Este estudo apresenta uma revisão de uma série de pacientes com leishmaniose cutânea diagnosticados e tratados em Centros Municipais de Saúde do Rio de Janeiro, onde o esquema intermitente de tratamento antimonial foi substituído pelo esquema contínuo. Ambos os esquemas terapêuticos foram baseados em injeções intramusculares diárias de antimonial pentavalente. Quarenta e nove indivíduos receberam o esquema intermitente, constituído de três séries de dez dias alternadas com intervalos de dez dias de descanso, enquanto que setenta e um indivíduos receberam o esquema contínuo durante 20 dias consecutivos. Os dois grupos tinham composição semelhante quanto à idade, sexo e quadro clínico. A taxa de cura foi significativamente maior no grupo que recebeu o tratamento intermitente do que no que recebeu o esquema contínuo (89,8% vs 63,3%). Além disto, a perda do acompanhamento dos pacientes foi significativamente maior no grupo que recebeu o tratamento contínuo (19,7% vs 4,1% no grupo de terapia intermitente). Em condições de campo, o tratamento intermitente proporcionou maior efetividade e adesão do que o esquema contínuo.
Leishmaniose cutânea americana; Leishmania braziliensis; Terapia antimonial