Neste artigo o autor discute a posição do sociólogo e dos cientistas sociais como "intelectuais", cuja inserção política e institucional é variada, podendo ser profissional, crítica, pública ou voltada para políticas públicas. Em contraposição a um ideal wallersteiniano - de acordo com o qual o intelectual, por um lado, está mais próximo das camadas populares e mais distante do poder e, por outro lado, tem uma responsabilidade ao mesmo tempo analítica, moral e política -, o autor considera que os cientistas sociais podem adotar apenas uma dessas dimensões de cada vez, mas que as trocas entre os gêneros da prática sociológica integram, de maneira positiva, a sua dinâmica profissional. O artigo tem a seguinte estrutura: 1) situa o sociólogo no contexto da sua prática, dando especial atenção ao caráter disciplinar vigente; 2) o qual é ele próprio conformado por diferentes regimes políticos nacionais; 3) para finalmente tratar do âmbito global. A conclusão geral é que os sociólogos não orbitam em um espaço vazio além da economia, mas cumprem suas missões em terrenos ideológico e político, que são locais e nacionais antes de constituírem-se como globais. Reconhecer esses terrenos é a primeira tarefa para qualquer engajamento crítico ou projeto político, pois eles constituem os tijolos de qualquer Sociologia internacional.
Sociologia pública; níveis nacional e global; intelectual; Wallerstein; prática profissional