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Casos importados e autóctones na dinâmica da epidemia de dengue no Brasil

OBJETIVO: Estimar o número básico de reprodução da dengue (R0), com base nos casos importados, além dos casos autóctones. MÉTODOS: O estudo foi feito sobre dados epidemiológicos da epidemia de dengue em Brasília, 2003. O número básico de reprodução é determinado a partir da curva epidêmica, ajustando uma reta ao crescimento inicial do número de casos. Para simular uma epidemia com casos autóctones e importados, foi criado um modelo compartimentado do tipo "suscetíveis-infectados-resistentes". O R0 real foi estimado pela fração entre R0 dos casos autóctones e dos importados. RESULTADOS: A comparação de ambos valores de reprodução (apenas autóctones versus todos os casos) mostrou que considerando todos casos como autóctones, o valor de R0 foi superior a um, enquanto o R0 real era inferior a um. O mesmo resultado foi obtido com o conjunto de dados simulando uma epidemia com R0 fixo. O método foi também comparado a outros, observando-se que estes últimos subestimaram os valores do R0. CONCLUSÕES: A inclusão de tanto casos autóctones como os importados é essencial para modelar a dinâmica da epidemia, possibilitando informação crítica aos tomadores de decisão, responsáveis pelo controle da doença.

Dengue; Infecções por Flavivirus; Risco; Período de Transmissibilidade; Surtos de Doenças; Vigilância Epidemológica


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