Rev Saude Publica
Revista de Saúde Pública
Rev. Saúde Pública
0034-8910
1518-8787
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
OBJETIVO
: Analizar la aprobación de la Guía Alimentaria para la Población Brasileña.
MÉTODOS
: muestra compuesta por participantes de la Pesquisa de Salud de Sao Paulo (n=1661) que llenaron dos recordatorios de 24 horas. Se utilizó modelo bivariado de efecto mixto para el cociente entre el consumo de energía del grupo de alimentos y el consumo calórico total. El cociente estimado fue utilizado para calcular el porcentaje de individuos con consumo por debajo o encima de la recomendación.
RESULTADOS
: Por lo menos 80% de la población consumió por debajo de lo recomendado: leche y derivados, frutas y jugos de frutas, y cereales, tubérculos y raíces; aproximadamente 60%, legumbres y verduras; 30% granos; y 8% carne y huevos. Adolescentes presentaron el mayor porcentaje inadecuado para legumbres y verduras (90%), y el estrato de mayor renta estuvo asociado al menor porcentaje inadecuado para grasas, aceites y semillas oleaginosas (57%).
CONCLUSIONES
: Se observó consumo inadecuado de los grupos de alimentos relacionados con aumento de riesgo de enfermedades crónicas.
INTRODUÇÃO
O Guia Alimentar para População Brasileira (Guia Alimentar) constitui o primeiro conjunto oficial de diretrizes alimentares para o Brasil. Baseado no cenário epidemiológico brasileiro e nas evidências científicas, o Guia Alimentar tem por objetivo contribuir para a orientação de práticas alimentares que visem à promoção da saúde e à prevenção de doenças relacionadas à alimentação.
a
A adesão às recomendações do Guia Alimentar é um importante marcador de alimentação adequada à população. Com exceção de poucos estudos que avaliaram o consumo de frutas, verduras e legumes, e carnes,
3
,
5
não se tem conhecimento sobre percentuais da população com consumo abaixo ou acima das recomendações, bem como sobre a identificação de subgrupos populacionais com maior risco de inadequação.
Recordatórios alimentares de 24 horas (R24h) são tradicionalmente utilizados no monitoramento da dieta em populações por fornecerem detalhes do consumo.
8
No Brasil, o Inquérito de Saúde de São Paulo
6
vem utilizando esse método em amostras representativas da população do município. No entanto, a distribuição do consumo baseada na aplicação de um ou poucos R24h reflete não somente a variação interpessoal, mas também a variabilidade intrapessoal do consumo, uma vez que as pessoas não consomem todos os dias os mesmos alimentos e as mesmas quantidades. Em consequência, a distribuição do consumo observado não representa a distribuição habitual, o que, do ponto de vista estatístico, conduz a erros nos resultados.
2
,
4
Métodos estatísticos que corrigem a distribuição do consumo pela variabilidade intrapessoal têm sido empregados na estimativa do consumo habitual que seria obtido caso fossem realizadas múltiplas coletas em cada indivíduo. O método NCI, desenvolvido no
National Cancer Institute
, permite estimar a distribuição da razão de dois componentes dietéticos (distribuição bivariada).
9
Essa modelagem é especialmente útil, uma vez que as recomendações do Guia Alimentar são em função do consumo calórico total.
Este estudo teve por objetivo analisar a adesão da dieta ao Guia Alimentar para a população brasileira.
MÉTODOS
Foram utilizados dados de uma subamostra do módulo de consumo alimentar do Inquérito de Saúde no município de São Paulo, 2008 (ISA-Capital 2008), estudo transversal de base populacional, com amostra coletada entre 2008 e 2009.
b
Todos os participantes do ISA-Capital foram convidados a responder ao R24h. Um total de 1.661 responderam ao R24h, dos quais 50% responderam ao segundo R24h.
As informações socioeconômicas e demográficas foram obtidas usando questionário estruturado durante entrevistas domiciliares. Categorias de renda foram definidas como terços de renda domiciliar per capita. O consumo alimentar foi coletado utilizando o método passo a passo.
7
Os R24h foram coletados aleatoriamente em dias de semana e finais de semana, bem como estações do ano. Os dados foram digitados no
software Nutrition Data System for Research,
versão 2007 (NCC,
University of Minnesota
, MN, EUA).
Na classificação dos grupos, os refrigerantes foram considerados no grupo dos açúcares e doces.
O consumo habitual de cada grupo, em porções, foi estimado pelo método NCI. Trata-se de modelos de efeitos mistos para predição da probabilidade e da quantidade consumida. Os modelos são ajustados simultaneamente, gerando média e percentis de consumo habitual para população estudada.
17
As porções foram calculadas dividindo-se as calorias provenientes de um dado grupo do Guia Alimentar pela quantidade de calorias definida para cada porção, conforme apresentado na
Tabela 1
. No modelo de predição do consumo foram incluídas as covariáveis: sexo, faixa etária e renda domiciliar per capita.
Tabela 1
. Recomendação calórica média, número de porções diárias e valor energético médio das porções, segundo grupos do Guia Alimentar para a População Brasileira.
Grupo de alimentos
Recomendação calórica média (kcal)
Porções diárias (n)
Valor energético médio por porção (kcal)
Participação (%) calórica a
Cereais, tubérculos e raízes
900
6
150
45,0
Feijões
55
1
55
2,8
Frutas e sucos de frutas naturais
210
3
70
10,5
Legumes e verduras
45
3
15
2,3
Leite e derivados
360
3
120
18,0
Carnes e ovos
190
1
190
9,5
Óleos, gorduras e sementes oleaginosas b
73
1
73
3,7
Açúcares e doces b
110
1
110
5,5
Fonte: Ministério da Saúde: Guia Alimentar para População Brasileira, 2006.
a Razão “kcal do grupo /kcal total”.
b Recomendação para que o consumo não ultrapasse os valores indicados no Guia Alimentar.
As necessidades diárias de energia e de porções de alimentos variam segundo sexo, idade, atividade física, entre outros aspectos. O Guia Alimentar adotou como referência para a população brasileira a ingestão média diária de 2.000 kcal e as porções dos alimentos foram calculadas a partir desse valor: quanto maior o consumo calórico do indivíduo, maior o número de porções recomendadas. Assim, a participação calórica de cada grupo em relação ao total calórico é a mesma para todos os indivíduos. Para um consumo de 2.000 kcal, e.g., é recomendada uma porção de carnes e ovos (190 kcal a porção; 190/2.000 = 0,095), i.e., 9,5% do total de calorias deve vir desse grupo. A
Tabela 1
mostra os grupos alimentares do Guia Alimentar, os valores de recomendações de consumo por 2.000 kcal e a participação calórica para cada grupo.
Para se obter o percentual de indivíduos com participação calórica dos grupos abaixo ou acima da recomendação faz-se necessário conhecer a distribuição da participação calórica de cada grupo na população. Esse cálculo requer o conhecimento do consumo habitual das porções dos grupos e de energia. Para isso, utilizou-se modelo bivariado para a razão de dois componentes: o numerador é a quantidade de energia proveniente do grupo do Guia Alimentar e o denominador é o consumo calórico total, utilizando a modelagem proposta por Freedman et al
10
(2010).
A princípio, foram executados separadamente modelos para estimativa do consumo habitual de cada grupo (numerador) e para energia (denominador). Para o denominador, não foi utilizado o modelo de probabilidade por se tratar de um item que é consumido todos os dias por todos os indivíduos (probabilidade de consumo = 1 para todos os indivíduos).
17
Nessa etapa, foram estimados parâmetros (variância intra e interpessoal,
lambda
da transformação Box-Cox, intercepto da regressão, correlação entre probabilidade e quantidade de consumo, entre outros) que foram posteriormente utilizados em um modelo bivariado de efeito misto, cujas variáveis dependentes foram as calorias de um grupo do Guia Alimentar e as calorias totais consumidas. A etapa final consistiu em simulação de Monte Carlo utilizando parâmetros estimados a partir do modelo bivariado. Essa simulação gera o consumo habitual para cada grupo do Guia Alimentar para grande número de pseudoindivíduos (100 pseudoindivíduos para cada indivíduo da amostra). A razão dos componentes, que corresponde à participação calórica do grupo na dieta, foi calculada para cada pseudoindivíduo, e os percentis da distribuição foram então estimados.
9
Essas análises foram conduzidas no pacote estatístico SAS (SAS Corp, v. 9.2) e estão incluídas nas macros disponíveis na internet.
c
O percentual de indivíduos com consumo abaixo ou acima da recomendação para cada grupo corresponde ao percentual de pessoas com participação calórica inferior ou superior à recomendada. As análises foram estratificadas por sexo, faixa etária e terços de renda domiciliar per capita. Os intervalos de confiança (95%) foram calculados a partir de erros-padrão estimados pela técnica de replicação
Balanced Repeated Replications
(BRR) com correção de Fay de 0,30.
1
Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (Processo nº 053/10, 16/4/2010). A participação dos indivíduos foi mediante leitura e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Participantes menores de 18 anos tiveram autorização consentida pelos pais ou responsáveis à participação no estudo.
RESULTADOS
A
Tabela 2
mostra a média, os percentis de consumo habitual das porções e o percentual de indivíduos com consumo habitual abaixo do recomendado dos seguintes grupos do Guia Alimentar: cereais, tubérculos e raízes; feijões; frutas e sucos de frutas naturais; legumes e verduras; leite e derivados; carnes e ovos. Observou-se que ao menos 80,0% da população consome abaixo do recomendado para os grupos “leite e derivados”, “frutas e sucos de frutas”, e “cereais, tubérculos e raízes”; 30,0% da população consome abaixo do recomendado para “feijões” e “legumes e verduras”, e cerca de 8,0%, para “carnes e ovos”.
Tabela 2
Média e percentis de consumo das porções e proporção da população com consumo habitual abaixo da recomendação para cada grupo do Guia Alimentar. São Paulo, SP, 2008. (N = 1.661)
Grupo de alimento
Característica da população
n
Média
IC95%
Percentis de consumo
% abaixo
IC95%
10
25
50
75
90
Cereais, tubérculos, raízes e derivados
Masculino
722
4,83
4,21;5,39
2,90
3,60
4,60
5,80
7,00
91
85;97
Feminino
939
3,95 b
3,70;4,12
2,30
2,90
3,70
4,70
5,80
84
82;86
Adolescente
561
5,24
5,00;5,41
3,10
3,90
4,90
6,20
7,50
89
85;93
Adulto
583
4,37
3,91;4,69
2,50
3,20
4,10
5,20
6,30
88
84;92
Idoso
517
3,63 b
3,43;3,81
2,10
2,70
3,40
4,40
5,40
80
72;88
1º t. renda a
554
4,49
3,81;4,99
2,50
3,20
4,10
5,30
6,50
83
73;92
2º t. renda
554
4,60
4,21;4,99
2,70
3,40
4,40
5,60
6,90
83
81;85
3º t. renda
553
4,13
3,51;4,69
2,30
3,00
3,90
4,90
6,10
95
91;99
Feijão
Masculino
722
1,72
1,63;1,77
0,50
0,92
1,53
2,29
3,09
30
27;33
Feminino
939
1,15 b
1,04;1,26
0,34
0,63
1,04
1,54
2,10
35
31;39
Adolescente
561
1,62
1,56;1,68
0,46
0,84
1,43
2,17
3,02
34
32;36
Adulto
583
1,41
1,27;1,55
0,40
0,74
1,24
1,89
2,64
32
29;35
Idoso
517
1,14 b
1,09;1,19
0,32
0,59
1,00
1,52
2,11
31
26;37
1º t. renda
554
1,45
1,41;1,49
0,42
0,75
1,27
1,93
2,70
29
24;33
2º t. renda
554
1,44
1,33;1,54
0,40
0,74
1,26
1,92
2,69
32
28;35
3º t. renda
553
1,37
1,23;1,51
0,40
0,71
1,19
1,82
2,55
35
33;38
Frutas e sucos de frutas naturais
Masculino
722
1,01
0,97;1,05
0,20
0,41
0,82
1,41
2,07
98
97;98
Feminino
939
0,87
0,71;1,03
0,16
0,35
0,70
1,21
1,82
96
93;98
Adolescente
561
0,95
0,88;1,03
0,19
0,39
0,77
1,33
1,97
98
97;99
Adulto
583
0,95
0,81;0,99
0,17
0,36
0,72
1,25
1,86
97
95;99
Idoso
517
1,11
0,96;1,25
0,22
0,46
0,90
1,55
2,26
89
75;100
1º t. renda
554
0,94
0,89;0,98
0,18
0,38
0,76
1,31
1,94
96
94;98
2º t. renda
554
0,99
0,93;1,04
0,19
0,40
0,80
1,37
2,05
96
94;98
3º t. renda
553
0,91
0,85;0,98
0,17
0,37
0,74
1,28
1,89
97
95;99
Legumes e verduras
Masculino
722
2,19
1,92;2,48
0,86
1,42
2,10
2,85
3,60
76
59;93
Feminino
939
1,87
1,63;2,11
0,74
1,20
1,79
2,43
3,08
62
51;72
Adolescente
561
1,81
1,66;1,95
0,70
1,16
1,73
2,35
2,97
90
83;98
Adulto
583
2,06
1,81;2,32
0,80
1,31
1,96
2,68
3,39
68
57;81
Idoso
517
2,09
1,88;2,29
0,81
1,33
1,98
2,71
3,44
44 b
33;55
1º t. renda
554
1,94
1,73;2,17
0,76
1,25
1,86
2,52
3,17
67
57;77
2º t. renda
554
1,80
1,49;2,11
0,71
1,16
1,73
2,34
2,95
77
64;92
3º t. renda
553
2,25
2,05;2,45
0,87
1,45
2,17
2,92
3,70
62
53;72
Leite e derivados
Masculino
722
0,96
0,75;1,04
0,22
0,49
0,86
1,24
1,60
100
99;100
Feminino
939
0,93
0,86;1,02
0,22
0,50
0,89
1,27
1,65
98
97;100
Adolescente
561
1,13
1,03;1,23
0,28
0,63
1,10
1,56
1,98
99
98;100
Adulto
583
0,88 b
0,77;0,98
0,22
0,48
0,85
1,21
1,54
100
99;100
Idoso
517
0,88
0,73;1,04
0,22
0,49
0,85
1,22
1,57
97
94;100
1º t. renda
554
0,94
0,83;1,05
0,23
0,51
0,90
1,29
1,67
99
97;100
2º t. renda
554
0,87
0,79;0,96
0,21
0,48
0,83
1,20
1,55
99
99;100
3º t. renda
553
0,94
0,82;1,06
0,23
0,52
0,90
1,29
1,66
99
98;100
Carnes e ovos
Masculino
722
2,18
1,96;2,45
1,24
1,68
2,16
2,66
3,16
6
2;11
Feminino
939
1,51 b
1,45;1,57
0,84
1,14
1,48
1,85
2,21
9
4;13
Adolescente
561
1,95
1,79;2,11
1,03
1,41
1,87
2,41
2,95
11
7;16
Adulto
583
1,88
1,71;2,05
1,00
1,36
1,81
2,33
2,86
7
3;11
Idoso
517
1,46 b
1,37;1,54
0,76
1,05
1,39
1,80
2,22
8
2;14
1º t. renda
554
1,72
1,67;1,77
0,89
1,23
1,64
2,12
2,63
8
3;13
2º t. renda
554
1,86
1,66;2,05
0,97
1,33
1,78
2,30
2,84
7
3;11
3º t. renda
553
1,89
1,72;2,07
0,99
1,37
1,82
2,35
2,89
7
3;12
a Terços de renda domiciliar per capita.
b Categorias de menor média e prevalência estatisticamente significantes.
Os grupos frutas e sucos de frutas naturais, e legumes e verduras apresentaram maior percentual de indivíduos com consumo inferior à recomendação para o sexo masculino e adolescentes. O percentual de inadequação, em relação ao grupo feijões, foi mais alto para o sexo feminino e no maior terço de renda. Para o grupo leite e derivados, todos os estratos apresentaram igual inadequação, com quase 100,0% dos indivíduos consumindo menos que a porção recomendada. Para o grupo carnes e ovos, cerca de 90,0% da população atinge a recomendação, sendo que a média de consumo foi de quase duas porções por dia.
A
Tabela 3
apresenta a média, os percentis de consumo habitual das porções e o percentual de indivíduos com consumo habitual acima do recomendado dos seguintes grupos: óleos, gorduras e sementes oleaginosas; açúcares e doces. Mais de metade da população consome acima da recomendação para os grupos açúcares e doces, e óleos, gorduras e sementes oleaginosas. Não houve diferença entre os estratos quanto ao consumo acima do recomendado de açúcares e doces; já os indivíduos com maior renda apresentaram menor percentual com consumo acima do recomendado para óleos, gorduras e sementes oleaginosas (57,0%). No entanto, as médias de consumo para os dois grupos foram maiores para homens e adolescentes.
Tabela 3
. Média e percentis de consumo das porções, e proporção da população com consumo habitual acima da recomendação para cada grupo do Guia Alimentar. São Paulo, SP, 2008. (N = 1.661)
Grupo de alimentos
Característica da população
n
Média
IC95%
Percentis de consumo
% acima
IC95%
10
25
50
75
90
Óleos, gorduras e sementes oleaginosas
Masculino
722
1,49
1,39;1,59
0,31
0,66
1,26
2,05
2,98
60
55;64
Feminino
939
1,28 b
1,21;1,37
0,27
0,57
1,08
1,77
2,54
66
63;70
Adolescente
561
1,72
1,56;1,88
0,36
0,77
1,47
2,38
3,38
66
61;72
Adulto
583
1,35
1,24;1,46
0,28
0,60
1,15
1,85
2,65
62
57;67
Idoso
517
1,19 b
1,06;1,32
0,25
0,53
1,01
1,64
2,35
67
64;73
1º t. renda a
554
1,44
1,29;1,59
0,29
0,63
1,21
1,99
2,86
68
64;71
2º t. renda
554
1,53
1,43;1,63
0,31
0,68
1,30
2,10
3,01
68
64;72
3º t. renda
553
1,22 b
1,7;1,28
0,25
0,54
1,04
1,69
2,42
57 b
52;62
Açúcares e doces
Masculino
722
1,67
1,53;1,81
0,61
0,95
1,45
2,14
3,01
76
69;84
Feminino
939
1,42 b
1,33;1,48
0,50
0,78
1,21
1,81
2,54
82
68;97
Adolescente
561
2,49
2,21;2,77
1,03
1,55
2,28
3,18
4,21
93
85;100
Adulto
583
1,43
1,31;1,55
0,55
0,85
1,28
1,83
2,41
78
69;88
Idoso
517
1,01 b
0,91;1,12
0,37
0,59
0,90
1,31
1,74
71
51;98
1º t. renda
554
1,46
1,32;1,61
0,50
0,78
1,23
1,88
2,71
78
68;88
2º t. renda
554
1,48
1,35;1,61
0,52
0,82
1,27
1,89
2,67
78
68;87
3º t. renda
553
1,62
1,58;1,65
0,59
0,92
1,41
2,07
2,86
82
69;95
a Terços de renda domiciliar per capita.
b Categorias de menor média e prevalência estatisticamente significantes.
DISCUSSÃO
Foi estimado o consumo habitual das porções dos grupos alimentares recomendadas pelo Guia Alimentar e encontrado consumo insuficiente para frutas e sucos naturais, cereais, tubérculos, raízes e derivados, e leite e derivados. Observou-se também elevado percentual de indivíduos com consumo acima da recomendação para os grupos óleos, gorduras e sementes oleaginosas e açúcares e doces.
As inadequações de cada grupo do Guia Alimentar, de uma forma geral, foram comparáveis entre todas as subpopulações estudadas, indicando que a população está sistematicamente exposta ao risco de uma dieta inadequada. Embora o sexo, faixa etária e renda tenham influenciado a média de ingestão de alguns grupos do Guia Alimentar, o mesmo não ocorreu quando se avaliou o percentual de inadequação. Por exemplo, mulheres consomem carnes e ovos em menores quantidades comparadas aos homens, porém seus percentuais de inadequação não se diferem estatisticamente. Isso porque, ao passo que os homens têm maior média de consumo deste grupo, têm também maior média de consumo calórico. Igualmente, as médias de consumo de carnes e ovos e calorias totais entre as mulheres são inferiores, fazendo com que a participação calórica do grupo seja semelhante entre os sexos. O mesmo ocorreu para outros grupos, como maior consumo de “açúcares e doces”, “óleos, gorduras e sementes oleaginosas”, “feijões” e “cereais, tubérculos, raízes e derivados” entre adolescentes.
O elevado consumo dos grupos óleos, gorduras e sementes oleaginosas e açúcares e doces, somado ao baixo consumo dos grupos frutas e sucos de frutas naturais e legumes e verduras, associados ao menor gasto energético diário devido à redução da atividade física,
14
podem explicar tendências crescentes de sobrepeso e obesidade na população e também das doenças crônicas associadas. Segundo o relatório
Global Health Risks
” da Organização Mundial da Saúde,
19
sobrepeso e obesidade são o terceiro fator de risco mais importante para mortalidade, sendo responsáveis por 6,7% e 8,4% do total de mortes nos países emergentes e desenvolvidos, respectivamente. No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 65,0% dos óbitos de adultos entre 30 e 69 anos de idade, causa de 14,0% das internações nessa faixa etária (1.150.000 internações/ano) e de 40,0% das aposentadorias precoces.
d
Quase toda a população estudada atingiu a recomendação para carnes e ovos; entretanto, a média de consumo foi quase duas vezes o recomendado. Para esse grupo, a recomendação não estabelece uma quantidade máxima de consumo, mas orienta para a prática de consumo moderado, especialmente de carnes com alto teor de gordura saturada. Recentes estudos apontam relação consistente entre consumo elevado de carnes vermelha e processada e aumento do risco de doenças crônicas como câncer de cólon e reto e doenças cardiovasculares,
11
,
15
,
18
tornando-se necessário que o Guia Alimentar considere a inclusão de uma recomendação que restrinja o consumo, ao menos para alguns tipos de carne.
Quanto à inadequação, o pior cenário foi observado para leite e derivados, em que praticamente toda a população não atinge a recomendação. Esse grupo de alimentos representa as fontes mais importantes de cálcio na alimentação, o que resulta em ingestão insuficiente desse nutriente.
e
Embora o cálcio seja importante em todas as fases da vida, especial atenção deve ser dada aos adolescentes. Até 45,0% da fase de crescimento,
16
37,0% da massa óssea
13
e de 15,0% a 25,0% da altura do indivíduo são determinados nesse período.
16
A permanente ingestão insuficiente de leites e derivados durante a adolescência pode resultar em aumento do risco de fraturas em fases posteriores da vida.
12
Em relação ao método empregado para análise dos dados, a distribuição da razão de dois componentes pode ser estimada de duas formas:
9
,
10
1) calcular, para cada indivíduo, a razão dos dois componentes e estimar a distribuição da razão, utilizando modelagem univariada; 2) estimar a distribuição habitual para cada componente e, em seguida, estimar a razão por meio de modelagem bivariada. Quando o numerador é um alimento ou nutriente consumido todos os dias por quase toda a população, as duas formas de análise geram resultados similares. No entanto, quando se trata de alimento consumido episodicamente (em que há excesso de zero no numerador), o resultado da razão será zero, independente da quantidade calórica consumida. Nesse caso, a forma apropriada é estimar a distribuição da razão utilizando modelagem bivariada, conforme descrito em Freedman et al
10
(2010).
Concluindo, a maior parte da população estudada, independentemente da faixa etária, sexo e renda, não atinge as recomendações do Guia Alimentar para grupos de alimentos relacionados com a prevenção de doenças: “frutas e sucos de frutas naturais”; “verduras e legumes”; e “leite e derivados”. O risco para desenvolvimento de doenças pode aumentar considerando, concomitantemente, o consumo acima das recomendações para “óleos e gorduras” e “açúcares e doces”.
REFERÊNCIAS
1
. Barbosa FS, Sichieri R, Junger WL. Assessing usual dietary intake in complex sample design surveys: the National Dietary Survey.
Rev Saude Publica
. 2013;47(Suppl 1):171s-6s. DOI:10.1590/S0034-89102013000700003
Barbosa
FS
Sichieri
R
Junger
WL
Assessing usual dietary intake in complex sample design surveys: the National Dietary Survey
Rev Saude Publica
2013
47
1
171s
176s
10.1590/S0034-89102013000700003
2
. Beaton GH, Milner J, Corey P, McGuire V, Cousins M, Stewart E et al. Sources of variance in 24-hour dietary recall data: implications for nutrition study design and interpretation.
Am J Clin Nutr
. 1979;32(12):2546-59.
Beaton
GH
Milner
J
Corey
P
McGuire
V
Cousins
M
Stewart
E
et al
Sources of variance in 24-hour dietary recall data: implications for nutrition study design and interpretation
Am J Clin Nutr
1979
32
12
2546
2559
3
. Bigio RS, Verly Junior E, Castro MA, Cesar CLG, Fisberg RM, Marchioni DML. Determinantes do consumo de frutas e hortaliças em adolescentes por regressão quantílica.
Rev Saude Publica
. 2011;45(3):448-56.DOI:10.1590/S0034-89102011005000023
Bigio
RS
Verly
E
Junior
Castro
MA
Cesar
CLG
Fisberg
RM
Marchioni
DML
Determinantes do consumo de frutas e hortaliças em adolescentes por regressão quantílica
Rev Saude Publica
2011
45
3
448
456
10.1590/S0034-89102011005000023
4
. Carriquiry AL. Estimation of usual intake distributions of nutrients and foods.
J Nutr
. 2003;133(2): 601S-8S.
Carriquiry
AL
Estimation of usual intake distributions of nutrients and foods
J Nutr
2003
133
2
601S
608S
5
. Carvalho AM, César CLG, Fisberg RM, Marchioni DML.Excessive meat consumption in Brazil: diet quality and environmental impacts.
Public Health Nutr
. 2013;16(10):1893-9. DOI:10.1017/S1368980012003916
Carvalho
AM
César
CLG
Fisberg
RM
Marchioni
DML
Excessive meat consumption in Brazil: diet quality and environmental impacts
Public Health Nutr
2013
16
10
1893
1899
10.1017/S1368980012003916
6
. Castro MA, Barros RR, Bueno MB, César CLG, Fisberg RM. Trans fatty acid intake among the population of the city of São Paulo, Brazil.
Rev Saude Publica
. 2009;43(6):991-7. DOI:10.1590/S0034-89102009005000084
Castro
MA
Barros
RR
Bueno
MB
César
CLG
Fisberg
RM
Trans fatty acid intake among the population of the city of São Paulo, Brazil
Rev Saude Publica
2009
43
6
991
997
10.1590/S0034-89102009005000084
7
. Conway JM, Ingwersen LA, Vinyard BT, Moshfegh AJ. Effectiveness of the US Department of Agriculture 5-step multiple-pass method in assessing food intake in obese and nonobese women.
Am J Clin Nutr
. 2003;77(5):1171-8.
Conway
JM
Ingwersen
LA
Vinyard
BT
Moshfegh
AJ
Effectiveness of the US Department of Agriculture 5-step multiple-pass method in assessing food intake in obese and nonobese women
Am J Clin Nutr
2003
77
5
1171
1178
8
. Dodd KW, Guenther PM, Freedman LS, Subar AF, Kipnis V, Midthune D, et al. Statistical methods for estimating usual intake of nutrients and foods: a review of the theory.
J Am Diet Assoc
. 2006;106(10):1640-50. DOI:10.1016/j.jada.2006.07.011
Dodd
KW
Guenther
PM
Freedman
LS
Subar
AF
Kipnis
V
Midthune
D
et al
Statistical methods for estimating usual intake of nutrients and foods: a review of the theory
J Am Diet Assoc
2006
106
10
1640
1650
10.1016/j.jada.2006.07.011
9
. Freedman LS, Guenther PM, Krebs-Smith SM, Kott PS. A population’s mean Health Eating Index-2005 scores are best estimated by the population ratio when one 24-hour recall is available.
J Nutr
. 2008;138(9):1725-9.
Freedman
LS
Guenther
PM
Krebs-Smith
SM
Kott
PS
A population’s mean Health Eating Index-2005 scores are best estimated by the population ratio when one 24-hour recall is available
J Nutr
2008
138
9
1725
1729
10
. Freedman LS, Guenther PM, Krebs-Smith SM, Dodd KW, Midthune D. A population’s distribution of Health Eating Index-2005 component scores can be estimated when more than one 24-hour recalls is available.
J Nutr
. 2010;140(8):1529-34. DOI:10.3945/jn.110.124594
Freedman
LS
Guenther
PM
Krebs-Smith
SM
Dodd
KW
Midthune
D
A population’s distribution of Health Eating Index-2005 component scores can be estimated when more than one 24-hour recalls is available
J Nutr
2010
140
8
1529
1534
10.3945/jn.110.124594
11
. Hu J, La Vecchia C, Morrison H, Negri E, Mery L. Salt, processed meat and the risk of cancer.
Eur J Cancer Prev
. 2011;20(2):132-9. DOI:10.1097/CEJ.0b013e3283429e32
Hu
J
La Vecchia
C
Morrison
H
Negri
E
Mery
L
Salt, processed meat and the risk of cancer
Eur J Cancer Prev
2011
20
2
132
139
10.1097/CEJ.0b013e3283429e32
12
. Kalkwarf HJ, Khoury JC, Lanhear BP. Milk intake during childhood and adolescence, adult bone density, and osteoporotic fractures in US women.
Am J Clin Nutr
. 2003;77(1):257-65.
Kalkwarf
HJ
Khoury
JC
Lanhear
BP
Milk intake during childhood and adolescence, adult bone density, and osteoporotic fractures in US women
Am J Clin Nutr
2003
77
1
257
265
13
. Key JD, Key LL Jr. Calcium needs of adolescents.
Curr Opin Pediatr.
1994;6(4):379-82.
Key
JD
Key
LL
Jr
Calcium needs of adolescents
Curr Opin Pediatr
1994
6
4
379
382
14
. Mendonça CP, Anjos LA. Aspectos das práticas alimentares e da atividade física como determinantes do crescimento do sobrepeso/obesidade no Brasil.
Cad Saude Publica
. 2004;20(3):698-709. DOI:10.1590/S0102-311X2004000300006
Mendonça
CP
Anjos
LA
Aspectos das práticas alimentares e da atividade física como determinantes do crescimento do sobrepeso/obesidade no Brasil
Cad Saude Publica
2004
20
3
698
709
10.1590/S0102-311X2004000300006
15
. Micha R, Wallace SK, Mozaffarian D. Red and processed meat consumption and risk of incident coronary heart disease, stroke, and diabetes mellitus: a systematic review and meta-analysis.
Circulation.
2010;121(21):2271-83. DOI:10.1161/CIRCULATIONAHA.109.924977
Micha
R
Wallace
SK
Mozaffarian
D
Red and processed meat consumption and risk of incident coronary heart disease, stroke, and diabetes mellitus: a systematic review and meta-analysis
Circulation
2010
121
21
2271
2283
10.1161/CIRCULATIONAHA.109.924977
16
. Rees JM, Christine MT. Nutritional influences on physical growth and behavior in adolescence. In: Adams G, editor. Biology of adolescent behaviour and development. Thousand Oaks; Sage Publications; 1989. p.195-222.
Rees
JM
Christine
MT
Nutritional influences on physical growth and behavior in adolescence
Adams
G
Biology of adolescent behaviour and development
Thousand Oaks
Sage Publications
1989
195
222
17
. Tooze JA, Midthune D, Dodd KW, Freedman LS, Krebs-Smith SM, Subar AF, et al. A new statistical method for estimating the usual intake of episodically consumed foods with application to their distribution.
J Am Diet Assoc
. 2006;106(10):1575-87. DOI:10.1016/j.jada.2006.07.003
Tooze
JA
Midthune
D
Dodd
KW
Freedman
LS
Krebs-Smith
SM
Subar
AF
et al
A new statistical method for estimating the usual intake of episodically consumed foods with application to their distribution
J Am Diet Assoc
2006
106
10
1575
1587
10.1016/j.jada.2006.07.003
18
. World Cancer Research Fund; American Institute for Cancer Research. Food, nutrition, physical activity, and the prevention of cancer: a global perspective, Washington (DC): AICR; 2007.
World Cancer Research Fund
American Institute for Cancer Research
Food, nutrition, physical activity, and the prevention of cancer: a global perspective
Washington (DC)
AICR
2007
19
. World Health Organization. The global burden of disease: 2004 update. Geneva; 2008.
World Health Organization
The global burden of disease: 2004 update
Geneva
2008
a
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília (DF); 2006. (Série A. Normas e Manuais Técnicos).
b
Fisberg RM, Marchioni DML, organizadoras. Manual de avaliação do consumo alimentar em estudos populacionais: a experiência do inquérito de saúde em São Paulo (ISA). São Paulo: Grupo de Avaliação de Consumo Alimentar da P/USP); 2012 [citado 2012 fev]. Disponível em: www.gac-usp.com.br
c
Applied Research Cancer Control and Population Sciences. Usual dietary intake. Bethesda (MD): National Cancer Institute; s.d [citado 2012 fev]. Disponível em: http://riskfactor.cancer.gov/diet/usualintakes
d
Ministério da Saúde. Atenção Primária em Saúde: hipertensão e diabetes. In: Relatório de atividades do Fórum Global sobre Prevenção e Controle de Enfermidades Não-Transmissíveis; 2003; Rio de Janeiro, Brasil.
e
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: análise do consumo alimentar pessoal no Brasil. Rio de Janeiro; 2011 [citado 2012 fev]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/xml/pof_2008_2009.shtm
Artigo baseado na tese de doutorado de Verly-Jr E., intitulada: “Ingestão habitual de alimentos entre indivíduos do município de São Paulo: Estudo de base populacional”, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Nutrição em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, em 2012.
Original Articles
Adherence to the food guide for the Brazilian population
Correspondence
: Eliseu Verly Junior. Departamento de Epidemiologia. Instituto de Medicina Social – UERJ. Rua São Francisco Xavier, 524 Maracanã. 20550-900 Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail:
eliseujunior@gmail.com
This study was supported by the Sao Paulo Research Foundation (Fapesp no. 2009/15831-0 and 07/52119-0) and by the National Council for Scientific and Technological Development (CNPq no. 481176/2008-0).
The authors declare that there are no conflicts of interest.
OBJECTIVE
: To analyze adherence to the Food Guide for the Brazilian Population.
METHODS
: Sample composed of participants in the Health Survey for Sao Paulo (n = 1,661) who completed two non-consecutive 24-hour recalls. A bivariate mixed model was created for the ratio of energy from a food group and total energy intake. The estimated ratio was used to calculate the percentage of individuals with intake above or below the recommendation.
RESULTS
: At least 80.0% of the individuals consume below the recommendation for milk and dairy; fruit and fresh juice; and cereals, tubers and roots; about 60.0% for vegetables; 30.0% for beans; and 8.0% for meat and eggs. Adolescents had the greatest inadequacy for vegetables (90.0%), and the highest income group had the lowest inadequacy for oils, fat and seeds (57.0%).
CONCLUSIONS
: The intake of food groups related to increased risk of chronic diseases were found to be inadequate.
Food Consumption
Food Guide
Nutrition Policy
Nutrition Assessment
Diet Surveys
INTRODUCTION
The Food Guide for the Brazilian Population (Food Guide) is the first official set of food directives for Brazil. Based on the Brazilian epidemiological situation and on scientific evidence, the Food Guide aims to contribute to guiding eating habits that aim to encourage healthy eating and preventing diet related illnesses.
a
Adherence to the Food Guide recommendations is an important marker of the adequacy of the population’s diet. With the exception of a few studies that evaluated consumption of fruit and vegetables and meat,
3
,
5
the percentages of the population with intake above or below the recommendations is not known, nor have subgroups at greater risk of deficiencies been identified.
Traditionally, 24 hour food recall (R24h) has been used to monitor the population’s diet as it provides details of consumption.
8
In Brazil, the Sao Paulo Health Survey
6
has used this method with representative samples of the population of the municipality. However, the distribution of intake based on the application of one or several R24h reflects not only inter-person variation but also intra-person variation, as the individual does not consume the same foods in the same quantities, every day. Consequently, the distribution of intake observed does not represent habitual intake and, from a statistical point of view, leads to errors in the results.
2
,
4
Statistical methods that correct consumption distribution for intra-person variability have been used in estimating usual intake that would be obtained if data had been collected from the same individual on multiple days. The NCI method, developed by the National Cancer Institute, enables distribution of the ratios of two dietary components to be estimated (bivariate distribution).
9
This modelling is especially useful as Food Guide recommendations are according to total energy consumption.
This study aimed to analyze the adherence of the Brazilian population’s diet to the Food Guide.
METHODS
Data used were from a subsample of the food intake module of the 2008 Health Survey in the city of Sao Paulo, (ISA-Capital 2008), a population-based cross-sectional study, the sample of which was collected between 2008 and 2009.
b
All ISA-Capital participants were invited to respond to the R24h. A total of 1,661 responded to the R24h, of which 50.0% responded to the second R24h.
Socioeconomic and demographic information were obtained using a structured questionnaire in interviews within the home. Income categories were defined in tertiles of
per capita
income. Food intake was collected using the multiple-pass method.
7
The R24h were collected randomly on weekdays and at the weekend, in all seasons of the year. The data were entered into the Nutrition Data System for Research software, version 2007 (NCC, University of Minnesota, MN, EUA).
In the classification of groups, soft drinks were included in the group of sugars and sweets.
Usual intake of each group, in servings, was estimated using the NCI method. This is a mixed effects model for predicting probability and quantity consumed. The models are adjusted simultaneously, producing means and percentiles of usual intake for the population studied.
17
Servings were calculated by dividing calories from a specific group in the Food Guide by the quantity of calories defined for each serving, as shown in
Table 1
. In the intake prediction model, the following co-variables were included: sex, age groups and
per capita
household income.
Table 1
. Mean recommended calories, number of servings per day and mean energy value of servings, according to groups in the Food Guide for the Brazilian Population.
Food Group
Mean recommended calories (kcal)
Daily serving (n)
Mean energy value per serving (kcal)
Calorie share (%)a
Grains, roots and tubers
900
6
150
45.0
Beans
55
1
55
2.8
Fruit and natural fruit juices
210
3
70
10.5
Vegetables and legumes
45
3
15
2.3
Milk and dairy products
360
3
120
18.0
Meat and eggs
190
1
190
9.5
Oil, fat and oily seedsb
73
1
73
3.7
Sugars and sweetsb
110
1
110
5.5
Source: Brazilian Ministry of Health: Food Guide for the Brazilian Population, 2006.
aRatio “kcal group /kcal total”.
bRecommendation that consumption not exceed the values indicated in the Food Guide.
Daily energy and serving needs vary according to sex, age and level of physical activity, among other aspects. The Food Guide adopted a mean daily intake of 2,000 calories as the reference for the Brazilian population, and food servings were calculated based on this value; the higher the energy consumption of the individual, the higher the number of recommended servings. Thus, the calorie share of each group in relation to total calories was the same for all individuals. For example, given an intake of 2,000 kcal, one serving (190 kcal per serving; 190/2,000 = 0.095) of meat and eggs is recommended, i.e., 9.5% of total calories should come from this group.
Table 1
shows the food groups of the Food Guide, the recommended intake values for 2,000 kcal and the calorie share of each group.
To obtain the percentage of individuals with calorie share for the groups above or below the recommended level, it was necessary to know the distribution of calorie share for each group in the population. This calculation meant knowing the usual intake of servings of groups and of energy. In order to obtain this, the bivariate model with the ratio of the two components was used: the numerator is the quantity of energy coming from the food group in the food Guide and the denominator is total energy intake, using a model proposed by Freedman et al
10
(2010).
First, the models estimating usual intake of each group (numerator) and estimating energy (denominator) were executed separately. The denominator did not use the probability model as this is an item consumed everyday by all individuals (probability of consumption = 1 for each individual).
17
At this stage, parameters were estimated (intra- and inter-person variance, lamda of the Box-Cox transformation, regression intercept and correlation between probability and quantity consumed, among others), which were then used in a mixed effect bivariate model, the dependent variables of which were the calories from one of the Food Guide groups and the total energy consumed. The final stage consisted of Monte Carlo simulation using the parameters estimated based on the bivariate model. This simulation generated usual intake for each group from the Food Guide for a large number of pseudo-individuals (100 pseudo-individuals for each individual in the sample). The ratio of components, which corresponded to the calorie share of the group in the diet, was calculated for each pseudo-individual, and the distribution percentiles were then estimated.
9
These analyses were conducted using the statistical SAS (SAS Corp, v. 9.2) package and are included in the macros available on the internet.
c
The percentage of individuals with intake below or above the recommended levels for each group corresponded to the percentage of individuals with calorie share above or below the recommendations. The analyses were stratified by sex, age group and tertiles of
per capita
household income. The confidence intervals (95%CI) were calculated based on standard error estimated using the Balanced Repeated Replications (BRR) technique, with Fay’s correction of 0.30.
1
This study was approved by the Research Ethics Committee of the
Faculdade de Saúde Pública
,
Universidade de São Paulo
(Process no. 053/10, 16/4/2010). Participants signed a consent form. Those under 18 obtained permission from parents or guardians to participate.
RESULTS
Table 2
shows the means, the percentiles of usual serving intake and the percentage of individuals with usual intake below recommended levels in the following groups from the Food Guide: grains, roots and tubers; beans; fruit and natural fruit juices; vegetables and legumes; milk and dairy products; meat and eggs. It was observed that fewer than 80.0% of the population had intake below the recommended levels for the following groups: milk and dairy products; fruit and natural fruit juices and grains, roots and tubers; 30.0% of the population consumed less than the recommended level of beans and vegetables and legumes, and around 8.0% for meat and eggs.
It was in the fruit and natural fruit juices and vegetables and legumes groups that the highest percentages of individuals with intake below the recommendation were found for adolescents and for males. The group with the highest inadequate intake for females was that of beans, and the figures were higher for individuals in the highest income tertile. For the group of milk and dairy products, all of the strata had the same level of inadequacy; almost 100.0% of individuals consumed less than the recommended serving. For the group of eggs and meat, around 90.0% of the population consumed the recommended level, with the mean intake being almost two servings per day.
Table 2
. Mean and percentiles of intake of servings and the proportion of the population with usual intake below the recommendation for each group from the Food Guide. Sao Paulo, SP, Southeastern Brazil, 2008. (N = 1,661)
Food Group
Characteristics of the population
n
Mean
95%CI
Percentiles of intake
% below
95%CI
10
25
50
75
90
Grains, roots and tubers and derivatives
Male
722
4.83
4.21;5.39
2.90
3.60
4.60
5.80
7.00
91
85;97
Female
939
3.95b
3.70;4.12
2.30
2.90
3.70
4.70
5.80
84
82;86
Adolescent
561
5.24
5.00;5.41
3.10
3.90
4.90
6.20
7.50
89
85;93
Adult
583
4.37
3.91;4.69
2.50
3.20
4.10
5.20
6.30
88
84;92
Older adult
517
3.63b
3.43;3.81
2.10
2.70
3.40
4.40
5.40
80
72;88
1stt. incomea
554
4.49
3.81;4.99
2.50
3.20
4.10
5.30
6.50
83
73;92
2ndt. income
554
4.60
4.21;4.99
2.70
3.40
4.40
5.60
6.90
83
81;85
3rdt. income
553
4.13
3.51;4.69
2.30
3.00
3.90
4.90
6.10
95
91;99
Beans
Male
722
1.72
1.63;1.77
0.50
0.92
1.53
2.29
3.09
30
27;33
Female
939
1.15b
1.04;1.26
0.34
0.63
1.04
1.54
2.10
35
31;39
Adolescent
561
1.62
1.56;1.68
0.46
0.84
1.43
2.17
3.02
34
32;36
Adult
583
1.41
1.27;1.55
0.40
0.74
1.24
1.89
2.64
32
29;35
Older adult
517
1.14b
1.09;1.19
0.32
0.59
1.00
1.52
2.11
31
26;37
1stt. incomea
554
1.45
1.41;1.49
0.42
0.75
1.27
1.93
2.70
29
24;33
2ndt. income
554
1.44
1.33;1.54
0.40
0.74
1.26
1.92
2.69
32
28;35
3rdt. income
553
1.37
1.23;1.51
0.40
0.71
1.19
1.82
2.55
35
33;38
Fruit and natural fruit juices
Male
722
1.01
0.97;1.05
0.20
0.41
0.82
1.41
2.07
98
97;98
Female
939
0.87
0.71;1.03
0.16
0.35
0.70
1.21
1.82
96
93;98
Adolescent
561
0.95
0.88;1.03
0.19
0.39
0.77
1.33
1.97
98
97;99
Adult
583
0.95
0.81;0.99
0.17
0.36
0.72
1.25
1.86
97
95;99
Older adult
517
1.11
0.96;1.25
0.22
0.46
0.90
1.55
2.26
89
75;100
1stt. incomea
554
0.94
0.89;0.98
0.18
0.38
0.76
1.31
1.94
96
94;98
2ndt. income
554
0.99
0.93;1.04
0.19
0.40
0.80
1.37
2.05
96
94;98
3rdt. income
553
0.91
0.85;0.98
0.17
0.37
0.74
1.28
1.89
97
95;99
Vegetables and legumes
Male
722
2.19
1.92;2.48
0.86
1.42
2.10
2.85
3.60
76
59;93
Female
939
1.87
1.63;2.11
0.74
1.20
1.79
2.43
3.08
62
51;72
Adolescent
561
1.81
1.66;1.95
0.70
1.16
1.73
2.35
2.97
90
83;98
Adult
583
2.06
1.81;2.32
0.80
1.31
1.96
2.68
3.39
68
57;81
Older adult
517
2.09
1.88;2.29
0.81
1.33
1.98
2.71
3.44
44b
33;55
1stt. incomea
554
1.94
1.73;2.17
0.76
1.25
1.86
2.52
3.17
67
57;77
2ndt. income
554
1.80
1.49;2.11
0.71
1.16
1.73
2.34
2.95
77
64;92
3rdt. income
553
2.25
2.05;2.45
0.87
1.45
2.17
2.92
3.70
62
53;72
Milk and dairy products
Male
722
0.96
0.75;1.04
0.22
0.49
0.86
1.24
1.60
100
99;100
Female
939
0.93
0.86;1.02
0.22
0.50
0.89
1.27
1.65
98
97;100
Adolescent
561
1.13
1.03;1.23
0.28
0.63
1.10
1.56
1.98
99
98;100
Adult
583
0.88b
0.77;0.98
0.22
0.48
0.85
1.21
1.54
100
99;100
Older adult
517
0.88
0.73;1.04
0.22
0.49
0.85
1.22
1.57
97
94;100
1stt. incomea
554
0.94
0.83;1.05
0.23
0.51
0.90
1.29
1.67
99
97;100
2ndt. income
554
0.87
0.79;0.96
0.21
0.48
0.83
1.20
1.55
99
99;100
3rdt. income
553
0.94
0.82;1.06
0.23
0.52
0.90
1.29
1.66
99
98;100
Meat and eggs
Male
722
2.18
1.96;2.45
1.24
1.68
2.16
2.66
3.16
6
2;11
Female
939
1.51b
1.45;1.57
0.84
1.14
1.48
1.85
2.21
9
4;13
Adolescent
561
1.95
1.79;2.11
1.03
1.41
1.87
2.41
2.95
11
7;16
Adult
583
1.88
1.71;2.05
1.00
1.36
1.81
2.33
2.86
7
3;11
Older adult
517
1.46b
1.37;1.54
0.76
1.05
1.39
1.80
2.22
8
2;14
1stt. incomea
554
1.72
1.67;1.77
0.89
1.23
1.64
2.12
2.63
8
3;13
2ndt. income
554
1.86
1.66;2.05
0.97
1.33
1.78
2.30
2.84
7
3;11
3rdt. income
553
1.89
1.72;2.07
0.99
1.37
1.82
2.35
2.89
7
3;12
aTertiles of
per capita
household income.
bCategories with lower mean and statistically significant prevalence.
Table 3
shows the mean, the percentiles of usual serving intake and the percentages of individuals with usual intake above the recommended level for the following groups: oil, fat and oily seeds; sugars and sweets. More than half of the population consumed above the recommended level of sweets and sugars and oil, fat and oily seeds. There was no difference between the strata with regards intake of sugar and sweets above the recommended level; individuals in the highest incomes had the smallest percentage of consuming more than the recommended amount of oil, fat and oily seeds (57.0%). However, mean consumption of both groups was higher among males and in adolescents.
Table 3
. Mean and percentiles of distribution of intake of servings and the proportion of the population with usual consumption above the recommended level for each group in the Food Guide. Sao Paulo, SP, Southeastern Brazil, 2008. (N = 1,661)
Food groups
Characteristics of the population
n
Mean
95%CI
Percentiles of intake
% above
95%CI
10
25
50
75
90
Oils, fat and oily seeds
Male
722
1.49
1.39;1.59
0.31
0.66
1.26
2.05
2.98
60
55;64
Female
939
1.28b
1.21;1.37
0.27
0.57
1.08
1.77
2.54
66
63;70
Adolescent
561
1.72
1.56;1.88
0.36
0.77
1.47
2.38
3.38
66
61;72
Adult
583
1.35
1.24;1.46
0.28
0.60
1.15
1.85
2.65
62
57;67
Older adult
517
1.19b
1.06;1.32
0.25
0.53
1.01
1.64
2.35
67
64;73
1stt. incomea
554
1.44
1.29;1.59
0.29
0.63
1.21
1.99
2.86
68
64;71
2ndt. income
554
1.53
1.43;1.63
0.31
0.68
1.30
2.10
3.01
68
64;72
3rdt. income
553
1.22b
1.7;1.28
0.25
0.54
1.04
1.69
2.42
57b
52;62
Sugars and sweets
Male
722
1.67
1.53;1.81
0.61
0.95
1.45
2.14
3.01
76
69;84
Female
939
1.42b
1.33;1.48
0.50
0.78
1.21
1.81
2.54
82
68;97
Adolescent
561
2.49
2.21;2.77
1.03
1.55
2.28
3.18
4.21
93
85;100
Adult
583
1.43
1.31;1.55
0.55
0.85
1.28
1.83
2.41
78
69;88
Older adult
517
1.01b
0.91;1.12
0.37
0.59
0.90
1.31
1.74
71
51;98
1stt. incomea
554
1.46
1.32;1.61
0.50
0.78
1.23
1.88
2.71
78
68;88
2ndt. income
554
1.48
1.35;1.61
0.52
0.82
1.27
1.89
2.67
78
68;87
3rdt. income
553
1.62
1.58;1.65
0.59
0.92
1.41
2.07
2.86
82
69;95
aTertiles of
per capita
household income.
bCategories with lower mean and statistically significant prevalence.
DISCUSSION
Usual intake of servings of food groups recommended by the Food Guide were estimated and insufficient intake of the following were found: fruit and natural fruit juices, grains, roots and tubers and derivatives and milk and dairy products. A high percentage of individuals consuming above the recommended levels of oil, fat and oily seeds and sugars and sweets was also observed.
In general, inadequacies in each group from the Food Guide were comparable between all sub-populations studied, indicating that the population is systematically exposed to the risk of an inadequate diet. Although sex, age group and income influenced mean intake of some groups from the Food Guide, the same was not true when the percentage of inadequacy was assessed. For example, women consumed smaller quantities of meat and eggs than men, but their percentiles of inadequacy did not differ statistically. This is because, although males have higher mean consumption of this food groups, they also have higher mean energy intake. Similarly, mean total consumption of meat and eggs is lower for women, meaning that the calorie share is similar between the sexes. The same occurs in other groups, with higher intake of sugars and sweets, oil, fat and oily seeds, beans and grains, roots, tubers and derivatives.
High intake of oil, fat and oily seeds and sugars and sweets, together with low intake of fruit and natural fruit juices and vegetables and legumes, and added to lower energy expenditure due to reduced physical activity,
14
may explain the growing trend in the population for being overweight and obese, and associated chronic diseases. According to the World Health Organization Global Health Risks report,
19
being overweight and obese is the third most significant risk factor for mortality, accounting for 6.7% and 8.4% of deaths in developing and developed countries, respectively. In Brazil, cardiovascular disease is responsible for 65.0% of deaths in adults aged between 30 and 69 years, and the cause of 14.0% of hospitalization in this age group (1,150,000 hospitalizations/year) and of 40.0% of cases of early retirement.
d
Almost all of the population studied met the recommendation for meat and egg intake; however, mean consumption was almost double the recommendation. For this group, there is no established maximum intake, but moderation is advised in its consumption, especially of meat with high saturated fat content. Recent studies indicate a consistent relationship between high consumption of red and processed meat and increased risk of chronic diseases such as colon and rectal cancer and cardiovascular disease,
11
,
15
,
18
leading the Food Guide to consider including a recommendation restricting intake of at least some types of meat.
As regards inadequate intake, the worst situation was observed in the milk and dairy products group, for which practically the whole population failed to meet the recommendation. This food group represents the most important sources of calcium in the diet, resulting in deficiencies of this nutrient.
e
Although calcium is important at all stages of life, special attentions should be paid to adolescents. Up to 45.0% of an individual’s growth,
16
37.0% of bone density
13
and 15.0% to 25.0% of height are determined in this period.
16
Ongoing insufficient intake of milk and dairy products during adolescence can result in increased risk of fractures at later stages of life.
12
As regards the method used to analyze the data, the distribution of the ratio of the two components can be estimated in two ways:
9
,
10
1) calculating the ratio of the two components and estimating the ratio of distribution, using univariate modelling, for each individual and; 2) estimating usual distribution for each component and, then, estimating ratio using bivariate modelling. When the numerator is the food or nutrient consumed everyday by almost the entire population, the two forms produce similar results. However, when the food in question is one consumed episodically (and so there are excess zeroes in the numerator), the result of the ratio would be zero, irrespective of the quantity of energy consumed. In this case, the appropriate calculation is to estimate distribution of the ratio using bivariate modelling, as described in Freedman et al
10
(2010).
To conclude, most population studied, irrespective of age group, sex and income, did not follow the recommendations in the Food Guide for food groups related to disease prevention: fruit and natural fruit juices; vegetables and legumes and milk and dairy products. The risk of developing disease may be increased, especially considering the simultaneous intake of oil, fat and oily seeds and sugars and sweets above the recommended level.
a
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília (DF); 2006. (Série A. Normas e Manuais Técnicos).
b
Fisberg RM, Marchioni DML, organizadoras. Manual de avaliação do consumo alimentar em estudos populacionais: a experiência do inquérito de saúde em São Paulo (ISA). São Paulo: Grupo de Avaliação de Consumo Alimentar da P/USP); 2012 [cited 2012 Feb]. Available from
www.gac-usp.com.br
c
Applied Research Cancer Control and Population Sciences. Usual dietary intake. Bethesda (MD): National Cancer Institute; s.d [cited 2012 Feb]. Available from:
http://riskfactor.cancer.gov/diet/usualintakes
d
Ministério da Saúde. Atenção Primária em Saúde: hipertensão e diabetes. In: Relatório de atividades do Fórum Global sobre Prevenção e Controle de Enfermidades Não-Transmissíveis; 2003; Rio de Janeiro, Brasil.
e
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: análise do consumo alimentar pessoal no Brasil. Rio de Janeiro; 2011 [cited 2012 Feb]. Available from:
http://www.ibge.gov.br/home/xml/pof_2008_2009.shtm
Article based on doctoral thesis of Verly-Jr E., entitled: “Ingestão habitual de alimentos entre indivíduos do município de São Paulo: Estudo de base populacional”, presented to the Postgraduate Program in Nutrition,
Faculdade de Saúde Pública
,
Universidade de São Paulo
, in 2012.
Autoría
Eliseu Verly Junior
Departamento de Epidemiologia
.
Instituto de Medicina Social
.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
.
Rio de Janeiro
,
RJ
,
Brasil Universidade do Estado do Rio de JaneiroBrasilRio de Janeiro, RJ, Brasil Departamento de Epidemiologia
.
Instituto de Medicina Social
.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
.
Rio de Janeiro
,
RJ
,
Brasil
Aline Martins de Carvalho
Departamento de Nutrição
.
Faculdade de Saúde Pública
.
Universidade de São Paulo
.
São Paulo
,
SP
,
Brasil Universidade de São PauloBrasilSão Paulo, SP, Brasil Departamento de Nutrição
.
Faculdade de Saúde Pública
.
Universidade de São Paulo
.
São Paulo
,
SP
,
Brasil
Regina Mara Fisberg
Departamento de Nutrição
.
Faculdade de Saúde Pública
.
Universidade de São Paulo
.
São Paulo
,
SP
,
Brasil Universidade de São PauloBrasilSão Paulo, SP, Brasil Departamento de Nutrição
.
Faculdade de Saúde Pública
.
Universidade de São Paulo
.
São Paulo
,
SP
,
Brasil
Dirce Maria Lobo Marchioni
Departamento de Nutrição
.
Faculdade de Saúde Pública
.
Universidade de São Paulo
.
São Paulo
,
SP
,
Brasil Universidade de São PauloBrasilSão Paulo, SP, Brasil Departamento de Nutrição
.
Faculdade de Saúde Pública
.
Universidade de São Paulo
.
São Paulo
,
SP
,
Brasil
Correspondência
| Correspondence: Eliseu Verly Junior. Departamento de Epidemiologia. Instituto de Medicina Social – UERJ. Rua São Francisco Xavier, 524 Maracanã. 20550-900 Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail:
eliseujunior@gmail.com
Trabalho financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp nº 2009/15831-0 e 07/52119-0) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq nº 481176/2008-0).
Os autores declaram não haver conflito de interesses.
SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS
Departamento de Epidemiologia
.
Instituto de Medicina Social
.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
.
Rio de Janeiro
,
RJ
,
Brasil Universidade do Estado do Rio de JaneiroBrasilRio de Janeiro, RJ, Brasil Departamento de Epidemiologia
.
Instituto de Medicina Social
.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
.
Rio de Janeiro
,
RJ
,
Brasil
Departamento de Nutrição
.
Faculdade de Saúde Pública
.
Universidade de São Paulo
.
São Paulo
,
SP
,
Brasil Universidade de São PauloBrasilSão Paulo, SP, Brasil Departamento de Nutrição
.
Faculdade de Saúde Pública
.
Universidade de São Paulo
.
São Paulo
,
SP
,
Brasil
Tabela 1
. Recomendação calórica média, número de porções diárias e valor energético médio das porções, segundo grupos do Guia Alimentar para a População Brasileira.
Tabela 2
Média e percentis de consumo das porções e proporção da população com consumo habitual abaixo da recomendação para cada grupo do Guia Alimentar. São Paulo, SP, 2008. (N = 1.661)
Tabela 3
. Média e percentis de consumo das porções, e proporção da população com consumo habitual acima da recomendação para cada grupo do Guia Alimentar. São Paulo, SP, 2008. (N = 1.661)
table_chartTabela 1
. Recomendação calórica média, número de porções diárias e valor energético médio das porções, segundo grupos do Guia Alimentar para a População Brasileira.
Grupo de alimentos
Recomendação calórica média (kcal)
Porções diárias (n)
Valor energético médio por porção (kcal)
Participação (%) calórica a
Cereais, tubérculos e raízes
900
6
150
45,0
Feijões
55
1
55
2,8
Frutas e sucos de frutas naturais
210
3
70
10,5
Legumes e verduras
45
3
15
2,3
Leite e derivados
360
3
120
18,0
Carnes e ovos
190
1
190
9,5
Óleos, gorduras e sementes oleaginosas b
73
1
73
3,7
Açúcares e doces b
110
1
110
5,5
table_chartTabela 2
Média e percentis de consumo das porções e proporção da população com consumo habitual abaixo da recomendação para cada grupo do Guia Alimentar. São Paulo, SP, 2008. (N = 1.661)
Grupo de alimento
Característica da população
n
Média
IC95%
Percentis de consumo
% abaixo
IC95%
10
25
50
75
90
Cereais, tubérculos, raízes e derivados
Masculino
722
4,83
4,21;5,39
2,90
3,60
4,60
5,80
7,00
91
85;97
Feminino
939
3,95 b
3,70;4,12
2,30
2,90
3,70
4,70
5,80
84
82;86
Adolescente
561
5,24
5,00;5,41
3,10
3,90
4,90
6,20
7,50
89
85;93
Adulto
583
4,37
3,91;4,69
2,50
3,20
4,10
5,20
6,30
88
84;92
Idoso
517
3,63 b
3,43;3,81
2,10
2,70
3,40
4,40
5,40
80
72;88
1º t. renda a
554
4,49
3,81;4,99
2,50
3,20
4,10
5,30
6,50
83
73;92
2º t. renda
554
4,60
4,21;4,99
2,70
3,40
4,40
5,60
6,90
83
81;85
3º t. renda
553
4,13
3,51;4,69
2,30
3,00
3,90
4,90
6,10
95
91;99
Feijão
Masculino
722
1,72
1,63;1,77
0,50
0,92
1,53
2,29
3,09
30
27;33
Feminino
939
1,15 b
1,04;1,26
0,34
0,63
1,04
1,54
2,10
35
31;39
Adolescente
561
1,62
1,56;1,68
0,46
0,84
1,43
2,17
3,02
34
32;36
Adulto
583
1,41
1,27;1,55
0,40
0,74
1,24
1,89
2,64
32
29;35
Idoso
517
1,14 b
1,09;1,19
0,32
0,59
1,00
1,52
2,11
31
26;37
1º t. renda
554
1,45
1,41;1,49
0,42
0,75
1,27
1,93
2,70
29
24;33
2º t. renda
554
1,44
1,33;1,54
0,40
0,74
1,26
1,92
2,69
32
28;35
3º t. renda
553
1,37
1,23;1,51
0,40
0,71
1,19
1,82
2,55
35
33;38
Frutas e sucos de frutas naturais
Masculino
722
1,01
0,97;1,05
0,20
0,41
0,82
1,41
2,07
98
97;98
Feminino
939
0,87
0,71;1,03
0,16
0,35
0,70
1,21
1,82
96
93;98
Adolescente
561
0,95
0,88;1,03
0,19
0,39
0,77
1,33
1,97
98
97;99
Adulto
583
0,95
0,81;0,99
0,17
0,36
0,72
1,25
1,86
97
95;99
Idoso
517
1,11
0,96;1,25
0,22
0,46
0,90
1,55
2,26
89
75;100
1º t. renda
554
0,94
0,89;0,98
0,18
0,38
0,76
1,31
1,94
96
94;98
2º t. renda
554
0,99
0,93;1,04
0,19
0,40
0,80
1,37
2,05
96
94;98
3º t. renda
553
0,91
0,85;0,98
0,17
0,37
0,74
1,28
1,89
97
95;99
Legumes e verduras
Masculino
722
2,19
1,92;2,48
0,86
1,42
2,10
2,85
3,60
76
59;93
Feminino
939
1,87
1,63;2,11
0,74
1,20
1,79
2,43
3,08
62
51;72
Adolescente
561
1,81
1,66;1,95
0,70
1,16
1,73
2,35
2,97
90
83;98
Adulto
583
2,06
1,81;2,32
0,80
1,31
1,96
2,68
3,39
68
57;81
Idoso
517
2,09
1,88;2,29
0,81
1,33
1,98
2,71
3,44
44 b
33;55
1º t. renda
554
1,94
1,73;2,17
0,76
1,25
1,86
2,52
3,17
67
57;77
2º t. renda
554
1,80
1,49;2,11
0,71
1,16
1,73
2,34
2,95
77
64;92
3º t. renda
553
2,25
2,05;2,45
0,87
1,45
2,17
2,92
3,70
62
53;72
Leite e derivados
Masculino
722
0,96
0,75;1,04
0,22
0,49
0,86
1,24
1,60
100
99;100
Feminino
939
0,93
0,86;1,02
0,22
0,50
0,89
1,27
1,65
98
97;100
Adolescente
561
1,13
1,03;1,23
0,28
0,63
1,10
1,56
1,98
99
98;100
Adulto
583
0,88 b
0,77;0,98
0,22
0,48
0,85
1,21
1,54
100
99;100
Idoso
517
0,88
0,73;1,04
0,22
0,49
0,85
1,22
1,57
97
94;100
1º t. renda
554
0,94
0,83;1,05
0,23
0,51
0,90
1,29
1,67
99
97;100
2º t. renda
554
0,87
0,79;0,96
0,21
0,48
0,83
1,20
1,55
99
99;100
3º t. renda
553
0,94
0,82;1,06
0,23
0,52
0,90
1,29
1,66
99
98;100
Carnes e ovos
Masculino
722
2,18
1,96;2,45
1,24
1,68
2,16
2,66
3,16
6
2;11
Feminino
939
1,51 b
1,45;1,57
0,84
1,14
1,48
1,85
2,21
9
4;13
Adolescente
561
1,95
1,79;2,11
1,03
1,41
1,87
2,41
2,95
11
7;16
Adulto
583
1,88
1,71;2,05
1,00
1,36
1,81
2,33
2,86
7
3;11
Idoso
517
1,46 b
1,37;1,54
0,76
1,05
1,39
1,80
2,22
8
2;14
1º t. renda
554
1,72
1,67;1,77
0,89
1,23
1,64
2,12
2,63
8
3;13
2º t. renda
554
1,86
1,66;2,05
0,97
1,33
1,78
2,30
2,84
7
3;11
3º t. renda
553
1,89
1,72;2,07
0,99
1,37
1,82
2,35
2,89
7
3;12
table_chartTabela 3
. Média e percentis de consumo das porções, e proporção da população com consumo habitual acima da recomendação para cada grupo do Guia Alimentar. São Paulo, SP, 2008. (N = 1.661)
Grupo de alimentos
Característica da população
n
Média
IC95%
Percentis de consumo
% acima
IC95%
10
25
50
75
90
Óleos, gorduras e sementes oleaginosas
Masculino
722
1,49
1,39;1,59
0,31
0,66
1,26
2,05
2,98
60
55;64
Feminino
939
1,28 b
1,21;1,37
0,27
0,57
1,08
1,77
2,54
66
63;70
Adolescente
561
1,72
1,56;1,88
0,36
0,77
1,47
2,38
3,38
66
61;72
Adulto
583
1,35
1,24;1,46
0,28
0,60
1,15
1,85
2,65
62
57;67
Idoso
517
1,19 b
1,06;1,32
0,25
0,53
1,01
1,64
2,35
67
64;73
1º t. renda a
554
1,44
1,29;1,59
0,29
0,63
1,21
1,99
2,86
68
64;71
2º t. renda
554
1,53
1,43;1,63
0,31
0,68
1,30
2,10
3,01
68
64;72
3º t. renda
553
1,22 b
1,7;1,28
0,25
0,54
1,04
1,69
2,42
57 b
52;62
Açúcares e doces
Masculino
722
1,67
1,53;1,81
0,61
0,95
1,45
2,14
3,01
76
69;84
Feminino
939
1,42 b
1,33;1,48
0,50
0,78
1,21
1,81
2,54
82
68;97
Adolescente
561
2,49
2,21;2,77
1,03
1,55
2,28
3,18
4,21
93
85;100
Adulto
583
1,43
1,31;1,55
0,55
0,85
1,28
1,83
2,41
78
69;88
Idoso
517
1,01 b
0,91;1,12
0,37
0,59
0,90
1,31
1,74
71
51;98
1º t. renda
554
1,46
1,32;1,61
0,50
0,78
1,23
1,88
2,71
78
68;88
2º t. renda
554
1,48
1,35;1,61
0,52
0,82
1,27
1,89
2,67
78
68;87
3º t. renda
553
1,62
1,58;1,65
0,59
0,92
1,41
2,07
2,86
82
69;95
Como citar
Verly, Eliseu et al. Aprobación de la guía alimentaria para la población brasileña. Revista de Saúde Pública [online]. 2013, v. 47, n. 6 [Accedido 11 Abril 2025], pp. 1021-1027. Disponible en: <https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2013047004637>. ISSN 1518-8787. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2013047004637.
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São PauloAvenida Dr. Arnaldo, 715, 01246-904 São Paulo SP Brazil, Tel./Fax: +55 11 3061-7985 -
São Paulo -
SP -
Brazil E-mail: revsp@usp.br
rss_feed
Acompanhe os números deste periódico no seu leitor de RSS
scite shows how a scientific paper has been cited by providing the context of the citation, a classification describing whether it supports, mentions, or contrasts the cited claim, and a label indicating in which section the citation was made.