OBJETIVO: Identificar áreas de concentração de crianças expostas ao HIV durante a gestação e sua associação com indicadores de cobertura da atenção básica à saúde, e de condições socioeconômicas saúde. MÉTODOS: Estudo ecológico tendo como unidade de análise as áreas de abrangência de unidades básicas de saúde em Porto Alegre, RS, em 2003. Foram utilizados Sistema de Informações Geográficas e ferramentas de análise espacial para calcular indicadores de cobertura da atenção básica à saúde, condições socioeconômicas e prevalência de nascidos vivos expostos ao HIV durante a gravidez e perinatal. Os dados analisados foram obtidos em sistemas de informação nacionais. A associação entre os diferentes indicadores foi avaliada por meio de teste não-paramétrico de Spearman. RESULTADOS: Observou-se associação entre infecção pelo HIV em gestantes com taxas de natalidade (r=0,22, p<0,01) e falta de assistência pré-natal (r=0,15, p<0,05). As maiores taxas de infecção por HIV em gestantes foram verificadas em áreas com piores condições socioeconômicas e dificuldades de acesso a serviços de saúde (r=0,28, p<0,01). No entanto, a relação observada entre a maior freqüência de assistência pré-natal entre gestantes HIV positivas e maior cobertura vacinal nas áreas (r=0,35, p<0,01) indica a capacidade de detecção precoce da infecção pelo HIV em áreas com melhores serviços de atenção básica. CONCLUSÕES: A pobreza urbana representa um forte condicionante da transmissão vertical do HIV mas a atuação de serviços de vigilância em saúde articulados com a atenção básica podem vencer essa tendência.
Infecções por HIV; Transmissão Vertical de Doença Infecciosa; Acesso aos Serviços de Saúde; Fatores Socioeconômicos; Desigualdades em Saúde; Serviços de Vigilância Epidemiológica; Estudos Ecológicos; Atenção básica de saúde; Geoprocessamento