íntegra e analisadas por eletroforese de isoenzimas (MLEE) empregando nove sistemas enzimáticos (6PG, GPI, NH1 e NH2, G6P, PGM, MDH, ME, IDHNADP). RESULTADOS: Todas as amostras analisadas apresentaram perfil eletroforético idêntico entre si e com a amostra de L. chagasi utilizada como referência neste estudo (MHOM/BR/74/PP75). A análise fenética demonstrou índice de similaridade igual a um para todas as amostras, revelando um compartilhamento de 100% dos caracteres avaliados. CONCLUSÕES: A partir desses resultados, podemos inferir que as populações de L. chagasi que estão circulando nos cães do Rio de Janeiro e Belo Horizonte podem ser agrupadas em um único zimodema.
Cão; Leishmania chagasi; Variabilidade genética; MLEE