OBJETIVO: Estimar o custo direto da esquizofrenia para o setor público. MÉTODOS: O estudo foi realizado no Estado de São Paulo, no ano de 1998. Utilizaram-se dados da literatura e de institutos governamentais de pesquisa para estimar o número total de pacientes com esquizofrenia no Estado sob cobertura do Sistema Único de Saúde. Foi construída uma árvore de decisão mostrando a distribuição desses pacientes quanto ao nível de tratamento. Por meio de pesquisa em prontuários de alguns hospitais públicos e serviços ambulatoriais, documentou-se a utilização de recursos por esses pacientes no período de um ano. Foram atribuídos valores em Reais para esses recursos a fim de se calcular o custo direto total médico-hospitalar. RESULTADOS: Do total de pacientes, 81,5% estão sob cobertura do SUS e encontram-se assim distribuídos: 6,0% internados, 23,0% em tratamento ambulatorial e 71,0% sem tratamento regular. O custo direto total da esquizofrenia foi de R$222 milhões (US$191,781,327) (2,2% do total de gastos em saúde do Estado), sendo 11% destinados ao tratamento ambulatorial e 79,2% às internações psiquiátricas. CONCLUSÕES: A maior parte dos pacientes com esquizofrenia no Estado está sem tratamento regular. Os achados apontam para a necessidade de se investir em pesquisas que possam orientar uma melhor alocação de recursos no tratamento dos transtornos mentais no País.
Gastos em saúde; Custos diretos de serviços; Esquizofrenia