RESUMO
Objetivo: Estimar a prevalência de subtipos da violência e analisar alguns dos fatores demográficos, socioeconômicos e de saúde associados a Violência Contra as Mulheres (VCM) no Brasil.
Métodos: Estudo epidemiológico transversal utilizando base de dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019. Foram estimadas as prevalências de alguns subtipos da violência (psicológica, física e sexual) nos 12 meses anteriores a entrevista, no Brasil e nas unidades federativas. Analisou-se também algumas das características de cada subtipo. Estimou-se ainda a Razão de Prevalência bruta e ajustada por modelo multivariado segundo potenciais fatores demográficos, socioeconômicos e de saúde associados: faixa etária, escolaridade, cor da pele, local de moradia, renda domiciliar, estado civil, rede social de apoio, autoavaliação em saúde, consumo de álcool, depressão e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Resultados: Em 2019, 19,38% das mulheres brasileiras relataram algum episódio de violência, sendo a violência psicológica o subtipo mais comum, tanto isolada quanto concomitante com outros subtipos. O principal agressor foi um parceiro íntimo e a maioria dos atos violentos ocorreu na residência, com mais da metade das mulheres relatando ao menos uma consequência desses atos. Mulheres mais jovens, com pior autoavaliação em saúde, consumo de álcool, depressão e diagnóstico de ISTs tiveram maior prevalência de todos os subtipos de violência.
Conclusão: Uma em cada cinco mulheres brasileiras relataram algum episódio de violência nos últimos 12 meses. A VCM está positivamente associada a idades mais jovens, baixa escolaridade, cor da pele preta e parda, menor rede de apoio, além de fatores ligados a saúde, como autoavaliação em saúde, consumo de álcool, depressão e ISTs.
DESCRITORES:
Violência de Gênero; Violência Contra as Mulheres; Estudos Transversais; Epidemiologia; Brazil