rsp
Revista de Saúde Pública
Rev. Saúde Pública
0034-8910
1518-8787
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
São Paulo, SP, Brazil
OBJETIVO: Estimar la prevalencia y los factores asociados de pre-hipertensión e hipertensión arterial en adultos. MÉTODOS: Estudio transversal, de base poblacional, con 1.720 adultos en Florianópolis, SC, Brasil, de septiembre de 2009 a enero de 2010. Informaciones demográficas, socioeconómicas, comportamientos relacionados a la salud, medidas antropométricas, morbilidades y autopercepción de salud fueron colectadas por medio de entrevistas domiciliares. Niveles de presión arterial sistólica y diastólica fueron evaluados. Adicionalmente, se preguntó sobre la ingesta de medicamentos y diagnóstico médico para hipertensión. La variable dependiente fue categorizada en normal, pre-hipertensión e hipertensión arterial. La regresión logística politómica múltiple fue empleada con uso del modelo Logit multinomial. RESULTADOS: La prevalencia de pre-hipertensión e hipertensión arterial fue de 36,1% (IC95% 33,3;38,8) y 40,1% (IC95% 36,6;43,5), respectivamente. El análisis de regresión politómico multivariable reveló que la pre-hipertensión estuvo asociada a hombres de color de piel negra, grupo etario encima de 50 años, inactivos físicamente en momentos de ocio y con pre-obesidad. La hipertensión arterial estuvo asociada a hombres, de color de piel negra, grupo etario encima de 40 años, tercil intermediario de renta per capita, escolaridad menor de 12 años, inactivos físicamente, pre-obesidad, obesidad, circunferencia de la cintura elevada y percepción negativa del estado de salud. CONCLUSIONES: Para controlar la hipertensión arterial en la población adulta de Florianópolis, es urgente aplicar políticas públicas eficaces para combatir la pre-hipertensión.
ARTIGOS ORIGINAIS
Pré-hipertensão e hipertensão em adultos de Florianópolis: estudo de base populacional
Prehypertension and hypertension among adults in a metropolitan area in Southern Brazil: population-based study
Pre-hipertensión e hipertensión en adultos de Florianópolis (Brasil): estudio de base poblacional
Diego Augusto Santos SilvaI; Edio Luiz PetroskiI; Marco Aurélio PeresII
IDepartamento de Educação Física. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC, Brasil
IIDepartamento de Saúde Pública. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC, Brasil
Correspondência | Correspondence
RESUMO
OBJETIVO: Estimar a prevalência e os fatores associados de pré-hipertensão e hipertensão arterial em adultos.
MÉTODOS: Estudo transversal, de base populacional, com 1.720 adultos em Florianópolis, SC, de setembro de 2009 a janeiro de 2010. Informações demográficas, socioeconômicas, comportamentos relacionados à saúde, medidas antropométricas, morbidades e autopercepção de saúde foram coletadas por meio de entrevistas domiciliares. Níveis de pressão arterial sistólica e diastólica foram avaliados. Adicionalmente perguntou-se sobre a ingestão de medicamentos e diagnóstico médico para hipertensão. A variável dependente foi categorizada em normal, pré-hipertensão e hipertensão arterial. A regressão logística politômica múltipla foi empregada com uso do modelo Logit multinomial.
RESULTADOS: A prevalência de pré-hipertensão e hipertensão arterial foi de 36,1% (IC95% 33,3;38,8) e 40,1% (IC95% 36,6;43,5), respectivamente. A análise de regressão politômica múltipla revelou que a pré-hipertensão esteve associada a homens, cor de pele preta, faixa etária acima de 50 anos, inativos fisicamente no lazer e com pré-obesidade. A hipertensão arterial esteve associada a homens, cor de pele preta, faixa etária acima de 40 anos, tercil intermediário de renda per capita, escolaridade menor que 12 anos, inativos fisicamente, pré-obesidade, obesidade, circunferência da cintura elevada e percepção negativa do estado de saúde.
CONCLUSÕES: Para controlar a hipertensão arterial na população adulta de Florianópolis, é urgente haver políticas públicas eficazes para o combate à pré-hipertensão.
Descritores: Adulto. Pré-hipertensão. Epidemiologia. Hipertensão. Fatores de risco. Estudos Transversais. Hipertensão. Fatores de risco. Adultos. Estudos transversais.
ABSTRACT
OBJECTIVE: To assess the prevalence and factors associated with prehypertension and hypertension among adults.
METHODS: Population-based cross-sectional study carried out with a sample of 1,720 adults in the city of Florianópolis, southern Brazil, from September 2009 to January 2012. Information on demographic and socioeconomic factors, health-related behaviors, anthropometric measures, morbidities, and self-rated health was collected through household interviews. Systolic and diastolic blood pressure levels were also assessed as well as use of antihypertensive medications and medical diagnosis of hypertension. The dependent variable was categorized as normal blood pressure, prehypertension and hypertension. Polytomous multiple logistic regression analysis was performed with use of a multinomial logit model.
RESULTS: The overall prevalence of prehypertension and hypertension was 36.1% (95%CI 33.3;38.8) and 40.1% (95%CI 36.6, 43.5), respectively. The polytomous regression analysis showed that prehypertension was significantly associated with males, black skin, 50 - 59 years of age, leisure-time physical inactivity, and pre-obesity. Hypertension was associated with males, 40 years of age or more, intermediary tertile of per capita family income, less than 12 years of schooling, leisure-time physical inactivity, pre-obesity, obesity, abdominal obesity, and negative self-rated health.
CONCLUSIONS: It is pressing to introduce effective public health policies to control hypertension among adult population in Florianópolis, Southern Brazil.
Descriptors: Hypertension. Epidemiology. Risk Factors. Adult. Cross-Sectional Studies.
RESUMEN
OBJETIVO: Estimar la prevalencia y los factores asociados de pre-hipertensión e hipertensión arterial en adultos.
MÉTODOS: Estudio transversal, de base poblacional, con 1.720 adultos en Florianópolis, SC, Brasil, de septiembre de 2009 a enero de 2010. Informaciones demográficas, socioeconómicas, comportamientos relacionados a la salud, medidas antropométricas, morbilidades y autopercepción de salud fueron colectadas por medio de entrevistas domiciliares. Niveles de presión arterial sistólica y diastólica fueron evaluados. Adicionalmente, se preguntó sobre la ingesta de medicamentos y diagnóstico médico para hipertensión. La variable dependiente fue categorizada en normal, pre-hipertensión e hipertensión arterial. La regresión logística politómica múltiple fue empleada con uso del modelo Logit multinomial.
RESULTADOS: La prevalencia de pre-hipertensión e hipertensión arterial fue de 36,1% (IC95% 33,3;38,8) y 40,1% (IC95% 36,6;43,5), respectivamente. El análisis de regresión politómico multivariable reveló que la pre-hipertensión estuvo asociada a hombres de color de piel negra, grupo etario encima de 50 años, inactivos físicamente en momentos de ocio y con pre-obesidad. La hipertensión arterial estuvo asociada a hombres, de color de piel negra, grupo etario encima de 40 años, tercil intermediario de renta per capita, escolaridad menor de 12 años, inactivos físicamente, pre-obesidad, obesidad, circunferencia de la cintura elevada y percepción negativa del estado de salud.
CONCLUSIONES: Para controlar la hipertensión arterial en la población adulta de Florianópolis, es urgente aplicar políticas públicas eficaces para combatir la pre-hipertensión.
Descriptores: Adulto. Pre-hipertensión. Epidemiologia. Hipertensión, epidemiologia. Factores de Riesgo. Estudios Transversales.
INTRODUÇÃO
Hipertensão arterial (HA) é um dos mais importantes fatores de risco para doenças cardiovasculares que causam a morte prematura de adultos.15 A prevalência de HA na população adulta varia de 5,2% a 70,7% em todo o mundo.12,23 Características não modificáveis, como sexo e cor da pele/raça, determinantes macroestruturais, como status socioeconômico e grau de urbanização, e fatores modificáveis do estilo de vida, como alimentação, atividade física, álcool e tabaco, afetam os níveis pressóricos.15,23
Recente relatório da Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation and Treatment of High BP (JNC-7) definiu novas orientações para prevenção e detecção da HA.5 Tão importante quanto o diagnóstico da HA é a detecção da pré-hipertensão arterial (preHA), segundo o JNC-7. PreHA não é uma categoria de doença; entretanto, pré-hipertensos têm maior risco de desenvolver HA e aumento do risco cardiovascular quando comparados aos normotensos.5
Estudos de prevalência de HA em adultos reportaram valores de 22% a 44% no Brasil. A HA foi mais prevalente nos mais velhos, de cor da pele preta, de nível econômico baixo, com alimentação rica em sódio e com excesso de peso.23 Embora seja relevante em saúde pública investigar a prevalência de HA e os fatores associados, faz-se necessário analisar também a preHA. O diagnóstico da preHA é importante para que ações iniciem-se mais cedo a fim de diminuir os agravos provocados pela HA5 e os custos públicos com as internações por doenças cardiovasculares. Esses custos representaram valor global estimado de US$ 2.250.417.514,00 em 2005 no Brasil.23
A maior parte dos estudos sobre HA no Brasil foi realizada em cidades do interior,23 que possuem ritmo de vida mais tranquilo que os centros urbanos. Somente uma pesquisa sobre preHA foi desenvolvida com adultos em cidade de pequeno porte.22 A prevalência e as consequências dos níveis pressóricos elevados são mais evidentes em centros urbanos que em cidades menores, resultante do maior consumo de alimentos industrializados, estresse e inatividade física.23
Este estudo teve como objetivo estimar a prevalência e fatores associados à preHA e HA em adultos.
MÉTODOS
Estudo derivado do levantamento de saúde de base populacional projeto EpiFloripa Adultos 2009,ª com adultos de Florianópolis, SC, de setembro de 2009 a janeiro de 2010.
Florianópolis tinha uma população de 421.203 habitantes e apresentava os melhores indicadores sociais e de saúde dentre as capitais brasileiras em 2010, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).b
O tamanho da amostra foi calculado para estimar a prevalência de cada desfecho em saúde investigado, considerando-se como população de referência 249.530 adultos entre 20 e 50 anos, intervalo de confiança em 95%, prevalência para os desfechos desconhecidos de 50%, erro amostral de 3,5 pontos percentuais, efeito de delineamento (deff) estimado de 2 devido a amostragem por conglomerados, percentual de perdas estimadas em 10%. Foram entrevistados 32 adultos em cada um dos 63 setores censitários, aumentando-se o tamanho da amostra para 2.016 indivíduos.
Ao considerar os parâmetros de poder do estudo como de 80%, intervalo de confiança de 95% e número de sujeitos em cada categoria das variáveis independentes, este estudo detectou razão de chances (odds ratio) acima de 1,3 e abaixo de 0,7, como fatores de risco e proteção, respectivamente, na análise bruta.
Foram considerados dois estágios para a seleção da amostra. No primeiro, foram estratificados os 420 setores censitários urbanos segundo os decis de renda do chefe de família (R$ 192,80 a R$ 13.209,50, o equivalente a US$ 327,76 a US$ 22.456,15) e sorteados sistematicamente 60 setores (fração de amostragem = 7), perfazendo seis setores em cada decil. No segundo estágio, as unidades amostrais foram os domicílios. Foi realizada atualização do número de domicílios em cada setor sorteado por meio dos supervisores do estudo, que percorreram os setores sorteados e realizaram a contagem dos domicílios habitados (o número de domicílios habitados variou de 61 a 810). Sessenta e três setores censitários resultaram desse processo, totalizando 16.755 famílias elegíveis, das quais 1.134 foram sistematicamente selecionadas. Em média, 32 adultos foram selecionados em cada setor censitário.
Os adultos de 20 a 59 anos que residiam nos domicílios selecionados foram elegíveis para o estudo. Os critérios de exclusão foram sujeitos acamados, amputados e engessados e indivíduos com problemas e desordens neurológicas que interferissem no entendimento dos questionamentos referentes à entrevista. Mulheres grávidas ou que tiveram filho nos seis meses anteriores à pesquisa não foram submetidas às medidas antropométricas e de pressão arterial, pois tais características afetam os valores das mensurações.23 Considerou-se perda o morador sorteado não encontrado após no mínimo quatro visitas, incluindo uma no final de semana e outra no período noturno.
Foram realizadas entrevistas face a face com os adultos residentes nos domicílios sorteados. Foram selecionadas 35 entrevistadoras com ensino médio completo e disponibilidade integral para execução do trabalho de campo. Utilizou-se o Personal Digital Assistant (PDA) para registro e armazenamento dos dados, eliminando-se a etapa de digitação dos dados.
O controle de qualidade das respostas foi realizado semanalmente por verificação de 15% das entrevistas conduzidas (n = 248), selecionadas aleatoriamente em cada setor. Foram verificadas informações-chave contidas no questionário por meio de contato telefônico pelos supervisores de campo. O valor de Kappa variou de 0,6 a 1,0 na análise das concordâncias.
A compreensão do questionário foi pré-testada mediante sua aplicação em 30 adultos residentes em área de abrangência de uma unidade de saúde do município. Estudo piloto foi realizado após o treinamento das entrevistadoras com aproximadamente 100 pessoas de dois setores censitários sorteados para essa finalidade, e os resultados não foram incorporados ao estudo.
Pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foram mensuradas duas vezes e foi considerada para o estudo a média das duas medidas. O tempo de repouso antes e entre as medidas foi de aproximadamente 15min. A tomada da pressão arterial foi realizada no braço direito, apoiado sobre uma mesa na altura do coração e com a palma da mão virada para cima. A pessoa ficava sentada, com os pés plantados no chão.23 Recomendou-se que cada indivíduo sorteado se abstivesse de fumar, ingerir café, chimarrão, chá preto e que esvaziasse a bexiga previamente à tomada da pressão arterial.23 Esfigmomanômetros eletrônicos de pulso com um sistema de leitura digital (Techline®), prévia e adequadamente calibrados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), foram usados para medir os níveis pressóricos. Pressão arterial normal foi definida quando o indivíduo reportou não tomar nenhum medicamento anti-hipertensivo, não ter sido diagnosticado como hipertenso por algum profissional de saúde, PAS menor que 120 mmHg e PAD menor que 80 mmHg.5 PreHA foi definida quando o indivíduo reportou não tomar nenhum medicamento anti-hipertensivo, não ter sido diagnosticado como hipertenso por algum profissional de saúde e apresentar PAS de 120-139 mmHg ou PAD de 80-89 mmHg.5 HA foi definida quando o sujeito reportou tomar alguma medicação anti-hipertensiva, e/ou quando diagnosticado como hipertenso por algum profissional de saúde, e/ou PAS de 140 mmHg ou mais e/ou PAD de 90 mmHg ou mais.5
As variáveis independentes foram sexo (masculino; feminino); faixa etária [em anos completos: (20 a 29 anos, 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 a 59 anos)]; cor da pele autorreferida (branca, parda e preta - os sujeitos que referiram cor da pele amarela = 1,0% e indígena = 1,2% foram excluídos das tabelas por apresentarem baixa frequência, porém foram utilizados nas análises de associação); escolaridade [em anos completos de estudo com sucesso: (0 a 4 anos, 5 a 8 anos, 9 a 11 anos e ≥ 12 anos)]; renda familiar per capita [em reais: (1º tercil = até R$ 566,90; 2º tercil = R$ 567,00 a R$ 1.300,00; e 3º tercil = R$ 1.300,10 a R$ 33.333,00)]; plano de saúde privado (sim; não); e ocupação. Esta foi coletada abertamente e adotada a classificação brasileira de ocupações, posteriormente adaptada à classificação britânica, conforme Boing et al.2 A ocupação foi classificada como atividades manuais (III - especializadas, IV - semi-especializadas, V - não especializadas) ou atividades não manuais (I - profissionais universitários, II - ocupações administrativas e técnicas, III - profissionais especializados).
Tabagismo foi avaliado tomando-se as categorias de não fumante, ex-fumante, fumante leve (< 10 cigarros/dia), fumante moderado (10 a 20 cigarros/ dia) e fumante pesado (> 20 cigarros/dia). As duas últimas categorias foram agrupadas. O Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT) foi usado para identificar pessoas com uso problemático de álcool, empregando-se o ponto de corte para classificar os sujeitos em não (0 a 7) e sim (≥ 8).16 A atividade física e a alimentação foram avaliadas por meio do questionário usado no sistema do Vigitel, Brasil.9,11 Os que não praticaram atividade física no lazer ou praticaram menos de uma vez por semana nos três meses anteriores à entrevista foram considerados inativos; foram considerados ativos os que praticaram alguma atividade física no lazer pelo menos uma vez por semana no mesmo período.9 A alimentação foi avaliada de acordo com o consumo regular de frutas e hortaliças.11
As medidas antropométricas de massa corporal, estatura e circunferência da cintura foram avaliadas conforme procedimentos padronizados.17 O índice de massa corporal (IMC) e a circunferência da cintura foram categorizados de acordo com a literatura.26 O IMC foi categorizado em obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2), pré-obesidade (IMC de 25,0 a 29,9 kg/m2) e eutrófico (IMC < 25 kg/m2). Indivíduos com baixo peso foram excluídos das tabelas devido à baixa frequência (2,0%), porém utilizados nas análises de associação. A circunferência da cintura (CC) foi analisada a partir dos pontos de corte em relação aos riscos de desenvolvimento de complicações metabólicas, categorizados em risco muito aumentado (homens ≥ 102 cm, mulheres ≥ 88 cm), risco aumentado (homens ≥ 94 cm, mulheres ≥ 80 cm) e sem risco (homens < 94 cm, mulheres < 80 cm). O erro técnico de medida (ETM) inter e intra-avaliadores foi calculado de acordo com as recomendações de Gore et al.10 O valor máximo de ETM inter (1,86%) e intra-avaliadores (1,18%) foi para a medida de circunferência da cintura, que indicou nível adequado das entrevistadoras para mensurações antropométricas.
Os sujeitos responderam se algum médico os havia diagnosticado com diabetes (sim; não). A autoavaliação do estado de saúde foi mensurada em cinco categorias e dicotomizada em autoavaliação de saúde positiva (muito boa, boa) e negativa (regular, ruim e muito ruim).3
Empregaram-se valores de média, frequência absoluta e relativa para descrever as variáveis. A regressão logística politômica foi empregada usando-se o modelo Logit multinomial para determinar os fatores associados à preHA e HA.
As variáveis foram agrupadas em modelo hierárquico dos determinantes distais para os proximais.24 No bloco distal (nível 1) estavam as variáveis demográficas (sexo, idade e cor da pele), logo após as socioeconômicas (nível 2) (renda per capita, nível educacional, plano de saúde privado e ocupação), e a seguir os comportamentos relacionados a saúde (nível 3) (uso de álcool, tabagismo, atividade física e alimentação), morbidades (nível 4) (obesidade geral, obesidade abdominal e diabetes) e autopercepção de saúde no nível proximal (nível 5). As variáveis foram incluídas no modelo ajustado, independentemente do p na análise bruta. Os métodos forward e backward apresentaram resultados semelhantes e optou-se pelo método backward. Foram realizados ajustes para as variáveis do mesmo nível e de níveis acima que apresentaram p < 0,20 no teste de Wald na análise ajustada, permanecendo no modelo.18
As análises foram estratificadas por sexo devido à natureza do desfecho e à prevalência diferente de HA entre homens e mulheres. Entretanto, ao serem verificados os fatores que estariam associados a preHA e a HA em ambos os sexos, observou-se que os mesmos fatores se repetiam independentemente do gênero, modificando a magnitude de associação, sem modificar seu direcionamento. Optou-se por não realizar as análises estratificadas por sexo com vistas a aumentar o poder das análises estatísticas. As análises foram realizadas no software Stata 11.0 considerando-se efeito do delineamento e peso amostral (comando "svy" do stata).
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina (nº 351/08). Os sujeitos foram informados sobre os objetivos do estudo e foi solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
RESULTADOS
Participaram do estudo 1.720 adultos (taxa de resposta de 85,3%), com média de 38,1 anos (desvio padrão = 11,6). Os efeitos de delineamento foram, respectivamente, 1,4 e 2,1 para a exposição à preHA e a HA.
A maior parte da amostra era do sexo feminino, cor da pele branca, de 20 a 29 anos, com mais de 12 anos de estudo, com plano de saúde particular e com ocupação não manual. Aproximadamente um quinto da amostra relatou problemas com uso de álcool e era fumante. Mais da metade não praticava atividade física no lazer e não consumia frutas e hortaliças regularmente. A prevalência de obesidade geral, abdominal e de diabetes foi de 16,1%, 16,2% e 6,7%, respectivamente. Quase um quinto dos indivíduos avaliou a saúde como negativa (Tabela 1).
A média da PAS e PAD foi 133,0 mmHg (IC95% 132,0;133,9) e 85,0 mmHg (IC95%: 84,3;85,6), respectivamente. A prevalência de preHA e HA foi de 36,1% (IC95%: 33,3;38,8) e 40,1% (IC95%: 36,6;43,5), respectivamente (Tabela 2).
A regressão logística politômica mostrou na análise bruta que as chances de os sujeitos apresentarem preHA e HA, quando comparados aos normotensos, foram maiores nos indivíduos do sexo masculino, de cor de pele preta, com baixa escolaridade, com IMC > 25 kg/m2 e com valores de circunferência da cintura de risco. As chances de apresentar HA foram maiores nas pessoas acima de 40 anos, no tercil intermediário de renda, nos indivíduos com ocupação manual, uso abusivo de álcool, fumantes de dez ou mais cigarros/dia, inativos fisicamente no lazer, com alimentação inadequada, diabéticos e com percepção negativa da saúde na análise bruta (Tabela 3).
As chances de os sujeitos apresentarem preHA, quando comparados aos normotensos, foram maiores na análise ajustada nos seguintes grupos: homens, cor de pele preta, pessoas acima de 50 anos, inativos fisicamente e com pré-obesidade. As chances de apresentar HA, quando comparados aos normotensos, foram maiores nos homens, de cor de pele preta, pessoas acima de 40 anos, do tercil intermediário de renda, com escolaridade < 12 anos, inativos fisicamente, com pré-obesidade e obesidade, com valores elevados de circunferência da cintura e com percepção negativa do estado de saúde (Tabela 3).
DISCUSSÃO
A prevalência combinada de preHA e HA (76,2%) foi maior que em outros estudos6,8 e menor que em levantamento realizado na China.27 A análise somente da prevalência de HA (41%) em Florianópolis foi mais alta que na Itália,25 Suécia,25 EUA,25 Canadá,25 México,20 Venezuela,20 Chile,20 Equador e20 Coreia do Sul,6 mas foi menor que na Alemanha,25 Finlândia,25 Turquia,8 Espanha e25 Cuba20 e similar na Inglaterra.25
A preHA e a HA foram fortemente associadas ao sexo masculino, confirmando estudos anteriores.22 No entanto, outros pesquisadores encontraram que mulheres apresentaram maiores prevalências de preHA e HA que homens.8 O sexo por si só parece pouco determinar os níveis pressóricos. Comportamentos relacionados à saúde podem determinar a magnitude com que a HA associa-se ao sexo.7 As maiores prevalências de preHA e HA no sexo masculino podem estar relacionadas aos fatores de risco presentes nos homens em comparação com as mulheres.
A preHA esteve fortemente associada com a cor da pele preta. Kurian & Cardarelli14 mostraram que a HA e doenças cardiovasculares são mais prevalentes em pessoas de cor da pele preta do que de cor branca. Os autores justificaram os achados com base nas discrepâncias sociais existentes entre as duas parcelas da população, o que dificulta o acesso ao diagnóstico e tratamento da HA. As pessoas de cor da pele preta compõem a parcela da população brasileira que mais sofre impacto das desigualdades sociais, fato que pode ser explicado historicamente, sobretudo devido à escravidão no Brasil no século XIX.
Foi encontrada associação entre faixa etária e HA a partir dos 40 anos e associação com preHA a partir de 50 anos. A PAS é relativamente estável nos homens e nas mulheres até os 45 anos em média; depois ocorre incremento de 5-8 mmHg/década. PAD aumenta 1 mmHg/década nos homens, enquanto a mudança na PAD aumenta a partir da meia idade nas mulheres e tende a diminuir depois dos 70 anos.21 Kotchen et al13 relataram que o aumento da pressão arterial com a idade não é parte integrante do processo de envelhecimento. Sociedades primitivas foram analisadas; a pressão arterial não aumentava com a idade e a HA era praticamente desconhecida. Os indivíduos nessas sociedades consumiam pouco sal; logo, existe a possibilidade de a ingestão de sal ao longo dos anos estar por trás do efeito aparente que o envelhecimento exerce na pressão arterial nas sociedades industrializadas.
O baixo nível educacional e a baixa renda per capita foram associados com a HA como em outras pesquisas.6,8 Alta prevalência de HA em sujeitos de baixos níveis socioeconômico e de escolaridade pode ser resultado de outros fatores que afetam os níveis pressóricos, como o estresse, condições de trabalho e hábitos alimentares inadequados, sedentarismo e dificuldade de acesso aos serviços de saúde para diagnóstico e tratamento da HA.8
A preHA e a HA estiveram associadas diretamente com a inatividade física no lazer, mesmo após ajuste das variáveis demográficas, socioeconômicas e dos outros comportamentos relacionados à saúde. Resultados semelhantes foram encontrados por outros autores.4 A prática regular de atividade física de intensidade moderada acarreta modificações hemodinâmicas que promovem redução da pressão arterial, como redução no débito cardíaco e diminuição na resistência vascular sistêmica.19 A atividade física pode ser uma ferramenta importante para a prevenção e tratamento da HA.
As taxas de gordura abdominal e gordura corporal foram fortemente associadas à HA. A obesidade é considerada o principal fator de risco para o desenvolvimento da HA.23 No presente estudo, 25,6% e 31,3% dos hipertensos tiveram valores normais de IMC e CC, respectivamente. Isso mostra que a obesidade é um sério problema de saúde pública em Florianópolis. É necessário estimular um estilo de vida ativo para redução do peso corporal e adequação dos níveis pressóricos.
A avaliação negativa do estado de saúde está associada às más condições de vida e à presença de morbidades, como a HA.1 No presente estudo, a HA esteve associada à avaliação negativa do estado de saúde mesmo após ajuste das outras variáveis. A HA tem impacto importante na percepção de saúde, sobretudo porque acarreta consequências ao organismo. Se não é controlada, pode provocar doenças como a arteriosclerose, insuficiência cardíaca e perda de visão.5,12,15
Este estudo é o primeiro de base populacional a investigar a prevalência de preHA e HA numa capital brasileira. Os estudos anteriores conduzidos em capitais brasileiras haviam investigado somente a prevalência de HA.23 A análise da preHA pode ser útil para implementação de políticas de saúde pública visando prevenir a HA e os agravos à saúde provenientes dessa enfermidade.
Uma das limitações do presente estudo foi o delineamento transversal, que não permite afirmar se os fatores associados determinam ou são determinados pela pressão arterial. Portanto, a possibilidade de causalidade reversa não pode ser descartada. Outra limitação é que a pesquisa não incluiu variáveis genéticas e hereditárias. Apesar dessas limitações, os resultados apresentam validade externa para a população adulta residente na área urbana de Florianópolis. A distribuição uniforme das perdas nos decis de renda familiar e a distribuição por sexo e faixa etária semelhante à encontrada nas estimativas do IBGE para a população adulta do município no ano de 2009 contribuíram para esse quadro de inferência.
A prevalência de preHA e HA foi elevada em Florianópolis. Fatores demográficos, socioeconômicos, morbidades e autopercepção de saúde foram associados com a preHA e a HA. O conhecimento sobre a distribuição da HA na população contribui para o planejamento de medidas mais eficazes para reduzir esse problema de saúde pública. No entanto, a fim de propor ações efetivas, é necessário entender que, embora os fatores associados à preHA e HA, como nível de atividade física, pré-obesidade e obesidade, sejam considerados modificáveis, diferentes níveis de ações são usados para reverter essa situação. O presente estudo identificou fatores que exigem a divulgação de conhecimentos e ações específicas na população e, ao mesmo tempo, fatores distais na cadeia de determinação, como status socioeconômico, nível educacional e cor da pele, que requerem a reestruturação das políticas sociais no País.
AGRADECIMENTOS
Ao IBGE, pelo suporte no treinamento; à Profa. Dra. Nilza Nunes da Silva, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, pela sua contribuição na determinação da amostragem; à Secretaria Municipal de Saúde Florianópolis, pelo auxílio na operacionalização da pesquisa.
Correspondência | Correspondence:
Diego Augusto Santos Silva
Universidade Federal de Santa Catarina
Centro de Desportos
Departamento de Educação Física
Campus Universitário Trindade
88010-970 Florianópolis, SC, Brasil
E-mail:
diegoaugustoss@yahoo.com.br
Recebido: 20/7/2011
Aprovado: 23/7/2012
Os autores declaram não haver conflitos de interesse.
a
EpiFloripa: Condições de Saúde de Adultos e Idosos em Florianópolis. Florianópolis; 2009 [citado 2012 nov 11]. Disponível em:
http://www.epifloripa.ufsc.br/
b
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População brasileira. [citado 2009 Fev 10]. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br
1. Barros MBA, Zanchetta LM, Moura EC, Malta DC. Self-rated health and associated factors, Brazil, 2006. Rev Saude Publica. 2009;43 (Suppl 2):S27-S37. DOI:10.1590/S0034-89102009000900005
Self-rated health and associated factors, Brazil, 2006
Rev Saude Publica
2009
S27
S37
43
Barros
MBA
Zanchetta
LM
Moura
EC
Malta
DC
2. Boing AF, Antunes JLF, Carvalho MB, Góis Filho JF, Kowalski LP, Michaluart Jr P, et al. How much do smoking and alcohol consumption explain socioeconomic inequalities in head and neck cancer risk? J Epidemiol Community Health. 2011;65(8):709-14. DOI:10.1136/jech.2009.097691
How much do smoking and alcohol consumption explain socioeconomic inequalities in head and neck cancer risk?
J Epidemiol Community Health.
2011
709
14
8
65
Boing
AF
Antunes
JLF
Carvalho
MB
Góis Filho
JF
Kowalski
LP
Michaluart Jr
P
3. Bruin A, Picavet HSJ, Nossikov A, editors. Health interview surveys: towards international harmonization of methods and instruments. Copenhagen: WHO Regional Office for Europe; 1996. (WHO Regional Publications. European Series, 58).
Health interview surveys: towards international harmonization of methods and instruments
1996
Bruin
A
Picavet
HSJ
Nossikov
A
4. Bryan SN, Katzmarzyk PT. The association between meeting physical activity guidelines and chronic diseases among Canadian adults. J Phys Act Health. 2011;8(1):10-7.
The association between meeting physical activity guidelines and chronic diseases among Canadian adults
J Phys Act Health
2011
10
7
1
8
Bryan
SN
Katzmarzyk
PT
5. Chobanian AV, Bakris GL, Black HR, Cushman WC, Green LA, Izzo Jr JL, et al. The Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure: the JNC 7 report. JAMA. 2003;289(19):2560-72. DOI:10.1001/jama.289.19.2560
The Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure: the JNC 7 report
JAMA
2003
2560
72
19
289
Chobanian
AV
Bakris
GL
Black
HR
Cushman
WC
Green
LA
Izzo Jr
JL
6. Choi KM, Park HS, Han JH, Lee JS, Lee J, Ryu OH, et al. Prevalence of prehypertension and hypertension in a Korean population: Korean National Health and Nutrition Survey 2001. J Hypertens. 2006;24(8):1515-21. DOI:10.1097/01.hjh.0000239286.02389.0f
Prevalence of prehypertension and hypertension in a Korean population: Korean National Health and Nutrition Survey 2001
J Hypertens.
2006
1515
21
8
24
Choi
KM
Park
HS
Han
JH
Lee
JS
Lee
J
Ryu
OH
7. Dallongevillle J, De Bacquer D, Heidrich J, De Backer G, Prugger C, Kotseva K, et al. Gender differences in the implementation of cardiovascular prevention measures after an acute coronary event. Heart. 2010;96(21):1744-9. DOI:10.1136/hrt.2010.196170
Gender differences in the implementation of cardiovascular prevention measures after an acute coronary event
Heart
2010
1744
9
21
96
Dallongevillle
J
De Bacquer
D
Heidrich
J
De Backer
G
Prugger
C
Kotseva
K
8. Erem C, Hacihasanoglu A, Kocak M, Deger O, Topbas M. Prevalence of prehypertension and hypertension and associated risk factors among Turkish adults: Trabzon Hypertension Study. J Public Health (Oxf). 2009;31(1):47-58. DOI:10.1093/pubmed/fdn078
Prevalence of prehypertension and hypertension and associated risk factors among Turkish adults: Trabzon Hypertension Study
J Public Health (Oxf)
2009
47
58
1
31
Erem
C
Hacihasanoglu
A
Kocak
M
Deger
O
Topbas
M
9. Florindo AA, Hallal PC, Moura EC, Malta DC. Practice of physical activities and associated factors in adults, Brazil, 2006. Rev Saude Publica. 2009;43(Suppl 2):S65-S73. DOI:10.1590/S0034-89102009000900009
Practice of physical activities and associated factors in adults, Brazil, 2006
Rev Saude Publica
2009
S65
S73
43
Florindo
AA
Hallal
PC
Moura
EC
Malta
DC
10. Gore C, Norton K, Olds T, Whittingham N, Birchall K, Clough M, et al. Accreditation in anthropometry: an Australian model. In: Norton K, Olds T, editors. Anthropometrica. Sydney: University of South Wales Press; 1996. p.395-411.
Anthropometrica
1996
395
411
Gore
C
Norton
K
Olds
T
Whittingham
N
Birchall
K
Clough
M
Norton
K
Olds
T
11. Jaime PC, Figueiredo ICR, Moura EC, Malta DC. Factors associated with fruit and vegetable consumption in Brazil, 2006. Rev Saude Publica. 2009;43(Suppl 2):S57-S64. DOI:10.1590/S0034-89102009000900008
Factors associated with fruit and vegetable consumption in Brazil, 2006
Rev Saude Publica
2009
S57
S64
43
Jaime
PC
Figueiredo
ICR
Moura
EC
Malta
DC
12. Kearney PM, Whelton M, Reynolds K, Whelton PK, He J. Worldwide prevalence of hypertension: a systematic review. J Hypertens. 2004;22(1):11-9.
Worldwide prevalence of hypertension: a systematic review
J Hypertens.
2004
11
9
1
22
Kearney
PM
Whelton
M
Reynolds
K
Whelton
PK
He
J
13. Kotchen JM, McKean HE, Kotchen TA. Blood pressure trends with aging. Hypertension. 1982;4(5 Pt 2):III128-34.
Blood pressure trends with aging
Hypertension
1982
III128
34
5 Pt 2
4
Kotchen
JM
McKean
HE
Kotchen
TA
14. Kurian AK, Cardarelli KM. Racial and ethnic differences in cardiovascular disease risk factors: a systematic review. Ethn Dis. 2007;17(1):143-52.
Racial and ethnic differences in cardiovascular disease risk factors: a systematic review
Ethn Dis
2007
143
52
1
17
Kurian
AK
Cardarelli
KM
15. Lee DE, Cooper RS. Recommendations for global hypertension monitoring and prevention. Curr Hypertens Rep. 2009;11(6):444-9.
Recommendations for global hypertension monitoring and prevention
Curr Hypertens Rep.
2009
444
9
6
11
Lee
DE
Cooper
RS
16. Lima CT, Freire AC, Silva AP, Teixeira RM, Farrell M, Prince M. Concurrent and construct validity of the audit in an urban Brazilian sample. Alcohol Alcohol. 2005;40(6):584-9. DOI:10.1093/alcalc/agh202
Concurrent and construct validity of the audit in an urban Brazilian sample
Alcohol Alcohol.
2005
584
9
6
40
Lima
CT
Freire
AC
Silva
AP
Teixeira
RM
Farrell
M
Prince
M
17. Lohman TG, Roche AF, Martorell R. Anthropometric standardization reference manual. Champaign: Human Kinetics Books; 1988.
Anthropometric standardization reference manual
1988
Lohman
TG
Roche
AF
Martorell
R
18. Maldonado G, Greenland S. Simulation study of confounder-selection strategies. Am J Epidemiol. 1993;138(11):923-36.
Simulation study of confounder-selection strategies
Am J Epidemiol
1993
923
36
11
138
Maldonado
G
Greenland
S
19. Negrão CE, Rondon MUPB. Exercício físico, hipertensão e controle barorreflexo da pressão arterial. Rev Bras Hipertens. 2001;8(1):89-95.
Exercício físico, hipertensão e controle barorreflexo da pressão arterial
Rev Bras Hipertens.
2001
89
95
1
8
Negrão
CE
Rondon
MUPB
20. Ordúñez P, Silva LC, Rodríguez MP, Robles S. Prevalence estimates for hypertension in Latin America and the Caribbean: are they useful for surveillance? Rev Panam Salud Publica. 2001;10(4):226-31. DOI:10.1590/S1020-49892001001000002
Prevalence estimates for hypertension in Latin America and the Caribbean: are they useful for surveillance?
Rev Panam Salud Publica
2001
226
31
4
10
Ordúñez
P
Silva
LC
Rodríguez
MP
Robles
S
21. Pearson JD, Morrell CH, Brant LJ, Landis PK, Fleg JL. Age-associated changes in blood pressure in a longitudinal study of healthy men and women. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 1997;52(3):M177-83.
Age-associated changes in blood pressure in a longitudinal study of healthy men and women
J Gerontol A Biol Sci Med Sci
1997
M177
83
3
52
Pearson
JD
Morrell
CH
Brant
LJ
Landis
PK
Fleg
JL
22. Pereira MR, Coutinho MSSA, Freitas PF, D'Orsi E, Bernardi A, Hass R. Prevalência, conhecimento, tratamento e controle de hipertensão arterial sistêmica na população adulta urbana de Tubarão, Santa Catarina, Brasil, em 2003. Cad Saude Publica. 2007;23(10):2363-74. DOI:10.1590/S0102-311X2007001000011
Prevalência, conhecimento, tratamento e controle de hipertensão arterial sistêmica na população adulta urbana de Tubarão, Santa Catarina, Brasil, em 2003
Cad Saude Publica
2007
2363
74
10
23
Pereira
MR
Coutinho
MSSA
Freitas
PF
D'Orsi
E
Bernardi
A
Hass
R
23. Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de Nefrologia. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol. 2007;89(3):e24-e79. DOI:10.1590/S0066-782X2007001500012
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
Arq Bras Cardiol
2007
e24
e79
3
89
24. Victora CG, Huttly SR, Fuchs SC, Olinto MT. The role of conceptual frameworks in epidemiological analysis: a hierarchical approach. Int J Epidemiol. 1997;26(1):224-7. DOI:10.1093/ije/26.1.224
The role of conceptual frameworks in epidemiological analysis: a hierarchical approach
Int J Epidemiol.
1997
224
7
1
26
Victora
CG
Huttly
SR
Fuchs
SC
Olinto
MT
25. Wolf-Maier K, Cooper RS, Banegas JR, Giampaoli S, Hense HW, Joffres M, et al. Hypertension prevalence and blood pressure levels in 6 European countries, Canada, and United States. JAMA. 2003;289(18):2363-9. DOI:10.1001/jama.289.18.2363
Hypertension prevalence and blood pressure levels in 6 European countries, Canada, and United States
JAMA
2003
2363
9
18
289
Wolf-Maier
K
Cooper
RS
Banegas
JR
Giampaoli
S
Hense
HW
Joffres
M
26. World Health Organization. Obesity: Preventing and Managing the Global Epidemic. Geneva; 1998. (WHO Technical Report Series 894.
Obesity: Preventing and Managing the Global Epidemic
1998
27. Yang J, Lu F, Zhang C, Liu Z, Zhao Y, Gao F, et al. Prevalence of prehypertension and hypertension in a Chinese rural area from 1991 to 2007. Hypertens Res. 2010;33(4):331-7. DOI:10.1038/hr.2009.235
Prevalence of prehypertension and hypertension in a Chinese rural area from 1991 to 2007
Hypertens Res
2010
331
7
4
33
Yang
J
Lu
F
Zhang
C
Liu
Z
Zhao
Y
Gao
F
Original Articles
Prehypertension and hypertension among adults in a metropolitan area in Southern Brazil: population-based study
OBJECTIVE: To assess the prevalence and factors associated with prehypertension and hypertension among adults. METHODS: Population-based cross-sectional study carried out with a sample of 1,720 adults in the city of Florianópolis, southern Brazil, from September 2009 to January 2012. Information on demographic and socioeconomic factors, health-related behaviors, anthropometric measures, morbidities, and self-rated health was collected through household interviews. Systolic and diastolic blood pressure levels were also assessed as well as use of antihypertensive medications and medical diagnosis of hypertension. The dependent variable was categorized as normal blood pressure, prehypertension and hypertension. Polytomous multiple logistic regression analysis was performed with use of a multinomial logit model. RESULTS: The overall prevalence of prehypertension and hypertension was 36.1% (95%CI 33.3;38.8) and 40.1% (95%CI 36.6, 43.5), respectively. The polytomous regression analysis showed that prehypertension was significantly associated with males, black skin, 50 - 59 years of age, leisure-time physical inactivity, and pre-obesity. Hypertension was associated with males, 40 years of age or more, intermediary tertile of per capita family income, less than 12 years of schooling, leisure-time physical inactivity, pre-obesity, obesity, abdominal obesity, and negative self-rated health. CONCLUSIONS: It is pressing to introduce effective public health policies to control hypertension among adult population in Florianópolis, Southern Brazil.
Hypertension
Epidemiology
Risk Factors
Adult
Cross-Sectional Studies
ORIGINAL ARTICLES
Prehypertension and hypertension among adults in a metropolitan area in Southern Brazil: population-based study
Pre-hipertensión e hipertensión en adultos de Florianópolis (Brasil): estudio de base poblacional
Diego Augusto Santos SilvaI; Edio Luiz PetroskiI; Marco Aurélio PeresII
IDepartamento de Educação Física. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC, Brasil
IIDepartamento de Saúde Pública. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC, Brasil
Correspondence
ABSTRACT
OBJECTIVE: To assess the prevalence and factors associated with prehypertension and hypertension among adults.
METHODS: Population-based cross-sectional study carried out with a sample of 1,720 adults in the city of Florianópolis, Southern Brazil, from September 2009 to January 2012. Information on demographic and socioeconomic factors, health-related behaviors, anthropometric measures, morbidities, and self-rated health was collected through household interviews. Systolic and diastolic blood pressure levels were also assessed as well as use of antihypertensive medications and medical diagnosis of hypertension. The dependent variable was categorized as normal blood pressure, prehypertension and hypertension. Polytomous multiple logistic regression analysis was performed with use of a multinomial logit model.
RESULTS: The overall prevalence of prehypertension and hypertension was 36.1% (95%CI 33.3;38.8) and 40.1% (95%CI 36.6, 43.5), respectively. The polytomous regression analysis showed that prehypertension was significantly associated with males, black skin, 50-59 years of age, leisure-time physical inactivity, and pre-obesity. Hypertension was associated with males, 40 years of age or more, intermediary tertile of per capita family income, less than 12 years of schooling, leisure-time physical inactivity, pre-obesity, obesity, abdominal obesity, and negative self-rated health.
CONCLUSIONS: It is pressing to introduce effective public health policies to control hypertension among adult population in Florianópolis, Southern Brazil.
Descriptors: Hypertension. Epidemiology. Risk Factors. Adult. Cross-Sectional Studies.
RESUMEN
OBJETIVO: Estimar la prevalencia y los factores asociados de pre-hipertensión e hipertensión arterial en adultos.
MÉTODOS: Estudio transversal, de base poblacional, con 1.720 adultos en Florianópolis, SC, Brasil, de septiembre de 2009 a enero de 2010. Informaciones demográficas, socioeconómicas, comportamientos relacionados a la salud, medidas antropométricas, morbilidades y autopercepción de salud fueron colectadas por medio de entrevistas domiciliares. Niveles de presión arterial sistólica y diastólica fueron evaluados. Adicionalmente, se preguntó sobre la ingesta de medicamentos y diagnóstico médico para hipertensión. La variable dependiente fue categorizada en normal, pre-hipertensión e hipertensión arterial. La regresión logística politómica múltiple fue empleada con uso del modelo Logit multinomial.
RESULTADOS: La prevalencia de pre-hipertensión e hipertensión arterial fue de 36,1% (IC95% 33,3;38,8) y 40,1% (IC95% 36,6;43,5), respectivamente. El análisis de regresión politómico multivariable reveló que la pre-hipertensión estuvo asociada a hombres de color de piel negra, grupo etario encima de 50 años, inactivos físicamente en momentos de ocio y con pre-obesidad. La hipertensión arterial estuvo asociada a hombres, de color de piel negra, grupo etario encima de 40 años, tercil intermediario de renta per capita, escolaridad menor de 12 años, inactivos físicamente, pre-obesidad, obesidad, circunferencia de la cintura elevada y percepción negativa del estado de salud.
CONCLUSIONES: Para controlar la hipertensión arterial en la población adulta de Florianópolis, es urgente aplicar políticas públicas eficaces para combatir la pre-hipertensión.
Descriptores: Adulto. Pre-hipertensión. Epidemiologia. Hipertensión, epidemiologia. Factores de Riesgo. Estudios Transversales.
INTRODUCTION
Hypertension (HT) is one of the most important risk factors in cardiovascular disease which causes early death in adults.15 The prevalence of HT in the adult population varies from 5.2% to 70.7% throughout the world.12,23 Immutable characteristics such as sex and skin colour/race, macro-structural determinants such as socio-economic status and degree of urbanisation and lifestyle factors capable of modification such as nutrition, physical activity and alcohol and tobacco consumption all affect blood pressure levels.15,23
A recent report from the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation and Treatment of High BP (JNC-7) provided new guidelines for the prevention and detection of HT.5 The detection of prehypertension (PreHT) is as important as the diagnosing of H, according to the JNC-7. PreHT is not an illness; however, those with prehypertension are at greater risk of developing HT and increase their risk of cardiovascular disease compared with normotensive individuals.5
Studies of the prevalence of HT in adults have reported values of 22% and 44% in Brazil. HT was more prevalent in older people, those with black skin, those with low socioeconomic status, those with a diet high in salt and those who were overweight.23 Although it is relevant to public health to investigate the prevalence of HT and the associated factors, it is also necessary to analyse preHT. Diagnosing preHT is important so that campaigns to diminish the damage caused by HT and the cost of hospital admissions due to cardiovascular disease can begin earlier.5 In 2005, in Brazil, these costs had an estimated value of US$ 2,250, 417, 514.00.23
The majority of studies of HT in Brazil have been carried out away from the state capitals, in cities and towns which have a more tranquil pace of life. Only one study on preHT was carried out with adults, and that was in a small town.22 The prevalence and the consequences of high blood pressure are more evident in the big cities than in small towns, as a result of greater consumption of processed food, stress and physical inactivity.23
This study aims at estimating the prevalence and factors associated with preHT and HT in adults.
METHODS
This study is a health survey which took place between September 2009 and January 2010, part of the population based project "EpiFloripa Adultos 2009",ª of adults in Florianópolis, SC.
Florianópolis, with a population of 421,203 inhabitants, had the best social and health indicators of all the state capitals in 2010, according to IBGE (Brazilian Institute of Geography and Statistics).b
The size of the sample was calculated in order to estimate the prevalence of each health outcome investigated, the reference population being 249,530 adults between the ages of 20 and 50, the confidence interval being 95%, sampling error 3.5 percentage points, design effect (deff) estimated at 2 due to cluster sampling and percentage losses estimated to be 10%. We interviewed 32 adults in each of the 63 census districts, increasing the sample size to 2016 individuals.
By considering the parameters of study power to be 80%, confidence intervals of 95% and number of subjects in each category of the independent variables, this study found, in unadjusted analysis, odds ratio of 1.3 and 0.7 as risk and protection factors respectively.
Selection of the sample went through two stages. In the first stage, 420 census districts were stratified according to income of the head of the household (R$ 192.80 to R$ 13,209.50, equivalent to US$ 327.76 to US$ 22,456.15) and systematically randomly selected 60 sectors (sample fraction = 7), making six sectors in each decile. In the second stage, the sampling units were households. The number of houses in each randomly selected sector was updated by the supervisors of the study, who counted the number of dwellings in each of the selected sectors (the number of dwellings ranged from 61 to 810). The result of this process was sixty three census districts, totalling 16,755 eligible families, of which 1,134 were systematically selected. On average, 32 adults were selected from each census district.
Adults aged 20 to 59, who resided in the dwellings selected, were eligible for the study. Exclusion criteria were: being bedridden, amputees or those with limbs in plaster, neurological disorders which interfered with understanding of the interview questions. Pregnant women and those who had had a child in the six months previous to the study did not have their blood pressure or anthropometric measurements taken, as this would affect the values obtained.23 If the selected individual was not encountered after at least four visits, including one during the weekend and one in the evening, this was considered a loss.
Face to face interviews were carried out with the adults living in the selected dwellings. There has been the selection of 35 five interviewers who had completed Secondary education and were available for the entire period of the survey in order to carry out this field work. They used a Personal Digital Assistant (PDA) to record and store the data obtained, eliminating the need for inputting data later.
Quality control of the responses was conducted weekly by verifying 15% of the interviews carried out (n = 248), selected randomly for each sector. Key information was verified through telephone contact by the field supervisor. The value of Kappa varied from 0.6 to 1.0 in the concordance analysis.
Comprehension of the questions was tested beforehand by giving the questionnaire to 30 adults resident in an area covered by one of the municipality's health units. A pilot study, with around 100 people from two census districts randomly selected for the purpose, was carried out after the interviewers had received training. The results were not incorporated into the study.
Systolic and diastolic blood pressure (SBP and DBP) were measured twice and the average of the two values recorded. Resting time before and between the two measurements was approximately 15 minutes. Measurements were taken using the right arm, resting on a table at heart height, palm upwards. The individuals were seated, with both feet on the floor.23 All of the interviewees were recommended not to smoke or drink coffee, mate (tea) or black tea and to empty the bladder before blood pressure was taken.23 Electronic Sphygmomanometers with a digital display (Techline®), previously and adequately calibrated by Inmetro (National Institute of Metrology, Standardization and Industrial Quality) were used to measure blood pressure. Normal blood pressure was defined as when the individual reported that they were not taking any medication for high blood pressure, had not been diagnosed with high blood pressure and had SBP lower than 120 mmHg and DBP lower than 80 mmHg.5 PreHT was defined when the individual reported that they were not taking any medication for high blood pressure, had not been diagnosed with high blood pressure and had SBP of 120-139 mmHg or DBP of 80-89 mmHg.5 HT was defined as when the subjected reported being on medication for high blood pressure and/or had been diagnosed as having hypertension, and/or SBP of 140 mmHg or higher and/or DBP of 90 mmHg or higher.5
The independent variables were sex (masculine: feminine); age group (in full years: 20 to 29, 30 to 39, 40 to 49 and 50 to 59); self-reported skin colour (white, light- or dark-skinned black - those subjects who referred to their skin colour as yellow = 1.0% and indigenous = 1.2% were excluded from the tables due to being low frequency, although they were used in the association analysis); level of education (in years of study with passing successfully in the education system: 0 to 4 years, 5 to 8 years, 9 to 11 years and ≥ 12 years); household income per capita (in R$: (1º tercile = up to R$ 566.90; 2º tercile = R$ 567.00 to 1,300.00; and 3º tercile = R$ 1,300.10 to 33,333.00); private health plan (yes; no) and occupation. At time of collection the Brazilian classification of occupations was adopted, which was later adapted to the British classification according to Boing et al.2 Occupations were classified as manual (III - specialised, IV - semi-specialised, V - unskilled) or non-manual (I - university graduates. II - administrative and technical, III - specialist professionals).
Smoking was evaluated using the following categories: non-smoker, ex-smoker, light smoker (< 10 cigarettes/day, moderate smoker (10 to 20 cigarettes/day) and heavy smoker (> 20 cigarettes/day). The last two categories were grouped together. The Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT) was used to identify those who had problems with alcohol, using a cut-off point to classify individuals into either no (0-7) or yes (≥ 8).16 Physical activity and nutrition were evaluated with a questionnaire used in the Vigitel system.9,11 Those who did no physical activity in their free time, or had done so less than once a week in the three months previous to the interview were deemed inactive; those who had done some kind of physical activity in their free time at least once a week over the same period were deemed active.9 nutrition was evaluated according to regular consumption of fruit and vegetables.11
The anthropometric measurements; body mass, height and waist circumference were evaluated according to standardised procedures.17 Body mass Index (BMI) and waist circumference were categorised according to the literature.26 BMI was categorised as obese (BMI ≥ 30 kg/m2), pre-obese/overweight (BMI of 25.0 to 29.9 kg/m2) and normal weight (IMC < 25 kg/m2). Underweight individuals were excluded from the tables due to low frequency (2.0%), although they were included in the association analysis. Waist circumference (WC) was analysed using cut off points according to the risk of developing metabolic complications, the categories were: very high risk (men ≥ 102 cm, women ≥ 88 cm), increased risk (men ≥ 94 cm, women ≥ 80 cm) and no risk men < 94 cm, women < 80 cm). Technical error of measurement (TEM) inter and intra evaluator was calculated according to the recommendations of Gore et al.10 The maximum TEM value of inter (1.86%) and intra evaluators (1.18%) was for measuring waist circumference, which indicated an adequate level for the interviewers taking anthropometric measurements.
The subjects responded to the question of whether they had been diagnosed with diabetes (yes; no). Self-evaluation of health was measured in five categories and dichotomised into positive (very good and good) and negative (regular, bad and very bad) self-evaluations of health.3
We used values for the mean, absolute and relative frequency to describe the variables. Polytomous logistic regression with the multinomial Logit model was carried out to determine factors associated with preHT and HT.
The variables were grouped into a hierarchical model from distal to proximal determinants.24 The demographic variables (sex, age and skin colour) were in the distal block (level 1), followed by the socio-economic variables (level 2) (per capita income, level of education, private health plan and occupation), then health related behaviour (level 3) (tobacco and alcohol consumption, physical activity and nutrition), morbidities (level 4) (obesity, abdominal obesity and diabetes) with self-perception of health in the proximal level (level 5). The variables were included in the adjusted model, irrespective of the raw analysis p. The forward and backward methods showed similar results, and we opted for the backward method. We adjusted those variables at the same level and of higher levels which had results of more than p < 0.20 in the Wald test.
The analyses were stratified according to sex due to the nature of the outcome and the different prevalence of HT in men and women. However, on verifying factors which were associated with preHT and HT in both sexes, we observed that the same factors were repeated irrespective of sex, modifying the magnitude of the correlation, without changing its direction. We opted not to carry out analyses stratified by sex in order to increase the power of the statistical analyses. The analyses were carried out using Stata 11.0 software taking into consideration design effect and sample weight.
This study was approved by the Committee for Ethical Research on Humans of the Universidade Federal de Santa Catarina (nº 351/08). The subjects were informed of the aims of the study and signed consent forms.
RESULTS
The study counted on the participation of 1,720 adults (response rate 85.3%), with an average age of 38.1 (standard deviation = 11.6). Design effects were, respectively, 1.4 and 2.1 for exposure to preHT and HT.
The majority of the sample were female, with white skin, aged 20 to 29 with more than 12 years in the educational system, with private health plans and non-manual occupation. Approximately a fifth of the sample reported problems with alcohol and were smokers. More than half did no physical activity in their free time and did not regularly eat fruit and vegetables. The prevalence of obesity, abdominal obesity and diabetes was 16.1%, 16.2% and 6.7% respectively. Almost a fifth of the individuals evaluated their own health negatively (Table 1).
The average SBP and DBP was 133.0 mmHg (95%CI 132.0;133.9) and 85.0 mmHg (95%CI 84.3;85.6), respectively. The prevalence of preHT and HT was 36.1% (95%CI 33.3;38.8) and 40.1% (95%CI 36.6;43.5), respectively (Table 2).
Polytomous logistic regression in the raw analysis showed that the chances of the subjects having preHT and HT, when compared with normotensive individuals, were greater in individuals who were male, who had black skin, with a low level of education, with BMI > 25 kg/m2 and with waist circumference values in the risk category. The chances of having HT were greater for people over 40, those in the intermediate tercile for income, those who had a manual occupation, those with alcohol abuse issues, those who smoked 10 or more cigarettes a day, those who were physically inactive in their free time, those with unsuitable nutrition, diabetics and those with a negative perception of their own health in the raw analysis (Table 3).
The chances of the subjects having preHT, when compared with normotensive individuals, were greater, in the adjusted analysis, in the following groups: male, black skin, over 50s, physically inactive and overweight. The chances of having HT, when compared with normotensive individuals, were greater for men, those with black skin, those over 40, those in the intermediate tercile for income, those who had spent < 12 years in the education system, those who were physically inactive, those who were overweight and obese, those with high values for waist circumference and those with a negative perception of their own health (Table 3).
DISCUSSION
The combined prevalence of preHT and HT (76.2%) was greater than that found in other studies6,8 and lower than that found in a survey in China.27 The analysis of the prevalence of HT alone in Florianópolis (41%) was higher than that of Italy,25 Switzerland,25 USA,25 Canada,25 Mexico,20 Venezuela,20 Chile,20 Ecuador20 and South Korea,6 but was lower than that of Germany,25 Finland,25 Turkey,8 Spain25 and Cuba20 and similar to that of England.25
PreHT and HT were strongly associated with being male, confirming previous studies.22 However, other researchers have found that women had a greater prevalence to preHT and HT than men.8 Gender in itself hardly seems to determine blood pressure levels. Habits affecting health may determine the magnitude with which HT is associated with sex.7 The greater prevalence of preHT and HT in men may be related to risk factors present in men when compared to women.
PreHT is strongly correlated with having black skin. Kurian & Cardarelli14 demonstrated that HT and cardiovascular disease is more prevalent in those with black skin than those with white skin. The authors explain their findings based on social inequalities between the two segments of the population, which hinders access to diagnosis and treatment of HT. Those with black skin make up the segment of the Brazilian population which most feels the impact of social inequalities, a fact which can be explained historically, mainly due to slavery in Brazil in the nineteenth century.
Correlation was found between HT and age group, from the age of 40 onwards, and with preHT from the age of 50 onwards. On average, SBP is relatively stable in both men and women until the age of 45; afterwards, there is an increase of 5-8 mmHg/decade. DBP increases one mmHg/decade in men, whereas in women it starts to increase on reaching middle age and tends to decrease again after the age of 70.21 Kotchen et al13 report that increases in blood pressure is not an integral part of the ageing process. Primitive societies which have been analysed showed no increase in blood pressure with age and HT was practically unknown. Individuals in these societies consume little salt, there is the possibility that salt intake over the years is behind the apparent effect of ageing on blood pressure in industrialised societies.
Low levels of education and income per capita were associated with HT, as in other studies.6,8 The high prevalence of HT in subjects of lower socio-economic status and education may be the result of other factors which affect blood pressure levels, such as stress, working conditions and unsuitable eating habits, being sedentary and the difficulty of accessing health services so as to HT being diagnosed and treated.8
PreHT and HT were directly correlated with physical inactivity in leisure time, even after adjusting for demographic and socio-economic variables and other habits which impact on health. Similar results have been found by other authors4 Doing moderately intense physical activity regularly results in hemodynamic changes that promote lowering blood pressure, such as a reduction in cardiac output and decreased systemic vascular resistance.19 Physical activity could be an important tool in preventing and treating HT.
Levels of abdominal fat and body fat are strongly associated with HT. Obesity is considered the main risk factor in developing HT.23 In this study, 25.6% and 31.3% of hypertensive individuals had normal values for BMI and WC, respectively. This shows that obesity is a serious public health issue in Florianópolis. It is necessary to encourage active life styles to reduce weight and promote suitable blood pressure levels.
Negative self-evaluations of health are associated with poor quality of life and the presence of morbidities such as HT.1 In this study, HT was associated with negative self-evaluations of health even after adjusting for other variables. HT has an important impact on perceptions of health, above all because it results in consequences for the organism. If not controlled, it may lead to problems such as arteriosclerosis, heart failure and loss of vision.5,12,15
This study is the first to be population based an investigate prevalence of preHT and HT in a Brazilian state capital. Previous studies in Brazilian state capital have investigated only the prevalence of HT. Analysing preHT may be useful in the implementation of public health policies aimed at preventing HT and the health problems associated with this illness.
One of the limitations of this study was the transversal design, which did not allow us to state whether or not the associated factors determine, or are determined by, blood pressure. However, the possibility of reverse causality cannot be ruled out. Another limitation is that the study did not include genetic or hereditary variables. In spite of these limitations, the results have external validity for the adult population resident in the urban area of Florianópolis. The uniform distribution of the losses in family income deciles and the distribution by sex and age group similar to that found in the estimates of the IBGE for the adult population of the municipality in 2009 contribute to this framework of inferences.
The prevalence of preHT and HT in Florianópolis was high. Demographic and socio-economic factors, morbidities and perceptions of own health were associated with preHT and HT. Knowledge about the distribution of HT in the population contributes to the planning of more efficient measures for reducing this public health problem. However, in order to propose effective actions it is necessary to understand that, although factors associated with preHT and HT such as level of physical activity, being overweight and obesity are considered as modifiable, different levels of action are used to reverse this situation. This study identified factors which necessitate the diffusion of knowledge and specific actions in the population and, at the same time, distal factors in the chain of determination such as socio-economic status, level of education and skin colour which require restructuring the country's social policies.
ACKNOWLEDGEMENTS
To the IBGE, for support in training; to the Associate Professor Nilza Nunes da Silva, of the Faculdade de Saúde Pública from the Universidade de São Paulo, for contribution in determining the sample; to the Municipal Health Secretariat of Florianópolis, for the help in carrying out the research.
REFERENCES
Correspondence:
Diego Augusto Santos Silva
Universidade Federal de Santa Catarina
Centro de Desportos
Departamento de Educação Física
Campus Universitário Trindade
88010-970 Florianópolis, SC, Brasil
E-mail:
diegoaugustoss@yahoo.com.br
Received: 7/20/2011
Approved: 7/23/2012
The authors declare that there were no conflicts of interest.
a
EpiFloripa: Health Conditions in Adult and the Elderly in Florianópolis. Florianópolis; 2009 [cited 2012 Nov 11]. Available from:
http://www.epifloripa.ufsc.br/
b
Brazilian Institute of Geography and Statistics. Brazilian population. [cited 2009 Feb 10]. Available from:
http://www.ibge.gov.br
Autoría
Diego Augusto Santos Silva
Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Educação Física , Florianópolis, Santa Catarina, BrazilUniversidade Federal de Santa CatarinaBrazilFlorianópolis, Santa Catarina, BrazilUniversidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Educação Física , Florianópolis, Santa Catarina, Brazil
Edio Luiz Petroski
Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Educação Física , Florianópolis, Santa Catarina, BrazilUniversidade Federal de Santa CatarinaBrazilFlorianópolis, Santa Catarina, BrazilUniversidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Educação Física , Florianópolis, Santa Catarina, Brazil
Marco Aurélio Peres
Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Saúde Pública , Florianópolis, Santa Catarina, BrazilUniversidade Federal de Santa CatarinaBrazilFlorianópolis, Santa Catarina, BrazilUniversidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Saúde Pública , Florianópolis, Santa Catarina, Brazil
SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS
Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Educação Física , Florianópolis, Santa Catarina, BrazilUniversidade Federal de Santa CatarinaBrazilFlorianópolis, Santa Catarina, BrazilUniversidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Educação Física , Florianópolis, Santa Catarina, Brazil
Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Saúde Pública , Florianópolis, Santa Catarina, BrazilUniversidade Federal de Santa CatarinaBrazilFlorianópolis, Santa Catarina, BrazilUniversidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Saúde Pública , Florianópolis, Santa Catarina, Brazil
Silva, Diego Augusto Santos, Petroski, Edio Luiz y Peres, Marco Aurélio. Pre-hipertensión e hipertensión en adultos de Florianópolis (Brasil): estudio de base poblacional. Revista de Saúde Pública [online]. 2012, v. 46, n. 6 [Accedido 18 Abril 2025], pp. 988-998. Disponible en: <https://doi.org/10.1590/S0034-89102012000600008>. Epub 17 Mayo 2013. ISSN 1518-8787. https://doi.org/10.1590/S0034-89102012000600008.
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São PauloAvenida Dr. Arnaldo, 715, 01246-904 São Paulo SP Brazil, Tel./Fax: +55 11 3061-7985 -
São Paulo -
SP -
Brazil E-mail: revsp@usp.br
rss_feed
Acompanhe os números deste periódico no seu leitor de RSS
scite shows how a scientific paper has been cited by providing the context of the citation, a classification describing whether it supports, mentions, or contrasts the cited claim, and a label indicating in which section the citation was made.