Open-access Consumo de medicamentos por ancianos, Goiania, Brasil

rsp Revista de Saúde Pública Rev. Saúde Pública 0034-8910 1518-8787 Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo São Paulo, SP, Brazil OBJETIVO: Analizar el patrón de consumo de medicamentos entre ancianos y su asociación con aspectos socioeconómicos y autopercepción de salud. MÉTODOS: Estudio de base poblacional y delineamiento transversal con 934 ancianos de Goiania, GO, Brasil, entre diciembre de 2009 y abril de 2010. Los datos fueron colectados por medio de cuestionario. Las variables estudiadas fueron: número de medicamentos consumidos, sexo, estado civil, escolaridad, tipo de vivienda, edad, renta y autopercepción de la salud. Los medicamentos fueron clasificados de acuerdo al Anatomical Therapeutic and Chemical Classification. Los medicamentos inadecuados para ancianos se identificaron según el Criterio de Beers-Fick. Las pruebas utilizadas fueron Chi-cuadrado (X2) y exacto de Fisher y el p fue considerado significativo al ser <0,05. RESULTADOS: Los ancianos consumían 2.846 medicamentos (3,63 medicamentos/anciano). Los más consumidos actuaban en el sistema cardiovascular (38,6%). La prevalencia de polifarmacia fue de 26,4% y de la automedicación de 35,7%. Los medicamentos más consumidos por automedicación fueron los analgésicos (30,8%), 24,6% de los ancianos consumía medicamento considerado inadecuado. Mujeres, viudos, ancianos con 80 años o más y con peor autorpercepción de salud practicaban más la polifarmacia. La mayor práctica de automedicación estuvo asociada con menor escolaridad y peor autopercepción de salud. CONCLUSIONES: El patrón de consumo de medicamentos por ancianos fue semejante al encontrado en ancianos de otras regiones de Brasil. El número de medicamentos usados, la prevalencia de las prácticas de polifarmacia y automedicación y consumo de medicamentos inadecuados estuvieron dentro del promedio nacional. ARTIGOS ORIGINAIS Consumo de medicamentos por idosos, Goiânia, Brasil Medicine use by the elderly in Goiania, Midwestern Brazil Consumo de medicamentos por ancianos, Goiania, Brasil Thalyta Renata Araújo SantosI; Dione Marçal LimaI; Adélia Yaeko Kyosen NakataniII; Lílian Varanda PereiraII; Geraldo Sadoyama LealIII; Rita Goreti AmaralI IFaculdade de Farmácia. Universidade Federal de Goiás Universidade Federal de Goiás. Goiânia, GO, Brasil IIFaculdade de Enfermagem. Universidade Federal de Goiás. Goiânia, GO, Brasil IIIDepartamento de Ciências Biológicas - Campus Catalão. Universidade Federal de Goiás. Catalão, GO, Brasil Endereço para correspondência RESUMO OBJETIVO: Analisar o padrão de consumo de medicamentos entre idosos e sua associação com aspectos socioeconômicos e autopercepção de saúde. MÉTODOS: Estudo de base populacional e delineamento transversal com 934 idosos de Goiânia, GO, Brasil, entre dezembro de 2009 e abril de 2010. Os dados foram coletados por meio de questionário. As variáveis estudadas foram: número de medicamentos consumidos, sexo, estado civil, escolaridade, tipo de moradia, idade, renda e autopercepção de saúde. Os medicamentos foram classificados segundo o Anatomical Therapeutic and Chemical Classification. Os medicamentos impróprios para idosos foram identificados segundo o Critério de Beers-Fick. Os testes utilizados foram Qui-quadrado (X2) e exato de Fisher e p foi considerado significativo quando < 0,05. RESULTADOS: Os idosos consumiam 2.846 medicamentos (3,63 medicamentos/idoso). Os mais usuais atuavam no aparelho cardiovascular (38,6%). A prevalência de polifarmácia foi de 26,4% e da automedicação de 35,7%. Os medicamentos mais ingeridos por automedicação foram os analgésicos (30,8%); 24,6% dos idosos consumia medicamento considerado impróprio. Mulheres, viúvos, idosos com 80 anos ou mais e com pior autopercepção de saúde praticavam mais a polifarmácia. A maior prática da automedicação esteve associada com menor escolaridade e pior autopercepção de saúde. CONCLUSÕES: O padrão do consumo de medicamentos por idosos foi semelhante ao encontrado em idosos de outras regiões do Brasil. O número de medicamentos usados, a prevalência das práticas da polifarmácia e automedicação e consumo de medicamentos impróprios estiveram dentro da média nacional. Descritores: Idoso. Uso de Medicamentos. Quimioterapia Combinada. Medicamentos de Uso Contínuo. Automedicação. Auto-Avaliação Diagnóstica. Estudos Transversais. ABSTRACT OBJECTIVE: To analyze the pattern of use of medications use in aged people and associate it with socioeconomic aspects and with the self-rated health. METHODS: A population-based cross-sectional design study with 934 elderly people from Goiania, Midwestern Brazil, between December 2009 and April 2010. Data were collected through a questionnaire. The dependent variable was the number of medications consumed and the independent variables were sex, marital status, education, type of residence, age, income, and self-rated health. Drugs were classified according to the Anatomical Therapeutic Chemical Classification. The inappropriate drugs for the elderly were identified according to the Beers-Fick criteria. The tests used were Chi-square and Fisher's exact test, p was considered significant when < 0.05. RESULTS: The elderly consumed 2,846 medicines (3.63 medications/person). The most commonly consumed were those which act in the cardiovascular system (38.6%). The prevalence of polypharmacy was 26.4% and self-medication was 35.7%. The most used drugs for self-medication were analgesics (30.8%), 24.6% of the elderly consumed drug considered inappropriate. Women, widows, those aged 80 or over and with worse self-rated health were more likely to practiced more polypharmacy. Most self-medication was associated with lower levels of education and worse self-rated health. CONCLUSIONS: The pattern of drug use by the elderly was similar to that found in the elderly in other regions of Brazil. The number of drugs used, the prevalence of self-medication and practice of polypharmacy and inappropriate drug use were within the national average. Descriptors: Aged. Drug Utilization. Drug Therapy, Combination. Drugs of Continuous Use. Self Medication. Diagnostic Self Evaluation. Cross-Sectional Studies. RESUMEN OBJETIVO: Analizar el patrón de consumo de medicamentos entre ancianos y su asociación con aspectos socioeconómicos y autopercepción de salud. MÉTODOS: Estudio de base poblacional y delineamiento transversal con 934 ancianos de Goiania, GO, Brasil, entre diciembre de 2009 y abril de 2010. Los datos fueron colectados por medio de cuestionario. Las variables estudiadas fueron: número de medicamentos consumidos, sexo, estado civil, escolaridad, tipo de vivienda, edad, renta y autopercepción de la salud. Los medicamentos fueron clasificados de acuerdo al Anatomical Therapeutic and Chemical Classification. Los medicamentos inadecuados para ancianos se identificaron según el Criterio de Beers-Fick. Las pruebas utilizadas fueron Chi-cuadrado (X2) y exacto de Fisher y el p fue considerado significativo al ser <0,05. RESULTADOS: Los ancianos consumían 2.846 medicamentos (3,63 medicamentos/anciano). Los más consumidos actuaban en el sistema cardiovascular (38,6%). La prevalencia de polifarmacia fue de 26,4% y de la automedicación de 35,7%. Los medicamentos más consumidos por automedicación fueron los analgésicos (30,8%), 24,6% de los ancianos consumía medicamento considerado inadecuado. Mujeres, viudos, ancianos con 80 años o más y con peor autorpercepción de salud practicaban más la polifarmacia. La mayor práctica de automedicación estuvo asociada con menor escolaridad y peor autopercepción de salud. CONCLUSIONES: El patrón de consumo de medicamentos por ancianos fue semejante al encontrado en ancianos de otras regiones de Brasil. El número de medicamentos usados, la prevalencia de las prácticas de polifarmacia y automedicación y consumo de medicamentos inadecuados estuvieron dentro del promedio nacional. Descriptores: anciano. utilización de medicamentos. quimioterapia combinada. medicamentos de uso contínuo. automedicación. autoevaluación diagnóstica. estudios transversales. INTRODUÇÃO O envelhecimento da população é considerado como um fenômeno mundial e configura um dos maiores desafios da saúde pública contemporânea.3 O Brasil encontra-se nesse cenário. O Censo Populacional de 2010 mostrou que os idosos correspondiam a 12,0% da população, os quais representam 9,3% da população total de Goiás e 9,6% em Goiânia.a A maior prevalência de doenças crônicas faz dos idosos grandes consumidores de serviços de saúde e possivelmente o grupo mais medicalizado da sociedade. A população idosa contribui com aproximadamente 25,0% do total das vendas de medicamentos em países desenvolvidos.2 Propostas terapêuticas empregando o uso de vários medicamentos concomitantemente são inapropriadas e podem gerar sérias consequências para os idosos e até ser fatais, devido às alterações no metabolismo produzidas pelo avanço da idade.17 A não adesão ao tratamento farmacológico, as reações adversas, as interações medicamentosas, o alto custo com a medicação e hospitalizações são as principais consequências da prática da polifarmácia.7 O organismo do idoso apresenta alterações em suas funções fisiológicas que não devem ser desconsideradas. Essas alterações levam a uma farmacocinética diferenciada e maior sensibilidade aos efeitos terapêuticos e adversos dos fármacos.19 Alguns medicamentos são considerados impróprios para idosos por redução de sua eficácia terapêutica ou por apresentarem risco aumentado de efeitos adversos que superam seus benefícios.9 A automedicação coloca em risco a saúde da população idosa. Essa prática pode acentuar os riscos relacionados aos medicamentos prescritos, retardar o diagnóstico adequado e mascarar uma doença.23 O conhecimento sobre o consumo de medicamentos pela população idosa e seus fatores relacionados é imprescindível para que seja possível fazer redefinições em políticas públicas voltadas para a melhoria das condições de vida e saúde dos idosos. Este estudo teve como objetivo analisar o padrão do consumo de medicamentos em idosos, sua associação com aspectos socioeconômicos e autopercepção de saúde. MÉTODOS Estudo descritivo transversal, de base populacional, com 934 idosos de Goiânia, GO, de dezembro de 2009 a abril de 2010. O tamanho da amostra foi calculado a partir do número de idosos no município em 2007 (7,0% de 1.249.645 habitantes) e frequência esperada de 30,0% para os objetivos específicos do inquérito epidemiológico, com intervalo de 95% de confiança, nível de significância de 5%, precisão absoluta de 5% e efeito do desenho da amostra por conglomerados (DEFF) de 1,8. Foi acrescentado 11,0% como possível índice de perda, chegando a uma amostra de 934 idosos. Consideraram-se elegíveis indivíduos ≥ 60 anos e que dormiam mais de quatro dias por semana na residência onde foi realizada a entrevista. Foram excluídos aqueles que não estavam no domicílio no momento da visita. Os entrevistadores foram previamente treinados pela equipe da Revisi. Estudo piloto foi realizado com 50 idosos para avaliar o instrumento a ser utilizado na pesquisa e para identificar o número médio de idosos em cada Setor Censitário (SC) do município. Cada SC tinha em média 17 idosos. Assim, seriam necessários 56 SC para alcançar a amostra. Os SC foram sorteados aleatoriamente por meio de sistema eletrônico de randomização a partir dos 912 SC que compõem a zona urbana de Goiânia. Foram realizados sorteios para definir os quarteirões e as esquinas em que a coleta de dados deveria iniciar para todos os SC sorteados. A primeira residência foi visitada a partir da esquina sorteada, excluindo todo imóvel que não fosse residencial. Quando não havia idoso na residência, o entrevistador deslocava-se para o próximo domicílio até identificar um idoso, reiniciando a busca sistemática. Ao visitar duas casas consecutivas com idosos residentes, a segunda casa não foi incluída. Prosseguiu-se assim até completar o total estimado de idosos nos SC para a amostra. O idoso elegível era convidado a participar da pesquisa e a responder ao questionário. O questionário era composto por 12 seções e entregue à secretaria central para o controle de qualidade dos dados, após devidamente preenchido. A variável dependente foi o número de medicamentos consumidos e as independentes foram sexo, estado civil, escolaridade, tipo de moradia, idade, renda e autopercepção de saúde. As seguintes perguntas foram utilizadas: "Quais os medicamentos que o(a) senhor(a) consome regularmente?" e "Quem indicou esse medicamento foi o médico, vizinho, balconista da farmácia, você mesmo, algum familiar ou é de uma receita médica antiga?". Era pedido ao idoso que mostrasse os medicamentos consumidos e as respectivas receitas, e os nomes dos medicamentos eram copiados diretamente dos rótulos. Foi considerada receita antiga aquela com data superior a três meses. As informações contidas no questionário foram utilizadas para verificar associação da polifarmácia e da automedicação com as condições socioeconômicas e com a autopercepção de saúde e entre as práticas da polifarmácia e da automedicação. O número de medicamentos foi contabilizado a partir dos citados pelos idosos e definiu-se a prática de polifarmácia como o consumo de cinco medicamentos ou mais.13 A seguinte pergunta foi utilizada para avaliar a autopercepção de saúde: "Em geral o(a) senhor(a) diria que sua saúde é ótima, boa, regular, ruim ou péssima?". Sobre o perfil socioeconômico, foram solicitadas informações sobre sexo, idade, escolaridade, estado civil, renda familiar e tipo de moradia. O princípio ativo de cada medicamento foi identificado e foram classificados de acordo com o Anatomical Therapeutic and Chemical Classification - ATCb em 14 grandes grupos, que corresponderam ao grupo anatômico. Cada grupo foi subdividido em subgrupos, correspondendo ao grupo terapêutico. Os dois primeiros grupos (anatômico e subgrupo terapêutico) foram os estudados no presente estudo. Essa classificação não englobou os produtos naturais, classificados como fitoterápicos. O Critério de Beers-Fick9 foi utilizado para identificar a prevalência do consumo de medicamentos impróprios pelos idosos. Foi verificado se cada medicamento utilizado pelos idosos estava na lista desse critério segundo princípio ativo. As variáveis numéricas foram exploradas pelas medidas descritivas de centralidade e de dispersão e as variáveis categóricas foram exploradas por frequências simples absolutas e relativas. Para investigar associação entre as variáveis qualitativas, foi utilizado o teste de Qui-quadrado (X2) para n ≥ 5 e teste exato de Fisher quando n < 5, razão de prevalência (RP) e seus respectivos intervalos de confiança (IC). O nível de significância para todos os testes foi de p < 0,05. Os dados foram digitados no programa Excel. As análises estatísticas foram realizadas no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 15.0 for Windows e EpiInfo 6.04. O estudo foi aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás (Protocolo nº 050/2009). RESULTADOS Responderam completamente ao questionário 83,8% dos idosos estudados. Destes, 65,0% eram do sexo feminino, 45,7% possuíam de 60 a 69 anos e a média de idade foi de 71,9 anos (mínima de 60 e máxima de 96 anos). Cerca de 50,0% tinham iniciado ou finalizado o primeiro ciclo do ensino fundamental, 49,5% eram casados e 32,0% viúvos e 80,0% dos idosos residiam em casa própria. Predominaram idosos que consideravam sua saúde como regular (46,5%). Os idosos faziam uso de 2.846 medicamentos (média de 3,63 medicamentos por idoso) e consumiram pelo menos um medicamento no dia da entrevista. O número máximo de medicamentos foi 19. As mulheres usavam mais medicamentos que os homens (3,94 e 3,06, respectivamente, p < 0,001). A prevalência da prática da polifarmácia foi de 26,4%. Adotando o critério de Beers-Fick, 24,6% dos idosos consumia pelo menos um medicamento impróprio. Dos 2.846 medicamentos, 6,8% eram considerados impróprios. Destes, 90,2% era proveniente de receita médica atual. Os medicamentos considerados impróprios mais consumidos foram os benzodiazepínicos de meia vida longa (34,2%) e os antidepressivos (16,0%) (Tabela 1). Em relação à classificação anatômica, 38,6% dos medicamentos consumidos atuavam sobre o aparelho cardiovascular, seguindo os medicamentos com ação sobre o sistema nervoso (19,6%) e aparelho digestivo e metabolismo (17,1%). Segundo a classificação terapêutica, os mais consumidos foram os anti-hipertensivos (19,7%), seguidos dos analgésicos (9,1%), e do grupo das vitaminas, suplementos alimentares, tônicos e estimuladores de apetite (6,7%) (Tabela 2). Cerca de 83,7% foram prescritos por receita médica atual e 16,2% foram usados por automedicação; 35,7% dos idosos relataram praticar esta, cujos medicamentos mais utilizados foram os analgésicos (30,8%), seguidos dos anti-hipertensivos (14,7%) e dos fitoterápicos (7,8%) (Tabela 3). Sexo, estado civil, idade e autopercepção de saúde apresentaram associação significativa com a prática da polifarmácia (p < 0,05) (Tabela 4). A prática de polifarmácia foi mais frequente entre as mulheres (RP = 1,60), viúvos (RP = 1,50), idade > 80 anos (RP = 1,47) e autopercepção de saúde ruim (RP = 1,97). Escolaridade, idade e autopercepção de saúde apresentaram associação com a prática da automedicação (p < 0,05). Essa prática foi menos frequente entre indivíduos com maior escolaridade (RP = 0,52), > 80 anos (RP = 0,74) e autopercepção de saúde ótima (RP = 0,43). Não houve associação entre a prática da polifarmácia e a automedicação (p > 0,05) (Tabela 5). DISCUSSÃO Os resultados deste estudo mostraram que a média de medicamentos consumidos por idoso no município de Goiânia foi maior que o observado em outras capitais brasileiras, como Porto Alegre, RS, e Fortaleza, CE,6,10 e inferior à encontrada em Belo Horizonte, MG.21 Essas desigualdades no número de medicamentos consumidos podem ser explicadas pelas diferenças em relação à situação dos serviços prestados à população e o tipo de modelo de atenção à saúde de cada região.14 O crescimento contínuo do consumo de medicamentos entre os idosos pode ser justificado pelo aumento da prevalência de doenças crônicas nessa faixa etária, bem como ao modelo de saúde que tem no medicamento sua principal forma de intervenção. No entanto, as implicações desse consumo precisam ser medidas e avaliadas quanto ao seu risco/benefício.7 A prevalência da prática da polifarmácia foi elevada, pois mais de ¼ dos idosos estiveram expostos a essa prática. Essa prevalência foi maior do que a observada em Belo Horizonte e semelhante à encontrada em Porto Alegre.10,14 Estudos nacionais apontam prevalência da polifarmácia entre 11,0% e 40,6%.14,18 A prática da polifarmácia por muitas vezes faz-se necessária, pois muitos idosos possuem doenças e sintomas múltiplos que requerem o uso de vários medicamentos para garantir melhor qualidade de vida. Essa prática não indica necessariamente que a prescrição e o uso dos fármacos estejam incorretos.7 Todavia, há altas taxas de prevalência da polifarmácia e o uso de vários medicamentos aumenta o risco de reações adversas e interações medicamentosas.7,14 É necessária uma abordagem mais criteriosa e sistemática para os idosos que realmente necessitam da polifarmácia. Os idosos mais velhos praticavam com maior frequência a polifarmácia, assim como em outros estudos no Brasil.14,21 Essa correlação entre a polifarmácia e o aumento da idade pode estar relacionada à maior utilização de serviços de saúde pelos idosos mais velhos.13 Mulheres praticavam com maior frequência a polifarmácia, semelhante a outros estudos epidemiológicos nacionais.21,22 A maior utilização de medicamentos pelas mulheres idosas pode estar ligada a questões como ao fato de as mulheres viverem mais que os homens e conviverem por maior tempo com as doenças crônicas, à maior atenção que dão aos seus problemas de saúde e ao relato de maior demanda dos serviços de saúde.13 O número de idosos que relatou praticar automedicação é semelhante ao de outros estudos brasileiros. Mais de 30,0% dos idosos praticavam automedicação no nordeste e prevalência de 46,0% dessa prática foi observada em Minas Gerais.6,15 Na revisão de estudos sobre automedicação entre idosos foram encontradas taxas de 12,0% a 44,0%.1,16 Grande parte da população, inclusive a idosa, pratica automedicação para tratar pequenos e grandes sintomas. Relatos indicam o fácil acesso a medicamentos como fator importante nessa prática.15 Os analgésicos usados por automedicação são os mais frequentes, o mesmo observado em outros estudos brasileiros.4,14 O consumo de analgésicos por automedicação costuma ocupar efetivamente um lugar de destaque entre os idosos, considerando que o seu consumo está relacionado ao tratamento da dor e inflamação, sintomas comuns nessa fase. Os anti-hipertensivos ocupam a segunda categoria de fármacos usados por automedicação. Isso demanda preocupação, mesmo que tenham sido prescritos em momentos anteriores. A hipertensão arterial sistêmica é uma doença crônica com agravos importantes e a utilização de medicamentos para o seu controle necessita de frequente acompanhamento. A maior causa de mortalidade entre idosos brasileiros é o acidente vascular cerebral, provavelmente devido à falta de controle sistemático dos fatores de risco.12 Os idosos com menor grau de escolaridade praticavam a automedicação com maior frequência. Em estudo realizado no nordeste do Brasil, os idosos mais desfavorecidos socioeconomicamente praticavam mais a automedicação.6 Isso pode ser explicado pela dificuldade de acesso aos serviços de saúde e pela pior conscientização sobre os riscos que essa prática pode causar. Os idosos com 80 anos ou mais praticavam menos a automedicação, possivelmente devido à maior utilização de serviços de saúde em que o paciente pode ser mais bem assistido.13 Não foi encontrada associação entre as práticas de polifarmácia e automedicação. A alta prevalência da prática da polifarmácia foi devido às prescrições médicas e não à automedicação. Isso mostra a importância da conscientização dos prescritores em relação à prática da medicalização, especialmente entre os idosos.7 Mais da metade dos idosos classificaram a própria saúde como regular, ruim ou péssima. Esse achado foi melhor do que o observado em Bambuí11 e semelhante ao encontrado por Lima-Costa et al,12 utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (PNAD), de 2003, em que 56,4% referiram seu estado de saúde como regular, ruim ou péssimo. Classificar a saúde como ruim e péssima esteve associada com a prática da polifarmácia e da automedicação, resultados semelhantes ao de outros estudos farmacoepidemiológicos.11,14 Pacientes com autopercepção de saúde ruim buscam nos medicamentos, prescritos ou automedicados, uma solução para seus problemas de saúde. A prevalência do consumo de medicamentos impróprios para idosos está dentro da faixa encontrada em outros estudos no Brasil (15,4% a 41,0%).8,18 Essa alta prevalência era em grande parte devido às prescrições médicas. Em estudo realizado no Rio de Janeiro, RJ, foi encontrado um consumo de 17,0% de medicamentos impróprios, dos quais 90,0% era devido às prescrições médicas.22 Esse fato reflete o desconhecimento dos prescritores em relação ao consumo de medicamentos impróprios para idosos, o que pode trazer sérias consequências clínicas e econômicas para o sistema de saúde.9 Os medicamentos impróprios mais consumidos neste estudo foram os benzodiazepínicos e os antidepressivos. Apesar das sérias consequências do consumo desses medicamentos pelos idosos, esse achado foi semelhante ao encontrado por Castellar et al.5 Os benzodiazepínicos possuem meia vida longa em idosos e consequente sedação prolongada com risco de quedas e fraturas. O mesmo ocorre para os antidepressivos, em que há forte possibilidade de ocorrerem efeitos anticolinérgicos (dificuldade respiratória, visão turva, aumento do ritmo cardíaco, diminuição de pressão arterial), hipotensão ortostática e estimulação do sistema nervoso central.9 Muitas vezes, o prescritor não conhece o perfil farmacológico desses medicamentos e suas possíveis consequências quando usados por idosos.7 Esse quadro não tende a diminuir. A própria visita aos serviços de saúde aumenta a chance de consumo de medicamentos impróprios, pois no Sistema Único de Saúde não há esquema de medicamentos mais adequados para consumo em idosos. Obreli Neto & Cuman20 (2010) verificaram redução significativa no consumo de medicamentos impróprios em pacientes acompanhados por um programa multiprofissional. Os grupos de medicamentos mais consumidos foram semelhantes aos da literatura nacional e internacional.6,10,14,16,21 Os medicamentos para o sistema cardiovascular representaram a categoria mais comumente usada, o que é explicado pela alta prevalência de doenças cardiovasculares entre a população idosa.12 Os agentes anti-hipertensivos foram a classe terapêutica de maior consumo, o que concorda com a alta prevalência da hipertensão arterial sistêmica no Brasil.11 Apesar da importância dos resultados desse estudo, algumas limitações devem ser consideradas. O questionário envolve vários aspectos da saúde dos idosos e não é específico para o consumo de medicamentos. Tais observações, no entanto, não comprometem a importância do estudo. Investigações subsequentes devem avaliar, de forma mais abrangente, o consumo de medicamentos entre os idosos, com abordagem na adesão, dosagem, posologia e forma de administração dos medicamentos. O padrão do consumo de medicamentos por idosos goianos foi semelhante ao encontrado em idosos de outras regiões do Brasil. O número de medicamentos consumidos, a prevalência das práticas da polifarmácia e automedicação e o consumo de medicamentos impróprios estiveram dentro da média nacional. Os grupos farmacológicos mais usados corresponderam ao tratamento das doenças mais frequentes na população idosa e estão de acordo com vários estudos no Brasil. Mulheres, viúvos, idosos com 80 anos ou mais e aqueles que consideram sua saúde como ruim praticavam a polifarmácia com maior frequência; a maior prática da automedicação esteve associada com menor escolaridade e pior autopercepção de saúde. É necessária a contribuição dos profissionais de saúde para otimizar o uso racional de medicamentos por idosos e reduzir ao máximo as complicações decorrentes de seu consumo. Os resultados deste estudo podem servir de alerta aos gestores em saúde, a fim de adaptar a rede de atendimento em saúde para a real demanda dos idosos existentes, bem como preparar para o novo contingente de idosos, maior a cada ano. AGRADECIMENTOS À Secretaria Estadual de Saúde de Goiás e do Município de Goiânia pela contribuição na elaboração do projeto. Aos pesquisadores Sandro Batista, Eugênia Emília Madlum e Ana Luiza Lima pela contribuição no planejamento do trabalho, e a todos os pesquisadores da Rede de Vigilância à Saúde do Idoso de Goiânia pela participação no desenvolvimento dos trabalhos. Endereço para correspondência: Thalyta Renata Araújo Santos Faculdade de Farmácia - UFG Av. Universitária, esq. com 1ª Avenida, Setor Universitário 74605-220 Goiânia, GO, Brasil E-mail: thalytarenata@hotmail.com Recebido: 15/3/2012 Aprovado: 23/7/2012 Artigo baseado em dissertação de Mestrado de Thalyta Renata Araújo Santos, intitulada: "Análise do padrão do uso de medicamentos em idosos no município de Goiânia, Goiás", apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Goiás, no ano de 2012. Trabalho financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Goiás, Edital 001/2007. Os autores declaram não haver conflitos de interesse. a Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010. Brasília; 2011 [citado 2011 jun 20]. Disponível em: http://www.censo2010.ibge.gov.br b World Health Organization. Anatomical tharapeutic chemical - ATC classification index with defined daily doses - DDD's. Olso; 2000. 1. Aziz MM, Calvo MC, Schneider IJC, Xavier AJ, d'Orsi E. 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The tests used were Chi-square and Fisher's exact test, p was considered significant when < 0.05. RESULTS: The elderly consumed 2,846 medicines (3.63 medications/person). The most commonly consumed were those which act in the cardiovascular system (38.6%). The prevalence of polypharmacy was 26.4% and self-medication was 35.7%. The most used drugs for self-medication were analgesics (30.8%), 24.6% of the elderly consumed drug considered inappropriate. Women, widows, those aged 80 or over and with worse self-rated health were more likely to practiced more polypharmacy. Most self-medication was associated with lower levels of education and worse self-rated health. CONCLUSIONS: The pattern of drug use by the elderly was similar to that found in the elderly in other regions of Brazil. The number of drugs used, the prevalence of self-medication and practice of polypharmacy and inappropriate drug use were within the national average. Aged Drug Utilization Drug Therapy, Combination Drugs of Continuous Use Self Medication Diagnostic Self Evaluation Cross-Sectional Studies ORIGINAL ARTICLES Medicine use by the elderly in Goiania, Midwestern Brazil Consumo de medicamentos por ancianos, Goiania, Brasil Thalyta Renata Araújo SantosI; Dione Marçal LimaI; Adélia Yaeko Kyosen NakataniII; Lílian Varanda PereiraII; Geraldo Sadoyama LealIII; Rita Goreti AmaralI IFaculdade de Farmácia. Universidade Federal de Goiás. Goiânia, GO, Brasil IIFaculdade de Enfermagem. Universidade Federal de Goiás. Goiânia, GO, Brasil IIIDepartamento de Ciências Biológicas - Campus Catalão. Universidade Federal de Goiás. Catalão, GO, Brasil Correspondence ABSTRACT OBJECTIVE: To analyze the pattern of use of medications use in aged people and associate it with socioeconomic aspects and with the self-rated health. METHODS: A population-based cross-sectional design study with 934 elderly people from Goiania, Midwestern Brazil, between December 2009 and April 2010. Data were collected through a questionnaire. The dependent variable was the number of medications consumed and the independent variables were sex, marital status, education, type of residence, age, income, and self-rated health. Drugs were classified according to the Anatomical Therapeutic Chemical Classification. The inappropriate drugs for the elderly were identified according to the Beers-Fick criteria. The tests used were Chi-square and Fisher's exact test, p was considered significant when < 0.05. RESULTS: The elderly consumed 2,846 medicines (3.63 medications/person). The most commonly consumed were those which act in the cardiovascular system (38.6%). The prevalence of polypharmacy was 26.4% and self-medication was 35.7%. The most used drugs for self-medication were analgesics (30.8%), 24.6% of the elderly consumed drug considered inappropriate. Women, widows, those aged 80 or over and with worse self-rated health were more likely to practiced more polypharmacy. Most self-medication was associated with lower levels of education and worse self-rated health. CONCLUSIONS: The pattern of drug use by the elderly was similar to that found in the elderly in other regions of Brazil. The number of drugs used, the prevalence of self-medication and practice of polypharmacy and inappropriate drug use were within the national average. Descriptors: Aged. Drug Utilization. Drug Therapy, Combination. Drugs of Continuous Use. Self Medication. Diagnostic Self Evaluation. Cross-Sectional Studies. RESUMEN OBJETIVO: Analizar el patrón de consumo de medicamentos entre ancianos y su asociación con aspectos socioeconómicos y autopercepción de salud. MÉTODOS: Estudio de base poblacional y delineamiento transversal con 934 ancianos de Goiania, GO, Brasil, entre diciembre de 2009 y abril de 2010. Los datos fueron colectados por medio de cuestionario. Las variables estudiadas fueron: número de medicamentos consumidos, sexo, estado civil, escolaridad, tipo de vivienda, edad, renta y autopercepción de la salud. Los medicamentos fueron clasificados de acuerdo al Anatomical Therapeutic and Chemical Classification. Los medicamentos inadecuados para ancianos se identificaron según el Criterio de Beers-Fick. Las pruebas utilizadas fueron Chi-cuadrado (X2) y exacto de Fisher y el p fue considerado significativo al ser <0,05. RESULTADOS: Los ancianos consumían 2.846 medicamentos (3,63 medicamentos/anciano). Los más consumidos actuaban en el sistema cardiovascular (38,6%). La prevalencia de polifarmacia fue de 26,4% y de la automedicación de 35,7%. Los medicamentos más consumidos por automedicación fueron los analgésicos (30,8%), 24,6% de los ancianos consumía medicamento considerado inadecuado. Mujeres, viudos, ancianos con 80 años o más y con peor autorpercepción de salud practicaban más la polifarmacia. La mayor práctica de automedicación estuvo asociada con menor escolaridad y peor autopercepción de salud. CONCLUSIONES: El patrón de consumo de medicamentos por ancianos fue semejante al encontrado en ancianos de otras regiones de Brasil. El número de medicamentos usados, la prevalencia de las prácticas de polifarmacia y automedicación y consumo de medicamentos inadecuados estuvieron dentro del promedio nacional. Descriptores: anciano. utilización de medicamentos. quimioterapia combinada. medicamentos de uso contínuo. automedicación. autoevaluación diagnóstica. estudios transversales. INTRODUCTION Ageing populations are considered a global phenomenon and constitute one of the biggest public health challenges we face today.3 Brazil also finds itself in this situation. The 2010 Population Census showed that the elderly make up 12.0% of the population. In Goiás, the elderly constitute 9.3% of the total population and 9.6% in Goiânia, Midwestern Brazil.ª Higher prevalence of chronic illness means that the elderly are frequent health care service users and possible society's most medicated group. The elderly population contribute around 25.0% of total medicine sales in developed countries.2 Therapeutic proposals making use of various medicines simultaneously are inappropriate and may have serious, even fatal, consequences for the elderly due to alterations in the metabolism which occur with age.17 Failure to follow pharmacological treatment, adverse reactions, drug interactions, high prices and hospitalizations are the main consequences of practicing polypharmacy.7 Elderly bodies present alterations in physiological functions which should not be neglected. These alterations lead to different pharmacokinetics and greater sensitivity to both the therapeutic and adverse effects of medicines.19 Some medicines are considered unsuitable for use by the elderly due to reductions in their efficacy or because the increased risk of adverse effects outweighs their benefits.9 Self-medication places the health of the elderly population at risk. This practice can increase risks related to prescribed medicines, delay correct diagnosis and mask illness.23 Knowledge of the elderly population's medicine use and factors related to this is indispensable in order to be able to redefine public policy and improve the elderly's quality of life and health. This study aims to analyze medicine use patterns in the elderly and their links to socio-economic aspects and self-rated health. METHODS This is a descriptive, transversal population-based study of 934 elderly people from Goiânia, Midwestern Brazil, between December 2009 and April 2010. Sample size was calculated based on the number of elderly people in the municipality in 2007 (7.0% of 1,249,645 inhabitants) and 30.0% expected frequency for the specific objectives of the epidemiological survey, with 955 confidence interval, 5% level of significance, absolute precision of 5% and 1.8 design effect of cluster sampling (DEF). To cover possible losses, an extra 11% was added, giving a sample of 934 elderly people. Individuals aged ≥ 60 and who resided more than four days a week in the homes where the interviews took place were considered eligible to take part. Those who were not at home at the time the visit took place were excluded. The interviewers had been previously trained by REVISI staff. A pilot study with 50 elderly people was carried out in order to assess the instrument to be used in the research and to identify the mean number of elderly people in each census sector (CS) of the municipality. Each CS had a mean of 17 elderly people. Thus, 56 CS would be necessary to reach the sample size. The CSs were randomly selected from the 912 CS which make up urban Goiânia, using an electronic randomizing system. Draws took place to define the blocks and corners in which data collection should begin for the selected CS. The first residence from the corner selected, excluding non-residential properties, was visited. If no elderly person lived there, the interviewer moved on to the next residence until an elderly resident was found, after which the systematic search began again. If two consecutive houses visited had elderly residents the second house was not included. And so on, until the estimated total of elderly people for the sample was reached. Those elderly people eligible to take part were invited to participate in the research and respond to a questionnaire. This questionnaire was composed of 12 sections and delivered to central office for quality control of the data after being completed. The dependent variable was the number of medicines used and the independent variables were gender, marital status, schooling, type of housing, age and self-rated health. The following questions were used: "Which medicines do you use regularly?" and "Was the medicine prescribed/recommended by the doctor, a neighbor, pharmacy employee, yourself, family member or from an old prescription?" The elderly person was asked to show what medicines they took, with their respective prescriptions, and the names were copied directly from the labels. Prescriptions were considered old if they were dated more than three months before the interview. The information from the questionnaires were used to verify associations between polypharmacy and self-medicating with socio-economic conditions and self-rated health and between polypharmacy and self-medicating. The number of medicines was counted based on the elderly's reports and polypharmacy was defined as using five or more medicines.13 Self-rated health was assessed using the following question: "In general, would you say your health was very good, good, regular, bad or very bad?" Information on gender, age, schooling, marital status, family income and type of housing was collected for the socio-economic profile. The main active ingredient of each medicine was identified and classified according to the Anatomical Therapeutic and Chemical Classification - ATCb into 14 major groups, corresponding to an anatomic number. Each group was divided into subgroups, corresponding to therapeutic groups. These two first groups (anatomic group and therapeutic subgroup) were those taken into account for this study. This classification does not include natural products classified as phytotherapeutic. The Beers-Fick9 criterion was used to identify prevalence of use of medicines unsuitable for the elderly. The main active ingredient of each of the medicines used by the elderly in the study was checked to see whether it was in the list of this criterion. Numerical variables were explored using descriptive measures of centrality and dispersion and categorical variables were explored using simple and relative frequencies. To investigate the association between qualitative variables the Chi-square (X2) test was used n ≥ 5 and Fisher's exact test when n < 5; prevalence ratio (PR) and their respective confidence intervals (IC). The significance level for all tests was set at p < 0.05. The data were inputted into the Excel program. Statistical analysis was carried out using Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) version 15.0 for Windows and EpiInfo 6.04. The study was approved by the Ethical Research Committee of the Universidade Federal de Goiás (Protocol nº 050/2009). RESULTS Of the elderly people studied, 83.8% fully completed the questionnaire. Of these, 65.0% were female, 45.7% were aged between 60 and 69 and the mean age was 71.9 (minimum 60 and maximum 96 years old). Around 50.0% had started or completed Primary Education, 49.5% were married and 32.0% widowed and 80.0% of the elderly in this study lived in their own home. They predominantly (46.5%) rated their own health as 'regular'. In this study, 2,864 medicines were used by the elderly (a mean of 3.63 medicines per person) and they had taken at least one medicine on the day of the interview. The maximum number of medicines was 19. Women used more medicines than men (3.94 and 3.06 respectively, p < 0.001). The prevalence of practicing polypharmacy was 26.4%. Adopting the Beers-Fick criterion, 24.6% of the elderly used at least one unsuitable medicine. Of the 2,846 medicines, 6.8% were considered unsuitable. Of these, 90.2% were from a current prescription. The most commonly used unsuitable medicines were long half-life benzodiazepines (34.2%) and anti-depressants (16.0%) (Table 1). Regarding the anatomical classification, 38.6% of the medicines used acted on the cardiovascular system, followed by those which acted on the nervous system (19.6%) and digestion and metabolism (17.1%). According to the therapeutic classification, the most commonly used medicines were for hypertension (19.7%), followed by analgesics (9.1%) and the group of vitamins, dietary supplements, tonics and appetite stimulants (6.7%) (Table 2). Around 83.7% were from a current prescription and 16.2% from self-medicating; 35.7% of the elderly reported self-medicating, of which the most commonly used medicines were analgesics (30.8%), followed by antihypertensive medications (14.7%) and herbal medicines (7.8%) (Table 3). Gender, marital status, age and self-rated health showed significant associations with practicing polypharmacy (p < 0.05) (Table 4). Polypharmacy was most frequent among women (RP = 1.60), widowers (RP = 1.50), those aged > 80 (RP = 1.47) and those who rated their own health as very bad (RP = 1.97). Schooling, age and self-rated health proved to be associated with self-medicating (p < 0.05). This practice was less frequent among individuals with higher levels of education (RP = 0.52), those aged > 80 (RP = 0.74) and those who rated their own health as very good (RP = 0.43). There was no link between polypharmacy and self-medicating (p > 0.05) (Table 5). DISCUSSION The results of this study show that the mean number of medicines used by the elderly in the municipality of Goiânia was higher than those observed in other state capitals in Brazil such as Porto Alegre, Southern Brazil and Fortaleza, Northeastern Brazil6,10 and lower than those observed in Belo Horizonte, Southeastern Brazil.21 These inequalities in the numbers of medicines used may be explained by differences in the services provided to the population and the type of health care model used in each region.14 The continued growth in the number of medicines used among the elderly may be explained by the increase in prevalence of chronic illness in this age group, as well as by a health care model which views medicine as the main form of intervention. However, the implications of this use need to be measured and assessed as to their risks benefits.7 There was a high prevalence of polypharmacy, as more than ¼ of the elderly people were exposed to this practice. This prevalence was greater than that observed in Belo Horizonte and similar to that found in Porto Alegre.10,14 National studies indicate polypharmacy prevalence of between 11.0% and 40.6%.14,18 Polypharmacy is often necessary, as many elderly people suffer from a variety of illnesses and symptoms which require the use of various medicines to guarantee the best possible quality of life. Polypharmacy with medications which have not been prescribed does not necessarily mean that these medicines are being used incorrectly.7 However, there are high rates of polypharmacy and the use of multiple medications increases the risk of adverse reactions and drug interactions.7,14 A more critical and systematic approach for those elderly who really need multiple medications is needed. The most elderly are those who most frequently practice polypharmacy, as has been seen in other studies in Brazil.14,21 This correlation between polypharmacy and increased age may be related to higher use of health care services by those of most advanced age.13 It was women who most frequently practiced polypharmacy, similar to other national epidemiological studies.21,22 Greater use of medicines by elderly women may be connected with questions such as women living longer than men and thus spend longer living with chronic illness, the greater attention women pay to their own health problems and reported higher demand for health care.13 The number of elderly people who self-medicate is similar to that found in other Brazilian studies. More than 30.0% of the elderly in the north east self-medicated and a prevalence of 46.0% was observed in Minas Gerais.6,15 A revision of studies on self-medication among the elderly shows rates between 12.0% and 44.0%.1,16 A large part of the population, including the elderly, self-medicate to treat minor and major symptoms. Reports indicate easy access to medicines as an important factor in this practice.15 The most commonly self-medicated medicines are analgesics, as has been observed in other Brazilian studies.4,14 Self-medicating with analgesics is typically common among the elderly, as their use is related to treating pain and inflammation, common symptoms at this stage. Medication for high-blood pressure occupies the second place in the most commonly self-medicated drugs. This is worrying, even when they have been previously prescribed. Hypertension is a chronic disease with major health problems and using medications to control it requires regular monitoring. The major cause of mortality among the elderly in Brazil is the stroke, probably due to a lack of systematic control of risk factors.12 Elderly people with lower levels of education are those who most frequently self-medicate. In a study carried out in the Northeastern Brazil, the least well off elderly were those who practiced the most self-medication.6 This may be explained by difficulties accessing health care services and prior awareness raising on the risks self-medicating cause. Elderly people aged 80 and over were those who were less likely to self-medicate, possible due to higher levels of using health care services where the patient is better cared for.13 No link was found between polypharmacy and self-medication. The high prevalence of polypharmacy was due to prescriptions and not to self-medicating. This shows the importance of raising doctors' awareness about medicalization, especially among the elderly.7 Over half the elderly rated their own health as regular, bad or very bad. This finding was better than that observed in Bambuí11 and similar to that found in Lima-Costa et al,12 using data from the 2003 PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar - National Research for Sample of Domicile), in which 56.4% rated their own health as regular, bad or very bad. Classifying health as very bad was associated with polypharmacy, similar to the findings of other pharmacoepidemiological studies.11,14 Patients who rated their health as very bad sought solutions to their health problems in medicines, whether prescribed or self-medicated. The prevalence of use of medicines unsuitable for the elderly is within the range found in other studies in Brazil (15.4% to 41.0%).8,18 This high prevalence is largely due to prescribed medicines. In a study carried out in Rio de Janeiro, Southeastern Brazil, 17.0% of medicines used were unsuitable, of which 90.0% had been prescribed.22 This reflects the lack of knowledge of medicines which are inappropriate for the elderly on the part of the doctors, something which could have serious clinical and economic consequences for the health care system.9 The most commonly used unsuitable medicines in this study were benzodiazepines and anti-depressants. Despite the serious consequences using these medicines may have for the elderly, this finding was similar to that of Castellar et al.5 Benzodiazepines have a longer half-life in the elderly and consequent prolonged sedation with the risk of falls and fractures. The same occurs with anti-depressants, with which there is a strong possibility of anticholinergic effects (difficulty breathing, blurred vision, increased heart rate, and decreased blood pressure), orthostatic hypotension and stimulation of the central nervous system.9 Often, the pharmacological profile of these medicines and their possible consequences when used by the elderly is not known to the doctor.7 This situation is not improving. The very act of visiting a health center increases the chance of using unsuitable medicines, as the SUS (Brazilian Unified Health System) does not have a list of medicines more suitable for elderly. Obreli Neto & Cuman20 (2010) verified a significant reduction in use of unsuitable medicines by patients monitored by a multi-professional program. The most commonly used groups of medicines were similar to those in the national and international literature.6,10,14,16,21 Medicines for the cardiovascular system were the most commonly used, explained by the high prevalence of cardiovascular disease among the elderly population.12 In the therapeutic group, medicines for high blood pressure were those most commonly used, which corresponds to the high levels of hypertension in Brazil.11 Although the results of this study are important, some limitations should be considered. The questionnaire involved various aspects of the elderly's health and was not specific to medicine use. Such observations, however, do not compromise the importance of the study. Subsequent investigations should evaluate medicine use among the elderly in a broader way, looking at adhesion, dosage, posology and method of administration. The pattern of medicine use among the elderly in Goiânia was similar to that found in the elderly in other regions of Brazil. The number of medicines used, the prevalence of polypharmacy and self-medication and use of unsuitable medicines were within national average. The most commonly used groups of medicines corresponded to the most common illnesses in the elderly population and concur with various other studies in Brazil. Women, widowers, those aged 80 and over and those who rated their own health as very bad were those who most commonly practiced polypharmacy; self-medication was associated with lower levels of education and worse self-rated health. Health care professionals' contributions are necessary in order to optimize the rational use of medicines for the elderly and reduce as far as possible the complications linked to their use. The results of this study may serve as an alert to health care managers, with the aim of adapting the health care network to the real needs of today's elderly as well as preparing for the new contingents of elderly which increase every year. ACKNOWLEDGEMENTS To the Secretaria Estadual de Saúde de Goiás and Secretaria Estadual de Saúde de Goiânia for their contribution in carrying out this project. To the researchers Sandro Batista, Eugênia Emília Madlum and Ana Luiza Lima for their contribution to planning the work and to all the researchers from the Rede de Vigilância à Saúde do Idoso de Goiânia for their participation in carrying out the work. REFERENCES
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