Camundongos foram inoculados com formas sangüíneas de 17 cepas de T. cruzi recentemente isoladas de pacientes chagásicos crônicos e que foram classificadas como de alta, média e baixa virulência através da determinação do período pré-patente, parasitemia e mortalidade na fase aguda da infecção. Cerca de 212 animais inoculados com as diferentes cepas foram estudados após 3,6,9 e 12 meses de in fecção. Na fase crônica da infecção parasitas intracelulares foram observados em 11.0%, 27.0% e 54.0% dos camundongos inoculados respectivamente com as cepas de baixa, médiaealta virulência (r = 0.99, p < 0.001). A fibrose cardíaca também esteve relacionada à virulência sendo encontrada em 5.7%, 11.6% e 30.8% das mesmas cepas (r = 0.98, p < u.005); relação similar foi encontrada entre a intensidade e freqüência do processo inflamatório no coração e a gravidade da infecção aguda. Arterite necrotizante foi detectada em 12.2% dos animais e esta lesão estava mais relacionada com a duração da infecção que com as características das cepas Os infiltrados inflamatórios e o parasitismo tissular permaneceram estáveis durante o curso da infecção enquanto que a fibrose foi progressiva. Esses achados sugerem que o camundongo pode reproduzir lesões cardíacas que se assemelham às da cardiopatia chagásica humana e que as lesões dependem da cepa de T. cruzi utilizada.
Trypanosoma cruzi; Cepas; Histopatologia; Camundongo