Rev Saude Publica
Revista de Saúde Pública
Rev. Saúde Pública
0034-8910
1518-8787
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
OBJETIVO:
Evaluar la influencia de desigualdades sociales de orden individual y contextual en
la experiencia de caries dentaria no tratada en niños en Brasil.
MÉTODOS:
Los datos sobre la prevalencia de caries dentaria fueron obtenidos del Proyecto
Investigación Nacional de Salud Bucal – SBBrasil 2010, pesquisa epidemiológica de salud
bucal con muestra representativa para el país y cada una de sus macro regiones
geográficas. Niños de cinco años de edad (n= 7.217) en 177 municipios fueron examinados
y sus responsables respondieron el cuestionario. Características contextuales referentes
a los municipios en 2010 (renta mediana, fluororación del agua y proporción de
domicilios con abastecimiento de agua) fueron informadas por la Fundación Instituto
Brasileño de Geografía y Estadística. El estudio de asociación utilizó modelos
multinivel de análisis de regresión de Poisson.
RESULTADOS:
La prevalencia de caries no tratada fue de 48,2%; más de la mitad de la muestra
presentó al menos un diente deciduo con experiencia de caries. El índice de caries en la
dentición decidua ceo-d promedio fue 2,41, siendo mayor para las regiones Norte y
Noreste. Niños con color de piel negra y parda, y aquellas con renta familiar menos
elevada tuvieron mayor prevalencia de caries no tratada. En el nivel contextual, renta
mediana en el municipio y adición de flúor en el agua de abastecimiento se asociaron
inversamente con la prevalencia del resultado.
CONCLUSIONES:
Desigualdades en la prevalencia de caries no tratada persisten, afectando a los niños
con dentición decidua en Brasil. La planificación de medidas públicas para la promoción
de salud bucal debe considerar el efecto de factores contextuales como determinante de
riesgos individuales.
INTRODUÇÃO
A aplicação de medidas efetivas de prevenção e controle de doenças demanda a identificação
dos fatores que influenciam o estado de saúde da população. Desigualdades sociais têm sido
apontadas como importante determinante do processo saúde-doença e têm sido reconhecidas
tanto no nível individual como no nível dos contextos sociais. 14
A associação entre condição socioeconômica e prevalência de cárie dentária tem sido
apontada por estudos que interpretam essa associação como fonte de iniquidade em saúde
bucal. 1
,
7
,
19 Essa afirmativa também tem sido constatada para crianças em idade pré-escolar. 21 Para essa faixa etária, a cárie de acometimento precoce é considerada um problema de
saúde pública, devido a sua elevada prevalência e por afetar de modo relevante a qualidade
de vida dos indivíduos. 11
A relação entre determinantes individuais e diferentes condições de saúde, entre elas a
cárie dentária, é influenciada pelo contexto no qual os indivíduos estão inseridos. 10 Estudos prévios têm discutido a ocorrência desse agravo como sendo relacionada a uma
complexa rede causal, a qual é ordenada em níveis organizacionais integrando determinantes
relacionados a características individuais, do contexto social e geográfico. 1
,
4
,
9 A ação desses fatores sobre o risco de doença não ocorre de modo isolado; ao
contrário, suas múltiplas interações devem ser refletidas nos modelos conceituais que
organizam níveis mais distais e proximais para explicar a distribuição da doença. 10 Analisar dados epidemiológicos sem considerar sua variância nos níveis hierárquicos
que organizam a população pode ser fonte de viés e levar a conclusões errôneas. 1
,
24 Para fazer frente a essa dificuldade, estudos recentes têm utilizado a análise
multinível para integrar características individuais e variáveis geográficas em um único
modelo explicativo. 1
,
4
,
9
,
13
No Brasil, desde a década de 1980, levantamentos epidemiológicos têm sido realizados em
âmbito nacional para avaliar as condições de saúde bucal da população. A análise dos
resultados desses levantamentos tem permitido constatar a influência dos fatores
contextuais, incorporando-se indicadores socioeconômicos e ambientais, como o Índice de
Desenvolvimento Humano, medidas de acesso aos serviços de saúde e disponibilidade de água de
abastecimento fluoretada. Esses levantamentos têm mostrado, ainda, que houve uma redução dos
indicadores de cárie dentária em crianças de 12 anos. 17 Entretanto, poucos estudos têm sido realizados para avaliar a distribuição da cárie
de acometimento precoce e seus fatores individuais e contextuais. 1
,
3
,
13
Este estudo teve como objetivo avaliar a influência de desigualdades sociais de ordem
individual e contextual na experiência de cárie dentária não tratada em crianças no Brasil.
A identificação do quadro epidemiológico atual da cárie dentária em crianças de cinco anos
poderia instruir a definição de políticas públicas de saúde bucal voltadas à diminuição das
diferenças sociais.
MÉTODOS
Este estudo transversal utilizou informações sobre prevalência de cárie dentária fornecidas
pelo levantamento epidemiológico de saúde bucal realizado no País, a Pesquisa Nacional de
Saúde Bucal – Projeto SBBrasil 2010. Os procedimentos metodológicos utilizados nesse
levantamento epidemiológico, bem como seu relatório técnico, estão disponíveis para consulta
online . a
A metodologia utilizada pelo SBBrasil 2010 seguiu as diretrizes padronizadas
internacionalmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) 26 e teve como meta, para avaliação da dentição decídua, a inclusão de uma amostra de
crianças de cinco anos de idade, representativa em nível nacional, para cada capital de
estado e para as cidades do interior em cada macrorregião.
O SBBrasil 2010 realizou exames bucais em 7.217 crianças de cinco anos de idade, em 177
municípios, e aplicou questionários para seus pais ou responsáveis. A amostra foi obtida com
delineamento complexo por conglomerados, e os respectivos pesos amostrais foram registrados
no banco de dados. A unidade amostral primária foram os conglomerados, constituídos por
setores censitários nas capitais de estado e por cidades do interior em cada macrorregião,
enquanto as crianças examinadas foram a unidade amostral secundária. Essa base de
informações propiciou avaliar a prevalência e a gravidade dos principais agravos bucais,
além da distribuição dos fatores sociodemográficos de interesse para o estudo.
Os indicadores de prevalência de cárie dentária foram avaliados por meio do índice ceo-d
(índice de dentes cariados, extraídos ou restaurados na dentição decídua). A prevalência de
cárie não tratada foi definida pela manifestação de ao menos um dente decíduo com essa
condição, isto é, apresentando o componente “c” do índice ceo-d maior ou igual a um. Os
examinadores foram treinados e calibrados para utilização do critério de diagnóstico de
cárie proposto pela OMS (1997). 26 A principal variável de desfecho deste estudo foi a prevalência de cárie não
tratada, a qual integra informações sobre a prevalência da doença e falta de tratamento
odontológico. 3
As características sociodemográficas de ordem individual foram informadas pelo questionário
do SBBrasil 2010: sexo, cor da pele e renda familiar. Foram adotadas as categorias
utilizadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a
classificação da cor da pele; a renda familiar foi coletada considerando o somatório do
rendimento mensal (em R$) de todos os moradores do domicílio.
As características contextuais dos municípios foram obtidas por meio de consulta aos
resultados do censo realizado em 2010 pelo IBGE. Foram incluídos os indicadores de renda
domiciliar (mediana nos municípios) e a porcentagem de domicílios ligados à rede de
abastecimento de água (categorizadas pelos quartis de distribuição). A Pesquisa Nacional de
Saneamento Básico, realizada pelo IBGE 12 com dados relativos a 2008, informou quais cidades adicionavam ou não adicionavam
flúor à água de abastecimento público.
Os dados foram obtidos utilizando o programa Stata 12. Inicialmente, foi realizada a
análise descritiva do índice ceo-d, prevalência de cárie (ceo-d ≥ 1) e prevalência de cárie
não tratada (c ≥ 1) em cada capital de estado e nas cidades do interior de cada macrorregião
do País. Foi empregada análise multinível de regressão de Poisson para avaliar a associação
entre os indicadores de cárie e os fatores individuais e contextuais. Tanto as estimativas
descritivas como as análises efetuadas consideraram a estrutura complexa da amostra por
conglomerados e os respectivos pesos amostrais. Como medida de associação entre variáveis,
essa modalidade de análise utilizada disponibilizou a razão de prevalências e seu intervalo
de confiança (95%).
A análise multinível empregou o esquema de efeitos mistos, 24 estimando o efeito fixo das medidas de associação entre o desfecho e os fatores de
primeiro nível (crianças), e o efeito randômico entre o desfecho e os fatores de segundo
nível (conglomerados do plano amostral). Na análise bivariada, foram comparados os dois
desfechos: prevalência de cárie e prevalência de cárie não tratada. Na análise de regressão
múltipla, um único desfecho foi selecionado: prevalência de cárie não tratada.
A análise múltipla foi realizada em três etapas. Primeiro, foi estimado o modelo vazio
(“modelo 1”), sem fatores, apenas partilhando a variância nos dois níveis da análise. O
“modelo 2” incluiu somente os fatores de ordem individual. O “modelo 3” incluiu todos os
fatores com ajuste concomitante das variáveis individuais e contextuais. A qualidade de
ajuste dos modelos foi avaliada pela estatística -2 vezes o logaritmo da função de
verossimilhança; mudanças significativas na qualidade de ajuste dos modelos foram analisadas
por meio do teste de razão de probabilidade (teste da razão de verossimilhança). 24
O Projeto SBBrasil 2010 foi conduzido dentro dos padrões exigidos pela Declaração de
Helsinque e aprovado pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa, sob o registro n° 15.498,
em 7 de janeiro de 2010.
RESULTADOS
Um total de 7.217 crianças de cinco anos de idade participou do estudo; a taxa de não
resposta (perda amostral) correspondeu a 1,8%.
O índice ceo-d foi 2,41 (IC95% 2,19;2,63) para o País como um todo. O componente “c” do
ceo-d correspondeu a 84,3% do valor total do índice; esse valor indica que, de cada 100
dentes com sinais de experiência atual ou pregressa da doença, cerca de 85 não estão
restaurados. A prevalência de cárie dentária foi 53,1% (IC95% 50,1%;56,1%), ou seja, mais da
metade das crianças dessa idade já foram acometidas pela doença. A prevalência de cárie não
tratada foi 48,2% (IC95% 45,2%;51,2%), sugerindo que quase metade das crianças dessa idade
no Brasil apresenta essa condição.
Os índices de cárie foram marcadamente desiguais na distribuição geográfica. A prevalência
de cárie não tratada, por exemplo, variou de 27,0%, no Rio de Janeiro, a 68,9% nas cidades
do interior da região Nordeste. De modo geral, as macrorregiões mais pobres do País (Norte e
Nordeste) apresentaram piores índices de cárie na dentição decídua. Na comparação com a
região Sudeste, a região Norte apresentou ceo-d cerca de 63% mais elevado. Em cada
macrorregião, as cidades do interior tiveram índices de cárie piores que os das respectivas
capitais de estado. No que diz respeito à prevalência de cárie não tratada, as menores
porcentagens foram obtidas nas capitais de estados das regiões Sul e Sudeste ( Figura , Tabela 1
).
Figura
. Índice ceo-d e intervalo de 95% de confiança em crianças de cinco anos por
macrorregião. SBBrasil, 2010.
Tabela 1
. Índice ceo-d, prevalência de cárie (um ou mais dentes afetados) e prevalência
de cárie não tratada (avaliada pelo componente “c” do índice ceo-d) em crianças de
cinco anos de idade por estado. SBBrasil, 2010.
Capitais de Estado
n
Índice ceo-d
ceo-d ≥ 1 (%)
C ≥ 1 (%)
Região Norte
Porto Velho, RO
171
2,89
63,2
58,8
Rio Branco, AC
163
3,20
64,2
58,9
Manaus, AM
200
2,88
56,7
53,7
Boa Vista, RR
194
3,51
66,6
65,6
Belém, PA
291
2,14
53,6
51,1
Macapá, AP
230
2,57
64,4
60,9
Palmas, TO
180
1,53
46,5
42,5
Região Nordeste
São Luís, MA
166
1,86
40,7
36,6
Teresina, PI
174
2,55
56,7
55,6
Fortaleza, CE
232
1,39
42,7
41,5
Natal, RN
187
2,29
53,2
52,4
João Pessoa, PB
139
2,61
60,1
56,5
Recife, PE
267
2,09
52,7
48,5
Maceió, AL
167
2,76
60,5
58,2
Aracaju, SE
232
2,23
52,5
48,6
Salvador, BA
228
1,70
43,5
42,3
Região Sudeste
Belo Horizonte, MG
200
2,40
54,6
51,5
Vitória, ES
205
1,47
42,8
38,2
Rio de Janeiro, RJ
265
1,44
29,0
27,0
São Paulo, SP
224
1,99
41,8
37,6
Região Sul
Curitiba, PR
235
2,46
56,2
50,3
Florianópolis, SC
187
1,56
39,1
33,8
Porto Alegre, RS
225
1,71
39,7
37,9
Região Centro-Oeste
Campo Grande, MS
209
2,62
57,1
44,1
Cuiabá, MT
105
3,18
63,2
58,4
Goiânia, GO
256
1,96
48,0
40,6
Brasília, DF
179
1,85
47,2
45,2
Cidades do Interior
n
Índice ceo-d
ceo-d ≥ 1 (%)
C ≥ 1 (%)
Região Norte
345
3,73
70,2
68,4
Região Nordeste
317
3,99
69,1
68,9
Região Sudeste
389
2,19
50,5
44,8
Região Sul
280
2,56
62,8
55,8
Região Centro-Oeste
375
3,39
66,0
61,8
Brasil
7217
2,41
53,1
48,2
IC95%
2,19;2,63
50,1;56,1
45,2;51,2
Os mesmos fatores que se associaram com a prevalência de cárie (ceo-d ≥ 1) também se
associaram com a prevalência de cárie não tratada (c ≥ 1). No nível individual, cor da pele
e renda familiar foram as características sociodemográficas significantemente associadas com
as duas medidas. No nível contextual, os índices de cárie associaram-se com: adição de flúor
à água de abastecimento, porcentagem de domicílios ligados à rede de esgoto e mediana da
renda no município ( Tabela 2 ).
Tabela 2
. Análise multinível de fatores individuais e contextuais associados à
prevalência de cárie e prevalência de cárie não tratada (componente “c” do índice
ceo-d) em crianças de cinco anos de idade. SBBrasil, 2010.
Nível individual (criança)
n
ceo ≥ 1 a (%)
RP (IC95%) b
Cárie não tratada a (%)
RP (IC95%) b
Sexo
Masculino
3.618
54,4
1
49,7
1
Feminino
3.599
51,6
0,97(0,91;1,03)
47,3
0,98(0,92;1,05)
Cor da pele
Branca
3.229
50,0
1
44,2
1
Preta
576
56,4
1,14(1,01;1,29)
54,1
1,20(1,06;1,36)
Parda
3.220
55,6
1,14(1,07;1,23)
52,0
1,17(1,09;1,26)
Amarela
140
56,1
1,23(1,00;1,53)
54,8
1,29(1,04;1,62)
Indígena
52
69,0
1,36(0,98;1,90)
63,6
1,39(0,99;1,96)
Renda Familiar (R$)
> 2.500,00
662
35,8
1
26,5
1
1.501,00 a 2.500,00
1.024
45,3
1,47(1,24;1,73)
38,1
1,70(1,41;2,05)
501,00 a 1.500,00
3.699
54,2
1,82(1,57;2,10)
49,9
2,21(1,88;2,61)
≤ 500,00
1.494
63,7
2,01(1,73;2,35)
62,7
2,53(2,13;3,01)
Nível contextual (cidades)
n
ceo ≥ 1 a (%)
RP (IC95%) b
Cárie não tratada a (%)
RP (IC95%) b
Água de abastecimento fluoretada
Não
65,8
1
61,9
1
Sim
50,4
0,80(0,72;0,88)
45,7
0,76(0,68;0,85)
Domicílios ligados a rede de abastecimento de água (%)
Até 62%
70,0
1
66,6
1
62,1% a 82,5%
61,5
0,88(0,77;1,00)
56,9
0,87(0,75;1,01)
82,6% a 93,0%
59,6
0,85(0,74;0,98)
54,9
0,82(0,70;0,95)
Mais de 93%
45,2
0,70(0,62;0,79)
40,6
0,68(0,60;0,77)
Renda mediana do município (R$)
Até 255,00
72,0
1
69,9
1
256,00 a 450,00
61,6
0,82(0,72;0,94)
59,9
0,81(0,71;0,93)
51,00 a 510,00
56,2
0,79(0,69;0,91)
50,7
0,75(0,65;0,86)
Mais de 510,00
45,2
0,65(0,56;0,74)
39,9
0,59(0,51;0,67)
a Prevalência ponderada pelo peso amostral.
b Razão de prevalências e intervalo de 95% de confiança, não ajustados
pelos demais fatores, estimativas por análise multinível de regressão de Poisson.
Na análise multivariável, com ajuste por sexo, observou-se que as crianças pardas e
amarelas tiveram, respectivamente, 9% (IC95% 1,0%;17,0%) e 26% (IC95% 1,%;58,0%) prevalência
de cárie não tratada mais elevada que as crianças brancas. Também se observou gradiente de
prevalência de cárie segundo a renda familiar, com crianças mais pobres (renda familiar até
R$ 500,00) apresentando prevalência de cárie não tratada 2,45 (IC95% 2,07;2,93) vezes mais
elevada que as crianças mais ricas (renda familiar acima de R$ 2.500,00) ( Tabela 3 ).
Tabela 3
. Análise multinível de fatores individuais e contextuais associados à
prevalência de cárie não tratada em crianças de cinco anos de idade, modelo ajustado.
SBBrasil, 2010.
Variável
Modelo a 1
Modelo a 2
Modelo a 3
RP (IC95%) b
RP (IC95%) b
RP (IC95%) b
Intercepto
0,53(0,50;0,56)
0,24(0,21;0,29)
0,31(0,24;0,41)
Nível individual (criança)
Sexo
Masculino
1
1
Feminino
0,98(0,92;1,05)
0,98(0,92;1,05)
Cor da pele
Branca
1
1
Preta
1,10(0,97;1,25)
1,08(0,96;1,23)
Parda
1,09(1,01;1,17)
1,06(1,00;1,14)
Amarela
1,26(1,01;1,58)
1,26(1,01;1,58)
Indígena
1,26(0,90;1,78)
1,20(0,86;1,69)
Renda Familiar (R$)
> 2.500,00
1
1
1.501,00 a 2.500,00
1,68(1,40;2,03)
1,67(1,39;2,02)
501,00 a R$ 1.500,00
2,17(1,84;2,56)
2,14(1,82;2,53)
≤ 500,00
2,45(2,07;2,93)
2,35(1,98;2,80)
Nível contextual (cidades)
Água de abastecimento fluoretada
Não
1
Sim
0,88(0,79;0,98)
Domicílios ligados à rede de abastecimento de água (%)
Até 62%
1
62,1% a 82,5%
0,90(0,78;1,03)
82,6% a 93,0%
0,94(0,80;1,09)
Mais de 93%
0,87(0,75;1,01)
Renda mediana do município (R$)
Até 255,00
1
256,00 a 450,00
0,97(0,84;1,13)
451,00 a 510,00
0,93(0,89;1,10)
Mais de 510,00
0,82(0,68;0,99)
– 2 vezes o logaritmo da função de verossimilhança
12.190
12.020
11.980
a Modelo 1 não contém fatores de ajuste (modelo vazio). Modelo 2 apresenta
o ajuste do desfecho por variáveis de nível individual. Modelo 3 apresenta o ajuste
por variáveis de nível individual e contextual.
b Razão de prevalências e intervalo de 95% de confiança ajustados pelos
demais fatores, estimativas por análise multinível de regressão de Poisson.
Quando variáveis de contexto foram inseridas no modelo multinível, identificou-se que a
prevalência do desfecho foi significantemente menos elevada nos municípios que promoviam a
adição de flúor à água de abastecimento público (razão de prevalências, RP 0,88; IC95%
0,79;0,98) e nos municípios que apresentavam valores mais elevados para a mediana da renda.
A comparação entre as medidas de qualidade de ajuste (– 2 vezes o logaritmo da função de
verossimilhança) obtidas para o modelo vazio (modelo 1), o modelo multivariável (modelo 2) e
o modelo multinível completo (modelo 3) indica que houve, em cada etapa da análise, ganho
significante de explicação da variância do desfecho ( Tabela 3 ).
DISCUSSÃO
O registro de uma elevada prevalência de cárie não tratada (48,2%) em crianças de cinco
anos de idade no País é consistente com pesquisa 18 que apontou que apenas um terço (33,2%) das crianças com até seis anos de idade, em
2008, já tinham consultado o dentista ao menos uma vez na vida. Não obstante ser ainda
elevada, a prevalência de cárie não tratada foi menor do que a estimativa de 2003, que foi
de 54,0%. 3 Quanto ao índice ceo-d, a estimativa nacional em 2010 (2,41) representa diminuição
de 14% em relação ao que foi observado em 2003 (2,80). 3
Além de documentar os níveis atuais da necessidade de tratamento odontológico na dentição
decídua, o presente estudo avaliou a desigualdade em sua distribuição nas regiões
brasileiras e entre crianças com diferentes características sociodemográficas. O quadro
epidemiológico da cárie dentária foi pior para crianças residentes nas regiões mais pobres
do País; a associação entre condição socioeconômica e a doença permaneceu mesmo após o
ajuste por características individuais. Esses resultados corroboram avaliações sobre o que
ocorria no período anterior 1
,
3
,
13 e mostram que desigualdades socioeconômicas relativas ao contexto se mantêm como
importantes fatores de influência para a saúde bucal das crianças com idade pré-escolar.
Desigualdades em saúde bucal têm sido evidenciadas mesmo no cenário de queda de prevalência
de cárie nas últimas décadas 17 e têm sido descritas como um dos grandes desafios a serem enfrentados em termos de
saúde pública. 23 Nesse sentido, a realização de estudos que integram determinantes individuais e
contextuais para explicar a distribuição da cárie dentária vem sendo sugerida como uma
estratégia profícua para orientar estratégias para a redução das desigualdades em saúde.
23 O presente estudo identificou diferenças de ordem racial e socioeconômica como
determinantes individuais para a prevalência de cárie não tratada. Diferenças raciais nos
indicadores de cárie têm sido relatadas em estudos anteriores aplicados à população
brasileira. 2
,
21 A relação entre cor de pele e níveis de saúde é complexa e parece refletir
diferenças entre os estratos raciais no acesso aos serviços de saúde, 2 motivação para os cuidados em saúde bucal, 22 além de estigmas e privação material associados à condição racial. 8
A renda se associou com a prevalência de cárie não tratada, tanto quando considerada no
nível das crianças examinadas (renda familiar) como no nível dos municípios em que elas
residem (renda mediana). A relação entre renda e saúde bucal é bem documentada na
literatura. 6
-
9
,
22 Estudos anteriores na população brasileira relacionaram o baixo nível de renda com
ingestão mais elevada de alimentos açucarados, 15 menor acesso aos serviços de saúde 22 e piores padrões de higiene bucal. 5 Esses fatores intermediam o efeito da privação material sobre o aumento no risco de
cárie dentária.
O modelo multinível permitiu identificar a adição de flúor à água de abastecimento pública
como fator contextual de proteção ao risco individual de cárie. A associação negativa entre
essas variáveis permaneceu significante mesmo quando ajustada por covariáveis de ordem
individual. O resultado benéfico da fluoretação da água de abastecimento é bem documentado
em estudos de base populacional realizados no contexto brasileiro. 17
,
20 Uma revisão sistemática 25 da literatura concluiu que essa medida é o recurso mais efetivo e socialmente
aceitável para a prevenção de cárie dentária.
Além de seu baixo custo, essa estratégia poderia contribuir para atenuar as desigualdades
de saúde entre os estratos socioeconômicos. 6 Entretanto, a ação preventiva do flúor na água de abastecimento não tem beneficiado
a população de modo igualitário. Há um gradiente socioeconômico na implementação dessa
medida nas diferentes unidades da federação e macrorregiões do Brasil, o que contribuiu para
um aumento no viés social da doença. 6
,
20 Nesse sentido, os achados do presente estudo reforçam a necessidade de promover a
expansão da fluoretação para as cidades que ainda não a implementaram.
Este estudo documentou os níveis atuais dos indicadores epidemiológicos da cárie dentária
na dentição decídua no Brasil, bem como a persistência de desigualdades de ordem regional e
socioeconômica na experiência de cárie. Esses registros são considerados os pontos fortes do
presente estudo. É importante notar que o banco de dados utilizado foi obtido por meio de um
extenso esforço de pesquisa promovido pelo Ministério da Saúde. Foi o primeiro levantamento
epidemiológico de saúde bucal, de amplitude nacional, a realizar visitas domicíliares para o
exame bucal das crianças e entrevistas com seus pais ou responsáveis. Não houve diferença
cronológica entre as variáveis contextuais e o desfecho utilizado neste estudo, visto que as
informações do último recenseamento geral de população foram coletadas no mesmo período em
que se processou a coleta dos dados de cárie dentária. Além disso, a análise efetuada levou
em consideração a estrutura complexa da amostragem por conglomerados e os pesos amostrais,
questões cuja importância vem sendo reconhecida para a análise epidemiológica. 16
É importante salientar que, sendo baseada no componente “c” (dentes decíduos cariados) do
índice ceo-d, as estimativas de prevalência de cárie não tratada não refletem de modo
imediato as necessidades de tratamento odontológico, em função de características
intrínsecas ao instrumento de medida. Dentes incisivos decíduos cariados, por exemplo, aos
cinco anos de idade, estão prestes a serem esfoliados e, apesar de serem considerados
cariados, não implicam necessidade de tratamento. Essa observação é reconhecida como uma
limitação do presente estudo.
O presente estudo reforçou a premissa de que desigualdades de ordem contextual continuam
influenciando a prevalência de cárie em crianças pré-escolares no Brasil. Essa constatação é
importante para orientar as políticas públicas direcionadas às áreas geográficas mais
submetidas à privação material. A redução das desigualdades em saúde bucal deve ser
considerada como meta no planejamento de programas preventivos que visem promover,
concomitantemente, a saúde e a justiça social.
REFERÊNCIAS
1
. Aida J, Ando Y, Oosaka M, Niimi K, Morita M. Contributions of social
context to inequality in dental caries: a multilevel analysis of Japanese 3-year-old
children. Community Dent Oral Epidemiol . 2008;36(2):149-56.
DOI:10.1111/j.1600-0528.2007.00380.x
Aida
J
Ando
Y
Oosaka
M
Niimi
K
Morita
M
Contributions of social context to inequality in dental
caries: a multilevel analysis of Japanese 3-year-old children
Community Dent Oral Epidemiol
2008
36
2
149
156
10.1111/j.1600-0528.2007.00380.x
2
. Antunes JLF, Pegoretti T, Andrade FP, Junqueira SR, Frazão P, Narvai PC.
Ethnic disparities in the prevalence of dental caries and restorative dental treatment in
Brazilian children. Int Dent J . 2003;53(1):7-12.
Antunes
JLF
Pegoretti
T
Andrade
FP
Junqueira
SR
Frazão
P
Narvai
PC
Ethnic disparities in the prevalence of dental caries and
restorative dental treatment in Brazilian children
Int Dent J
2003
53
1
7
12
3
. Antunes JLF, Peres MA, Mello TRC. Determinantes individuais e contextuais
da necessidade de tratamento odontológico na dentição decídua no Brasil . Cienc
Saude Coletiva . 2006;11(1):79-87.
DOI:10.1590/S1413-81232006000100015
Antunes
JLF
Peres
MA
Mello
TRC
Determinantes individuais e contextuais da necessidade de
tratamento odontológico na dentição decídua no Brasil
Cienc Saude Coletiva
2006
11
1
79
87
10.1590/S1413-81232006000100015
4
. Antunes JLF, Peres MA, Mello TRC, Waldman EA. Multilevel assessment of
determinants of dental caries experience in Brazil. Community Dent Oral
Epidemiol . 2006;34(2):146-52.
DOI:10.1111/j.1600-0528.2006.00274.x
Antunes
JLF
Peres
MA
Mello
TRC
Waldman
EA
Multilevel assessment of determinants of dental caries
experience in Brazil
Community Dent Oral Epidemiol
2006
34
2
146
152
10.1111/j.1600-0528.2006.00274.x
5
. Antunes JLF, Peres MA, Frias AC, Crosato EM, Biazevic MGH. Gingival health
of adolescents and the utilization of dental services, state of São Paulo, Brazil.
Rev Saude Publica . 2008;42(2):191-9.
DOI:10.1590/S0034-89102008000200002
Antunes
JLF
Peres
MA
Frias
AC
Crosato
EM
Biazevic
MGH
Gingival health of adolescents and the utilization of dental
services, state of São Paulo, Brazil
Rev Saude Publica
2008
42
2
191
199
10.1590/S0034-89102008000200002
6
. 81232006000100015Antunes JLF, Narvai PC. Dental health policies in Brazil
and their impact on health inequalities. Rev Saude Publica .
2010;44(2):360-5. DOI:10.1590/S0034-89102010005000002
Antunes
JLF
Narvai
PC
Dental health policies in Brazil and their impact on health
inequalities
Rev Saude Publica
2010
44
2
360
365
10.1590/S0034-89102010005000002
7
. Baldani MH, Narvai PC, Antunes JLF. Cárie dentária e condições
sócio-econômicas no Estado do Paraná, Brasil, 1996. Cad Saude Publica .
2002;18(3):755-63. DOI:10.1590/S0102-311X2002000300024
Baldani
MH
Narvai
PC
Antunes
JLF
Cárie dentária e condições sócio-econômicas no Estado do
Paraná, Brasil, 1996
Cad Saude Publica
2002
18
3
755
763
10.1590/S0102-311X2002000300024
8
. Braveman PA, Cubbin C, Egerter S, Chideya S, Marchi KS, Metzler M, et al.
Socioeconomic status in health research: one size does not fit all. JAMA
. 2005;294(22):2879-88. DOI:10.1001/jama.294.22.2879
Braveman
PA
Cubbin
C
Egerter
S
Chideya
S
Marchi
KS
Metzler
M
et al
Socioeconomic status in health research: one size does not
fit all
JAMA
2005
294
22
2879
2888
10.1001/jama.294.22.2879
9
. Celeste RK, Nadanovsky P. How much income inequality effect can be
explained by public policy? Evidence from oral health in Brazil. Health
Policy . 2010;97(2-3):250-8.
DOI:10.1016/j.healthpol.2010.05.015
Celeste
RK
Nadanovsky
P
How much income inequality effect can be explained by public
policy? Evidence from oral health in Brazil
Health Policy
2010
97
2-3
250
258
10.1016/j.healthpol.2010.05.015
10
. Diez-Roux AV. Multilevel analysis in public health research. Annu
Rev Public Health . 2000;21:171-92.
DOI:10.1146/annurev.publhealth.21.1.171
Diez-Roux
AV
Multilevel analysis in public health research
Annu Rev Public Health
2000
21
171
192
10.1146/annurev.publhealth.21.1.171
11
. Goettems ML, Ardenghi TM, Romano AR, Demarco FF, Torriani DD. Influence of
maternal dental anxiety on oral health-related quality of life of preschool children.
Qual Life Res . 2011;20(6):951-9.
DOI:10.1007/s11136-010-9816-0
Goettems
ML
Ardenghi
TM
Romano
AR
Demarco
FF
Torriani
DD
Influence of maternal dental anxiety on oral health-related
quality of life of preschool children
Qual Life Res
2011
20
6
951
959
10.1007/s11136-010-9816-0
12
. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Coordenação de População
e Indicadores Sociais. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008. Rio de Janeiro: IBGE;
2010.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Coordenação de População e
Indicadores Sociais
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008
Rio de Janeiro
IBGE
2010
13
. Levin KA, Davies CA, Douglas GV, Pitts NB. Urban-rural differences in
dental caries of 5-year old children in Scotland. Soc Sci Med .
2010;71(11):2020-7. DOI:10.1016/j.socscimed.2010.09.006
Levin
KA
Davies
CA
Douglas
GV
Pitts
NB
Urban-rural differences in dental caries of 5-year old
children in Scotland
Soc Sci Med
2010
71
11
2020
2027
10.1016/j.socscimed.2010.09.006
14
. Marmot M, Ryff CD, Bumpass LL, Marks NF. Social inequalities in health:
next questions and converging evidence. Soc Sci Med . 1997;44(6):901-10.
DOI:10.1016/S0277-9536(96)00194-3
Marmot
M
Ryff
CD
Bumpass
LL
Marks
NF
Social inequalities in health: next questions and converging
evidence
Soc Sci Med
1997
44
6
901
910
10.1016/S0277-9536(96)00194-3
15
. Monteiro CA, Mondini L, Costa RBL. Mudanças na composição e adequação
nutricional da dieta familiar nas áreas metropolitanas do Brasil (1988-1996). Rev
Saude Publica . 2000;34(3):251-8.
DOI:10.1590/S0034-89102000000300007
Monteiro
CA
Mondini
L
Costa
RBL
Mudanças na composição e adequação nutricional da dieta
familiar nas áreas metropolitanas do Brasil (1988-1996)
Rev Saude Publica
2000
34
3
251
258
10.1590/S0034-89102000000300007
16
. Narvai PC, Frazão P, Roncalli AG, Antunes JLF. Cárie dentária no Brasil:
declínio, polarização, iniqüidade e exclusão social. Rev Panam Salud
Publica . 2006;19(6):385-93.
DOI:10.1590/S1020-49892006000600004
Narvai
PC
Frazão
P
Roncalli
AG
Antunes
JLF
Cárie dentária no Brasil: declínio, polarização, iniqüidade e
exclusão social
Rev Panam Salud Publica
2006
19
6
385
393
10.1590/S1020-49892006000600004
17
. Narvai PC, Antunes JLF, Moysés SJ, Frazão P, Peres MA, Peres KG, et al.
Validade científica de conhecimento epidemiológico gerado com base no estudo Saúde Bucal
Brasil 2003. Cad Saude Publica . 2010;26(4):647-70.
DOI:10.1590/S0102-311X2010000400002
Narvai
PC
Antunes
JLF
Moysés
SJ
Frazão
P
Peres
MA
Peres
KG
et al
Validade científica de conhecimento epidemiológico gerado com
base no estudo Saúde Bucal Brasil 2003
Cad Saude Publica
2010
26
4
647
670
10.1590/S0102-311X2010000400002
18
. Peres KG, Peres MA, Boing AF, Bertoldi AD, Bastos JL, Barros AJD. Redução
das desigualdades na utilização de serviços odontológicos no Brasil entre 1998 e 2008.
Rev Saude Publica . 2012;46(2):250-8.
DOI:10.1590/S0034-89102012000200007
Peres
KG
Peres
MA
Boing
AF
Bertoldi
AD
Bastos
JL
Barros
AJD
Redução das desigualdades na utilização de serviços
odontológicos no Brasil entre 1998 e 2008
Rev Saude Publica
2012
46
2
250
258
10.1590/S0034-89102012000200007
19
. Peres MA, Peres KG, Antunes JLF, Junqueira SR, Frazão P, Narvai PC. The
association between socioeconomic development at the town level and the distribution of
dental caries in Brazilian children. Rev Panam Salud Publica .
2003;14(3):149-57. DOI:10.1590/S1020-49892003000800001
Peres
MA
Peres
KG
Antunes
JLF
Junqueira
SR
Frazão
P
Narvai
PC
The association between socioeconomic development at the town
level and the distribution of dental caries in Brazilian children
Rev Panam Salud Publica
2003
14
3
149
157
10.1590/S1020-49892003000800001
20
. Peres MA, Antunes JLF, Peres KG. Is water fluoridation effective in
reducing inequalities in dental caries distribution in developing countries? Recent
findings from Brazil. Soz Praventivmed .
2006;51(5):302-10.
Peres
MA
Antunes
JLF
Peres
KG
Is water fluoridation effective in reducing inequalities in
dental caries distribution in developing countries? Recent findings from
Brazil
Soz Praventivmed
2006
51
5
302
310
21
. Piovesan C, Mendes FM, Ferreira FV, Guedes RS, Ardenghi TM. Socioeconomic
inequalities in the distribution of dental caries in Brazilian preschoolchildren.
J Public Health Dent . 2010;70(4):319-26.
DOI:10.1111/j.1752-7325.2010.00191.x
Piovesan
C
Mendes
FM
Ferreira
FV
Guedes
RS
Ardenghi
TM
Socioeconomic inequalities in the distribution of dental
caries in Brazilian preschoolchildren
J Public Health Dent
2010
70
4
319
326
10.1111/j.1752-7325.2010.00191.x
22
. Piovesan C, Marquezan M, Kramer PF, Bönecker M, Ardenghi TM. Socioeconomic
and clinical factors associated with caregivers’ perceptions of children’s oral health in
Brazil. Community Dent Oral Epidemiol. 2011;39(3):260-7.
DOI:10.1111/j.1600-0528.2010.00598.x
Piovesan
C
Marquezan
M
Kramer
PF
Bönecker
M
Ardenghi
TM
Socioeconomic and clinical factors associated with
caregivers’ perceptions of children’s oral health in Brazil
Community Dent Oral Epidemiol
2011
39
3
260
267
10.1111/j.1600-0528.2010.00598.x
23
. Sheiham A, Alexander D, Cohen L, Marinho V, Moysés S, Petersen PE, et al.
Global oral health inequalities: task group – implementation and delivery of oral health
strategies. Adv Dent Res . 2011;23(2):259-67.
DOI:10.1177/0022034511402084
Sheiham
A
Alexander
D
Cohen
L
Marinho
V
Moysés
S
Petersen
PE
et al
Global oral health inequalities: task group – implementation
and delivery of oral health strategies
Adv Dent Res
2011
23
2
259
267
10.1177/0022034511402084
24
. Snijders TAB, Bosker RJ. Multilevel analysis: an introduction to basic and
advanced multilevel modeling. London: Sage Publications; 2003.
Snijders
TAB
Bosker
RJ
Multilevel analysis: an introduction to basic and advanced
multilevel modeling
London
Sage Publications
2003
25
. Yeung CA. A systematic review of the efficacy and safety of fluoridation.
Evid Based Dent . 2008;9(2):39-43.
DOI:10.1038/sj.ebd.6400578
Yeung
CA
A systematic review of the efficacy and safety of
fluoridation
Evid Based Dent
2008
9
2
39
43
10.1038/sj.ebd.6400578
26
. World Health Organization. Oral health surveys: basic methods. 4.ed.
Geneva; 1997.
World Health Organization
Oral health surveys: basic methods
4
Geneva
1997
a
Ministério da Saúde (BR). Coordenação de Saúde Bucal da Secretaria de Assistência à
Saúde. Projeto SBBrasil 2010 - Pesquisa Nacional de Saúde Bucal. [citado 2013 set 04].
Disponível em: http://dab.saude.gov.br/cnsb/sbbrasil/index.html
A Pesquisa Nacional de Saúde Bucal – SBBrasil 2010 foi financiada pela Coordenação de
Saúde Bucal do Ministério da Saúde (COSAB/MS), por meio do Centro Colaborador do
Ministério da Saúde em Vigilância da Saúde Bucal, Faculdade de Saúde Pública da USP
(CECOL/USP), processo nº 750398/2010.
Artigo submetido ao processo de julgamento por pares adotado para qualquer outro
manuscrito submetido a este periódico, com anonimato garantido entre autores e
revisores.
Editores e revisores declaram não haver conflito de interesses que pudesse afetar o
processo de julgamento do artigo.
Os autores declaram não haver conflito de interesses.
Artigo disponível em português e inglês em: www.scielo.br/rsp
Original Articles
Inequalities in untreated dental caries prevalence in preschool
children in Brazil
Ardenghi
Thiago Machado
I
Piovesan
Chaiana
II
Antunes
José Leopoldo Ferreira
III
I
Universidade Federal de Santa Maria
Santa Maria
RS
Brasil
Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, RS,
Brasil
II
Centro Universitário Franciscano
Santa Maria
RS
Brasil
Centro Universitário Franciscano. Santa Maria, RS,
Brasil
III
Departamento de Epidemiologia
Faculdade de Saúde Pública
Universidade de São Paulo
São Paulo
SP
Brasil
Departamento de Epidemiologia. Faculdade de Saúde
Pública. Universidade de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil
OBJECTIVE:
To evaluate the influence of social inequalities of individual and contextual nature
on untreated dental caries in Brazilian children.
METHODS:
The data on the prevalence of dental caries were obtained from the Brazilian Oral
Health Survey (SBBrasil 2010) Project, an epidemiological survey of oral health with a
representative sample for the country and each of the geographical micro-regions.
Children aged five (n = 7,217) in 177 municipalities were examined and their
parents/guardians completed a questionnaire. Contextual characteristics referring to the
municipalities in 2010 (mean income, fluorodized water and proportion of residences with
water supply) were supplied by the Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (Brazilian Institute of Geography and Statistics). Multilevel
Poisson regression analysis models were used to assess associations.
RESULTS:
The prevalence of non-treated dental caries was 48.2%; more than half of the sample
had at least one deciduous tooth affected by dental caries. The index of dental caries
in deciduous teeth was 2.41, with higher figures in the North and Northeast. Black and
brown children and those from lower income families had a higher prevalence of untreated
dental caries. With regards context, the mean income in the municipality and the
addition of fluoride to the water supply were inversely associated with the prevalence
of the outcome.
CONCLUSIONS:
Inequalities in the prevalence of untreated dental caries remain, affecting deciduous
teeth of children in Brazil. Planning public policies to promote oral health should
consider the effect of contextual factors as a determinant of individual risk.
Child
Dental Caries, epidemiology
Socioeconomic Factors
Health Inequalities
Dental Health Surveys
Oral Health
Coordination of Oral Health/Brazilian Ministry of Health
750398/2010
The Pesquisa Nacional de Saúde Bucal 2010 (SBBrasil 2010, Brazilian
Oral Health Survey) was financed by the General Coordination of Oral Health/Brazilian
Ministry of Health (COSAB/MS), through the Centro Colaborador do Ministério da Saúde em
Vigilância da Saúde Bucal, Faculdade de Saúde Pública at Universidade de São Paulo
(CECOL/USP), process no. 750398/2010.
INTRODUCTION
Applying measures which are effective in preventing and controlling disease requires the
factors which influence the population’s state of health to be identified. Social
inequalities have been highlighted as an important determinant in the health-disease
process and have been recognized at the level of the individual, as well as at the level
of social context. 14
The link between socioeconomic conditions and the prevalence of dental caries has been
highlighted in studies which interpret this association as the source of inequalities in
oral health. 1
,
7
,
19 This affirmation has also been made for children of pre-school age. 21 In this age group, the early development of dental caries is considered a public
health problem, due to its high prevalence and because it affects the individual’s quality
of life. 11
The relationship between individual determinants and different health conditions, dental
caries among them, is influenced by the context in which the individuals dwell. 10 Previous studies have discussed the occurrence of these health problems as being
related to a complex causal network which includes determinants related to individual
characteristics and the social and geographical context in hierarchically organized
levels. 1
,
4
,
9 The action of these factors on the risk of disease does not occur in isolation; on
the contrary, multiple interactions should be reflected in conceptual models which
organize the distal and proximal levels in order to explain the disease’s distribution.
10 Analyzing epidemiological data without considering variance in the hierarchical
levels on which the population is organized may be source of bias and lead to erroneous
conclusions. 1
,
24 To deal with this difficulty, recent studies have used multilevel analysis in
order to integrate individual characteristics and geographical variables into one
explanatory model. 1
,
4
,
9
,
13
In Brazil, epidemiological surveys assessing the oral health of the population have been
carried out on a national scale since the 1980s. Analysis of the results of these surveys
has highlighted the influence of contextual factors, incorporating socioeconomic and
environmental indicators such as the Human Development Index, measures of access to health
care services and the availability of a fluoridated water supply. Moreover, these surveys
have shown a decrease in dental caries indices in 12-year-old children. 17 However, few studies have evaluated the distribution of early childhood caries and
its associated individual and contextual factors. 1
,
3
,
13
This study aimed to assess the influence of social inequalities at the individual and
contextual level on untreated dental caries in Brazilian children. Identifying the current
epidemiological situation of dental caries in five-year-old children may aid in defining
public policies for oral health aiming at decreasing social differences.
METHODS
This cross-sectional study used information on the prevalence of dental caries provided
by the epidemiological Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (Projeto SBBrasil
2010 - Brazilian Oral Health Survey). The methodological procedures used in this survey,
as well as the technical report are available online. a
The methodology used by the SBBrasil 2010 followed international standards set by the
World Health Organization (WHO) 26 and aimed to evaluate deciduous teeth of a sample of five-year-olds,
representative at the national level, each state capital and towns in the interior of each
macro-region.
The SBBrasil 2010 carried out oral exams on 7,217 five-year-old children in 177
municipalities and applied a questionnaire to their parents or guardians. The sample was
obtained using a complex cluster sampling design, and the respective sampling weights were
recorded in the database. The primary sampling unit was the cluster, constituted of census
tracts in the state capitals and hinterland towns in each macro region, while the children
examined were the secondary sampling unit. This database enabled the prevalence and
severity of the main oral health problems to be evaluated, as well as the distribution of
the sociodemographic factors in question.
The indicators of dental caries prevalence were assessed using the dmft index (decayed,
missing or filled teeth – deciduous teeth). The prevalence of untreated dental caries was
defined by the appearance of at least one deciduous tooth with this condition, that is,
with the component ‘d’ of the dmft index equal to or greater than one. The examiners were
trained and instructed in using the criteria proposed by the WHO (1997) 26 for diagnosing dental caries. The principal outcome variable in this study was the
prevalence of untreated dental caries, into which was integrated information on the
prevalence of the disease and the lack of dental treatment. 3
Individual-level sociodemographic characteristics were gathered using the SBBrasil 2010
questionnaire: sex, skin color and household income. The categories used by the
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
Brazilian Institute of Geography and Statistics) were used to classify skin color;
information on household income was collected by considering the sum of the income (in
reais , R$) of all members of the household.
The contextual characteristics of the municipalities were obtained by consulting the
results of the 2010 IBGE census. This included indicators of household income (median for
the municipality) and the percentage of residences connected to the water supply
(categorized by quartiles of distribution). The National Basic Sanitation Survey, carried
out by the IBGE 12 showed, as of 2008, which towns did and did not add fluoride to the public water
supply.
The data were analysed using the Stata 12 program. Firstly, descriptive analysis was
carried out for the dmft index, prevalence of dental caries (dmft ≥ 1) and the prevalence
of untreated dental caries (d ≥ 1) for each state capital and for the towns in the
interior of each macro-region. Poisson multilevel regression analysis was used to evaluate
the link between indicators of dental caries and the individual and contextual factors.
Both the descriptive estimates and the analyses were carried out considering the complex
cluster sample design and the respective sampling weight. To assess association between
variables, prevalence ratios and confidence intervals (95%) were used.
Mixed effect multilevel analysis was used, 24 estimating the fixed effect of the measures of association between the outcome and
the first level factors (children), and the random effect between the outcome and the
second level factors (clusters of the sampling design). In the bivariate analysis, the two
outcome were compared: the prevalence of dental caries and the prevalence of untreated
dental caries. In the multiple regression analysis, only one outcome was selected: the
prevalence of untreated dental caries.
The multiple analysis was carried out in three stages. First, the empty mode (“model 1”)
was estimated, without factors, only sharing the variance in the two levels of analysis.
“Model 2” included only factors at the individual level. “Model 3” included all of the
factors adjusted according to the individual and contextual variables. The models’
goodness of fit was evaluated using the statistic -2 log likelihood; significant changes
in the goodness of fit were analyzed using the likelihood ratio test. 24
The SBBrasil 2010 Project followed the standards set by the Declaration of Helsinki and
was approved by the Conselho Nacional de Ética em Pesquisa , record no.
15,498, 7 th January 2010.
RESULTS
A total of 7,217 five-year-old children participated in the study; the no-response rate
(sample loss) was 1.8%.
The dmft index was 2.41 (95%CI 2.19;2.63) for the country as a whole. The “d” component
of the dmft corresponded to 84.3% of the total value for the index; this values indicates
that, for each 100 teeth with signs of current or previous experience of the disease,
around 85 have not been restored. The prevalence of dental caries was 53.1% (95%CI
50.1%;56.1%), in other words, more than half of the children in this age group suffered
from the disease. The prevalence of untreated dental caries was 48.2% (95%CI 45.2%;51.2%),
suggesting that almost half of Brazilian children in this age group have this
condition.
Dental caries indices were markedly unequal in their geographic distribution. The
prevalence of untreated caries, for example, varied between 27.0% in Rio de Janeiro to
68.9% in towns in the interior of the Northeast. Overall, the poorer regions of the
country (the North and Northeast) had worse indices of dental caries in deciduous teeth.
Compared with the Southeast, the North had a dmft index around 63% higher. In each
macro-region, the towns in the interior had worse indices of dental caries than the
respective state capitals. With regards the prevalence of untreated dental caries, the
lowest percentages were obtained in the state capitals in the South and Southeast ( Figure 1 , Table
1 ).
Figure
. dmft index and 95% confidence intervals in five-year-olds by macro-region.
SBBrasil, 2010.
Table 1
. dmft index, prevalence of dental caries (one or more teeth affected) and the
prevalence of untreated dental caries (evaluated using the “d” component of the dmft
index) in five-year-old children, by state. SBBrasil, 2010.
State capitals
n
dmft index
dmft ≥ 1 (%)
D ≥ 1 (%)
North
Porto Velho, RO
171
2.89
63.2
58.8
Rio Branco, AC
163
3.20
64.2
58.9
Manaus, AM
200
2.88
56.7
53.7
Boa Vista, RR
194
3.51
66.6
65.6
Belém, PA
291
2.14
53.6
51.1
Macapá, AP
230
2.57
64.4
60.9
Palmas, TO
180
1.53
46.5
42.5
Northeast
São Luís, MA
166
1.86
40.7
36.6
Teresina, PI
174
2.55
56.7
55.6
Fortaleza, CE
232
1.39
42.7
41.5
Natal, RN
187
2.29
53.2
52.4
João Pessoa, PB
139
2.61
60.1
56.5
Recife, PE
267
2.09
52.7
48.5
Maceió, AL
167
2.76
60.5
58.2
Aracaju, SE
232
2.23
52.5
48.6
Salvador, BA
228
1.70
43.5
42.3
Southeast
Belo Horizonte, MG
200
2.40
54.6
51.5
Vitória, ES
205
1.47
42.8
38.2
Rio de Janeiro, RJ
265
1.44
29.0
27.0
São Paulo, SP
224
1.99
41.8
37.6
South
Curitiba, PR
235
2.46
56.2
50.3
Florianópolis, SC
187
1.56
39.1
33.8
Porto Alegre, RS
225
1.71
39.7
37.9
Central-West
Campo Grande, MS
209
2.62
57.1
44.1
Cuiabá, MT
105
3.18
63.2
58.4
Goiânia, GO
256
1.96
48.0
40.6
Brasília, DF
179
1.85
47.2
45.2
Towns in the interior
n
dmft index
dmft ≥ 1
D ≥ 1
North Region
345
3.73
70.2
68.4
Northeast Region
317
3.99
69.1
68.9
Southeast Region
389
2.19
50.5
44.8
South Region
280
2.56
62.8
55.8
Central-West Region
375
3.39
66.0
61.8
Brazil
7217
2.41
53.1
48.2
95%CI
2.19;2.63
50.1;56.1
45.2;51.2
The same factors which are associated with the prevalence of dental caries (dmft ≥ 1) are
also associated with the prevalence of untreated dental caries (d ≥ 1). At the individual
level, skin color and household income were the socio-demographic characteristics
significantly associated with the two measures. At the contextual level, the indices of
dental caries were associated with: fluoride added to the water supply, percentage of
households connected to the water supply and median household income in the municipality (
Table 2 ).
Table 2
. Multilevel analysis of individual and contextual factors associated with the
prevalence of dental caries and the prevalence of untreated dental caries (component
“d” of the dmft index) in five-year-old children. SBBrasil, 2010.
Individual level (child)
n
dmf ≥ 1 a (%)
PR (95%CI) b
Untreated dental caries a (%)
PR (95%CI) b
Sex
Male
3,618
54.4
1
49.7
1
Female
3,599
51.6
0.97(0.91;1.03)
47.3
0.98(0.92;1.05)
Skin color
White
3,229
50.0
1
44.2
1
Black
576
56.4
1.14(1.01;1.29)
54.1
1.20(1.06;1.36)
Brown
3,220
55.6
1.14(1.07;1.23)
52.0
1.17(1.09;1.26)
Yellow
140
56.1
1.23(1.00;1.53)
54.8
1.29(1.04;1.62)
Indigenous
52
69.0
1.36(0.98;1.90)
63.6
1.39(0.99;1.96)
Household income (R$)
> 2,500.00
662
35.8
1
26.5
1
1,501.00 to 2,500.00
1,024
45.3
1.47(1.24;1.73)
38.1
1.70(1.41;2.05)
501.00 to 1,500.00
3,699
54.2
1.82(1.57;2.10)
49.9
2.21(1.88;2.61)
≤ 500.00
1,494
63.7
2.01(1.73;2.35)
62.7
2.53(2.13;3.01)
Contextual level (cities)
n
dmf ≥ 1 a (%)
PR (CI95%) b
Untreated dental caries a (%)
PR (95%CI) b
Fluoridated water supply
No
65.8
1
61.9
1
Yes
50.4
0.80(0.72;0.88)
45.7
0.76(0.68;0.85)
Residences connected to the water supply (%)
Below 62%
70.0
1
66.6
1
62.1% to 82.5%
61.5
0.88(0.77;1.00)
56.9
0.87(0.75;1.01)
82.6% to 93.0%
59.6
0.85(0.74;0.98)
54.9
0.82(0.70;0.95)
Over 93%
45.2
0.70(0.62;0.79)
40.6
0.68(0.60;0.77)
Median income, municipality (R$)
Below 255.00
72.0
1
69.9
1
256.00 to 450.00
61.6
0.82(0.72;0.94)
59.9
0.81(0.71;0.93)
451.00 to 510.00
56.2
0.79(0.69;0.91)
50.7
0.75(0.65;0.86)
Over 510.00
45.2
0.65(0.56;0.74)
39.9
0.59(0.51;0.67)
a Prevalence weighted by sample weight.
b Prevalence rates and the 95% confidence level, unadjusted for other
factors, estimates using multilevel analysis Poisson regression.
In the multilevel analysis, adjusted for sex, it was observed that children with brown
and yellow skin had, respectively, 9% (95%CI 1.0%;17.0%) and 26% (95%CI 1.0%;58.0%) higher
prevalence of dental caries than children with white skin. It was also observed that, in
poorer children (household income below R$ 500.00), the prevalence of untreated dental
caries was 2.45 (95%CI 2.07;2.93) times higher than that of children from better off
families (household income over R$ 2,500.00) ( Table
3 ).
Table 3
. Multilevel analysis of individual and contextual factors associated with the
prevalence of untreated dental caries in five-year-old children, adjusted model.
SBBrasil, 2010.
Variable
Model a 1
Model a 2
Model a 3
PR (95%CI) b
PR (95%CI) b
PR (95%CI) b
Intercept
0.53(0.50;0.56)
0.24(0.21;0.29)
0.31(0.24;0.41)
Individual level (child)
Sex
Male
1
1
Female
0.98(0.92;1.05)
0.98(0.92;1.05)
Skin color
White
1
1
Black
1.10(0.97;1.25)
1.08(0.96;1.23)
Brown
1.09(1.01;1.17)
1.06(1.00;1.14)
Yellow
1.26(1.01;1.58)
1.26(1.01;1.58)
Indigenous
1.26(0.90;1.78)
1.20(0.86;1.69)
Household income (R$)
> 2,500.00
1
1
1,501.00 to 2,500.00
1.68(1.40;2.03)
1.67(1.39;2.02)
501.00 to 1,500.00
2.17(1.84;2.56)
2.14(1.82;2.53)
≤ 500.00
2.45(2.07;2.93)
2.35(1.98;2.80)
Contextual level (cities)
Fluoridated water supply
No
1
Yes
0.88(0.79;0.98)
Residences connected to the water supply (%)
Below 62%
1
62.1% to 82.5%
0.90(0.78;1.03)
82.6% to 93.0%
0.94(0.80;1.09)
Over 93%
0.87(0.75;1.01)
Median income, municipality (R$)
Below 255.00
1
256.00 to 450.00
0.97(0.84;1.13)
451.00 to 510.00
0.93(0.89;1.10)
Over 510.00
0.82(0.68;0.99)
- 2 log likelihood
12.190
12.020
11.980
a Model 1 does not contain adjustment factors (empty model). Model 2
shows the fit of the outcome for individual-level variables. Model 3 shows the
adjustment for individual-level and contextual variables.
b Prevalence ratios and 95% confidence intervals adjusted for the other
factors, estimates using Poisson multilevel regression analysis.
When contextual variables are fitted in the multilevel model, the prevalence of the
outcome was significantly lower in municipalities which add fluoride to the public water
supply (prevalence ratio, PR 0.88; 95%CI 0.79;0.98) and in those municipalities with
higher median income. Comparison between the measures of goodness of fit (-2 log
likelihood) obtained for the empty model (model 1), the multivariate model (model 2) and
the complete multilevel model (model 3) shows that there was, at each stage of the
analysis, significant gains in explaining the variance of the outcome ( Table 3 ).
DISCUSSION
The report of high prevalence of untreated dental caries (48.2%) in five-year-old
Brazilian children is consistent with research 18 showing that, in 2008, only one third of children (33.2%) of children under six
had seen a dentist at least once in their lives. On the other hand, although high, the
prevalence of untreated dental caries was lower than the estimate for 2003, which was
54.0%. 3 With regards the dmft index, the national estimate for 2010 (2.41) corresponds to
a 14% decrease, when compared with that observed in 2003 (2.80). 3
In addition to documenting actual levels of dental treatment needs in deciduous teeth,
this study assessed the inequality in its distribution between Brazilian regions and
between children with different socio-demographic characteristics. The epidemiological
situation for dental caries was worse for children living in poorer regions of the
country; the association between socio-economic conditions and the disease remained even
after adjusted for individual characteristics. These results corroborate previous
assessments 1
,
3
,
13 and show that socio-economic inequalities relative to the context are still
important factors in influencing oral health in pre-school aged children.
Inequalities in oral health care have been demonstrated even against the background of
decreasing prevalence of dental caries over the last few decades 17 and have been described as one of the great public health challenges to be faced.
23 In this sense, carrying out studies which include individual and contextual
determinants to explain the distribution of dental caries are suggested as a propitious
strategy in guiding initiatives aimed at reducing inequalities in health care. 23 This study identified racial and socioeconomic differences as individual
determinants in untreated dental caries. Racial differences in dental caries indices have
been reported in previous studies of the Brazilian population. 2
,
21 The association between skin color and health care is complex and appears to
reflect difference in access to health care between the racial strata, 2 motivation in oral health care activities, 22 and the stigma and material privation associated with racial condition. 8
Income was associated with the prevalence of untreated dental caries, both at the level
of the children examined (household income) and at the level of the municipality in which
they live (median income). The link between income and oral health has been well
documented in the literature. 6
-
9
,
22 Previous studies of the Brazilian population report low income to be associated
with higher levels of intake of sugary foods, 15 less access to health care services 22 and poorer standard of oral hygiene. 5 These factors mediate the effect of material privation on the increased risk of
dental caries.
The multilevel model meant that the addition of fluoride to the public water supply could
be recognized as a contextual protective factor against the individual risk of dental
caries. The negative association between these variables remained significant even after
adjusting for individual-level covariates. The benefits of fluoridating the water supply
have been well documented in population based studies in Brazil. 17
,
20 A systematic review 25 of the literature concluded that this measure is the most effective and socially
acceptable resource in preventing dental caries.
In addition to being a low cost strategy, it may contribute to diminishing health care
inequalities between the socioeconomic strata. 6 However, the preventative action of fluoridated tap water has not benefitted all
of the population equally. There is a socioeconomic gradient to the implementation of this
measure in different states and regions of Brazil, which contributes to increasing the
social bias of this disease. 6
,
20 Therefore, the findings of this study reinforce the need to promote the expansion
of fluoridation to towns that have not yet adopted it.
This study documents current levels of epidemiological indicators of dental caries in
deciduous teeth of Brazilian children, as well as the persistent inequalities in suffering
from dental caries at regional and socioeconomic levels. These records can be seen as a
strong point of the study. It is important to bear in mind that the database used was
created through an extensive research effort sponsored by the Brazilian Ministry of
Health. It was the first nationwide epidemiological survey of oral health, carrying out
home visits in order to examine the children and interview their parents and guardians.
There was no chronological difference between the contextual variables and the outcome
used in this study, as the information from the most recent general census was collected
in the same period in which the data on dental caries were gathered. Moreover, the
analysis took into account the complex structure of the cluster sample and the sample
weights, issues whose importance has been recognized in epidemiological analysis. 16
It is important to highlight that, as they were based on the “d” component (decayed
deciduous teeth) of the dmft index, estimates of the prevalence of untreated dental caries
do not reflect the immediate need for dental treatment, in function of the intrinsic
characteristics of the instrument. Deciduous incisors with dental caries at age five, for
example, are ready to exfoliate and, although they are affected by dental caries, they do
not need to be treated. This observation is recognized as a limitation of the study.
This study reinforces the premise that contextual level inequalities continue to
influence the prevalence of dental caries in pre-school aged children in Brazil. This
affirmation is important in guiding public policies aimed at those geographical areas
which are most materially deprived. Reducing inequalities in oral health should be a
terget in planning preventative programs which aim to promote both health care and social
justice.
a
Ministério da Saúde. Coordenação de Saúde Bucal da Secretaria de Assistência à Saúde.
Projeto SBBrasil 2010 - Pesquisa Nacional de Saúde Bucal. [cited 2013 Sep 04]. Available
from: http://dab.saude.gov.br/cnsb/sbbrasil/index.html
The Pesquisa Nacional de Saúde Bucal 2010 (SBBrasil 2010, Brazilian
Oral Health Survey) was financed by the General Coordination of Oral Health/Brazilian
Ministry of Health (COSAB/MS), through the Centro Colaborador do Ministério da Saúde em
Vigilância da Saúde Bucal, Faculdade de Saúde Pública at Universidade de São Paulo
(CECOL/USP), process no. 750398/2010.
This article underwent the peer review process adopted for any other manuscript
submitted to this journal, with anonymity guaranteed for both authors and reviewers.
Editors and reviewers declare that there are no conflicts of interest that could affect
their judgment with respect to this article.
The authors declare that there are no conflicts of interest.
Article available from: www.scielo.br/rsp
Correspondence: José Leopoldo Ferreira Antunes. Depto. Epidemiologia.
Faculdade de Saúde Pública. Universidade de São Paulo. Av. Dr. Arnaldo, 715 - Cerqueira
Cesar. 01246-904 São Paulo, SP, Brasil. E-mail: leopoldo@usp.br
Autoría
Thiago Machado Ardenghi
Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, RS,
BrasilUniversidade Federal de Santa MariaBrasilSanta Maria, RS, BrasilUniversidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, RS,
Brasil
Chaiana Piovesan
Centro Universitário Franciscano. Santa Maria, RS,
BrasilCentro Universitário FranciscanoBrasilSanta Maria, RS, BrasilCentro Universitário Franciscano. Santa Maria, RS,
Brasil
José Leopoldo Ferreira Antunes
Departamento de Epidemiologia. Faculdade de Saúde
Pública. Universidade de São Paulo. São Paulo, SP, BrasilUniversidade de São PauloBrasilSão Paulo, SP, BrasilDepartamento de Epidemiologia. Faculdade de Saúde
Pública. Universidade de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil
Correspondência|Correspondence: José Leopoldo Ferreira Antunes - Depto.
Epidemiologia - Faculdade de Saúde Pública - Universidade de São Paulo - Av. Dr. Arnaldo,
715 - Cerqueira Cesar - 01246-904 São Paulo, SP, Brasil - E-mail:
leopoldo@usp.br
SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS
Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, RS,
BrasilUniversidade Federal de Santa MariaBrasilSanta Maria, RS, BrasilUniversidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, RS,
Brasil
Centro Universitário Franciscano. Santa Maria, RS,
BrasilCentro Universitário FranciscanoBrasilSanta Maria, RS, BrasilCentro Universitário Franciscano. Santa Maria, RS,
Brasil
Departamento de Epidemiologia. Faculdade de Saúde
Pública. Universidade de São Paulo. São Paulo, SP, BrasilUniversidade de São PauloBrasilSão Paulo, SP, BrasilDepartamento de Epidemiologia. Faculdade de Saúde
Pública. Universidade de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil
Tabela 1
. Índice ceo-d, prevalência de cárie (um ou mais dentes afetados) e prevalência
de cárie não tratada (avaliada pelo componente “c” do índice ceo-d) em crianças de
cinco anos de idade por estado. SBBrasil, 2010.
Tabela 2
. Análise multinível de fatores individuais e contextuais associados à
prevalência de cárie e prevalência de cárie não tratada (componente “c” do índice
ceo-d) em crianças de cinco anos de idade. SBBrasil, 2010.
Tabela 3
. Análise multinível de fatores individuais e contextuais associados à
prevalência de cárie não tratada em crianças de cinco anos de idade, modelo ajustado.
SBBrasil, 2010.
imageFigura
. Índice ceo-d e intervalo de 95% de confiança em crianças de cinco anos por
macrorregião. SBBrasil, 2010.
open_in_new
table_chartTabela 1
. Índice ceo-d, prevalência de cárie (um ou mais dentes afetados) e prevalência
de cárie não tratada (avaliada pelo componente “c” do índice ceo-d) em crianças de
cinco anos de idade por estado. SBBrasil, 2010.
Capitais de Estado
n
Índice ceo-d
ceo-d ≥ 1 (%)
C ≥ 1 (%)
Região Norte
Porto Velho, RO
171
2,89
63,2
58,8
Rio Branco, AC
163
3,20
64,2
58,9
Manaus, AM
200
2,88
56,7
53,7
Boa Vista, RR
194
3,51
66,6
65,6
Belém, PA
291
2,14
53,6
51,1
Macapá, AP
230
2,57
64,4
60,9
Palmas, TO
180
1,53
46,5
42,5
Região Nordeste
São Luís, MA
166
1,86
40,7
36,6
Teresina, PI
174
2,55
56,7
55,6
Fortaleza, CE
232
1,39
42,7
41,5
Natal, RN
187
2,29
53,2
52,4
João Pessoa, PB
139
2,61
60,1
56,5
Recife, PE
267
2,09
52,7
48,5
Maceió, AL
167
2,76
60,5
58,2
Aracaju, SE
232
2,23
52,5
48,6
Salvador, BA
228
1,70
43,5
42,3
Região Sudeste
Belo Horizonte, MG
200
2,40
54,6
51,5
Vitória, ES
205
1,47
42,8
38,2
Rio de Janeiro, RJ
265
1,44
29,0
27,0
São Paulo, SP
224
1,99
41,8
37,6
Região Sul
Curitiba, PR
235
2,46
56,2
50,3
Florianópolis, SC
187
1,56
39,1
33,8
Porto Alegre, RS
225
1,71
39,7
37,9
Região Centro-Oeste
Campo Grande, MS
209
2,62
57,1
44,1
Cuiabá, MT
105
3,18
63,2
58,4
Goiânia, GO
256
1,96
48,0
40,6
Brasília, DF
179
1,85
47,2
45,2
Cidades do Interior
n
Índice ceo-d
ceo-d ≥ 1 (%)
C ≥ 1 (%)
Região Norte
345
3,73
70,2
68,4
Região Nordeste
317
3,99
69,1
68,9
Região Sudeste
389
2,19
50,5
44,8
Região Sul
280
2,56
62,8
55,8
Região Centro-Oeste
375
3,39
66,0
61,8
Brasil
7217
2,41
53,1
48,2
IC95%
2,19;2,63
50,1;56,1
45,2;51,2
table_chartTabela 2
. Análise multinível de fatores individuais e contextuais associados à
prevalência de cárie e prevalência de cárie não tratada (componente “c” do índice
ceo-d) em crianças de cinco anos de idade. SBBrasil, 2010.
Nível individual (criança)
n
ceo ≥ 1 a (%)
RP (IC95%) b
Cárie não tratada a (%)
RP (IC95%) b
Sexo
Masculino
3.618
54,4
1
49,7
1
Feminino
3.599
51,6
0,97(0,91;1,03)
47,3
0,98(0,92;1,05)
Cor da pele
Branca
3.229
50,0
1
44,2
1
Preta
576
56,4
1,14(1,01;1,29)
54,1
1,20(1,06;1,36)
Parda
3.220
55,6
1,14(1,07;1,23)
52,0
1,17(1,09;1,26)
Amarela
140
56,1
1,23(1,00;1,53)
54,8
1,29(1,04;1,62)
Indígena
52
69,0
1,36(0,98;1,90)
63,6
1,39(0,99;1,96)
Renda Familiar (R$)
> 2.500,00
662
35,8
1
26,5
1
1.501,00 a 2.500,00
1.024
45,3
1,47(1,24;1,73)
38,1
1,70(1,41;2,05)
501,00 a 1.500,00
3.699
54,2
1,82(1,57;2,10)
49,9
2,21(1,88;2,61)
≤ 500,00
1.494
63,7
2,01(1,73;2,35)
62,7
2,53(2,13;3,01)
Nível contextual (cidades)
n
ceo ≥ 1 a (%)
RP (IC95%) b
Cárie não tratada a (%)
RP (IC95%) b
Água de abastecimento fluoretada
Não
65,8
1
61,9
1
Sim
50,4
0,80(0,72;0,88)
45,7
0,76(0,68;0,85)
Domicílios ligados a rede de abastecimento de água (%)
Até 62%
70,0
1
66,6
1
62,1% a 82,5%
61,5
0,88(0,77;1,00)
56,9
0,87(0,75;1,01)
82,6% a 93,0%
59,6
0,85(0,74;0,98)
54,9
0,82(0,70;0,95)
Mais de 93%
45,2
0,70(0,62;0,79)
40,6
0,68(0,60;0,77)
Renda mediana do município (R$)
Até 255,00
72,0
1
69,9
1
256,00 a 450,00
61,6
0,82(0,72;0,94)
59,9
0,81(0,71;0,93)
51,00 a 510,00
56,2
0,79(0,69;0,91)
50,7
0,75(0,65;0,86)
Mais de 510,00
45,2
0,65(0,56;0,74)
39,9
0,59(0,51;0,67)
table_chartTabela 3
. Análise multinível de fatores individuais e contextuais associados à
prevalência de cárie não tratada em crianças de cinco anos de idade, modelo ajustado.
SBBrasil, 2010.
Variável
Modelo a 1
Modelo a 2
Modelo a 3
RP (IC95%) b
RP (IC95%) b
RP (IC95%) b
Intercepto
0,53(0,50;0,56)
0,24(0,21;0,29)
0,31(0,24;0,41)
Nível individual (criança)
Sexo
Masculino
1
1
Feminino
0,98(0,92;1,05)
0,98(0,92;1,05)
Cor da pele
Branca
1
1
Preta
1,10(0,97;1,25)
1,08(0,96;1,23)
Parda
1,09(1,01;1,17)
1,06(1,00;1,14)
Amarela
1,26(1,01;1,58)
1,26(1,01;1,58)
Indígena
1,26(0,90;1,78)
1,20(0,86;1,69)
Renda Familiar (R$)
> 2.500,00
1
1
1.501,00 a 2.500,00
1,68(1,40;2,03)
1,67(1,39;2,02)
501,00 a R$ 1.500,00
2,17(1,84;2,56)
2,14(1,82;2,53)
≤ 500,00
2,45(2,07;2,93)
2,35(1,98;2,80)
Nível contextual (cidades)
Água de abastecimento fluoretada
Não
1
Sim
0,88(0,79;0,98)
Domicílios ligados à rede de abastecimento de água (%)
Até 62%
1
62,1% a 82,5%
0,90(0,78;1,03)
82,6% a 93,0%
0,94(0,80;1,09)
Mais de 93%
0,87(0,75;1,01)
Renda mediana do município (R$)
Até 255,00
1
256,00 a 450,00
0,97(0,84;1,13)
451,00 a 510,00
0,93(0,89;1,10)
Mais de 510,00
0,82(0,68;0,99)
– 2 vezes o logaritmo da função de verossimilhança
12.190
12.020
11.980
Como citar
Ardenghi, Thiago Machado, Piovesan, Chaiana y Antunes, José Leopoldo Ferreira. Desigualdades en la prevalencia de caries dentaria no tratada en niños pre-escolares en Brasil. Revista de Saúde Pública [online]. 2013, v. 47, n. Suppl 3 [Accedido 5 Abril 2025], pp. 129-137. Disponible en: <https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2013047004352>. ISSN 1518-8787. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2013047004352.
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São PauloAvenida Dr. Arnaldo, 715, 01246-904 São Paulo SP Brazil, Tel./Fax: +55 11 3061-7985 -
São Paulo -
SP -
Brazil E-mail: revsp@usp.br
rss_feed
Acompanhe os números deste periódico no seu leitor de RSS
scite shows how a scientific paper has been cited by providing the context of the citation, a classification describing whether it supports, mentions, or contrasts the cited claim, and a label indicating in which section the citation was made.