rsp
Revista de Saúde Pública
Rev. Saúde Pública
0034-8910
1518-8787
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
São Paulo, SP, Brazil
Con el objetivo de analizar la proporción de adultos que manejan alcoholizadas en las capitales brasileras y en el Distrito Federal posterior a la institución de la Ley nº 11.705 fueron analizados datos del sistema de Vigilancia de Factores de Riesgo y Protección para Enfermedades Crónicas por Pesquisa Telefónica (VIGITEL). En 2008, 1,5% de los individuos entrevistados refirieron en por lo menos una ocasión haber conducido vehículo motorizado posterior al consumo abusivo de bebida alcohólica. La frecuencia de adultos que manejaron posterior al consumo abusivo se mantuvo entre 1,8% y 2,2% en los ocho meses anteriores a la Ley, cayendo en el mes siguiente a la promulgación de la misma, volviendo a crecer dos meses después, alcanzando el máximo de 2,6% al final de 2008 y retornando a los niveles iniciales en los primeros meses de 2009.
COMUNICAÇÃO BREVE
Direção de veículos motorizados após consumo abusivo de bebidas alcoólicas, Brasil, 2006 a 2009
Dirección de vehículos motorizados posterior al consumo abusivo de bebidas alcohólicas, Brasil, 2006 a 2009
Erly Catarina MouraI; Deborah Carvalho MaltaI; Otaliba Libânio Morais NetoII; Gerson Oliveira PennaIII; José Gomes TemporãoIV
ICoordenação Geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Brasília, DF, Brasil
IIDepartamento de Análise e Situação de Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Brasília, DF, Brasil
IIISecretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Brasília, DF, Brasil
IVMinistério da Saúde. Brasília, DF, Brasil
Correspondência | Correspondence
RESUMO
Com o objetivo de analisar a proporção de adultos que dirigem alcoolizados nas capitais brasileiras e no Distrito Federal após instituição da Lei nº 11.705 foram analisados dados do sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL). Em 2008, 1,5% dos indivíduos entrevistados referiram em pelo menos uma ocasião ter conduzido veículo motorizado após consumo abusivo de bebida alcoólica. A freqüência de adultos que dirigiram após o consumo abusivo se manteve entre 1,8% e 2,2% nos oito meses anteriores à Lei, caindo no mês seqüente à promulgação da mesma, voltando a crescer dois meses depois, atingindo o máximo de 2,6% ao final de 2008 e retornando aos níveis iniciais nos primeiros meses de 2009.
Descritores: Consumo de Bebidas Alcoólicas, legislação & jurisprudência. Condução de Veículo. Acidentes de Trânsito, prevenção & controle. Fatores de Risco. Doença Crônica, prevenção & controle. Levantamentos Epidemiológicos.
RESUMEN
Con el objetivo de analizar la proporción de adultos que manejan alcoholizadas en las capitales brasileras y en el Distrito Federal posterior a la institución de la Ley nº 11.705 fueron analizados datos del sistema de Vigilancia de Factores de Riesgo y Protección para Enfermedades Crónicas por Pesquisa Telefónica (VIGITEL). En 2008, 1,5% de los individuos entrevistados refirieron en por lo menos una ocasión haber conducido vehículo motorizado posterior al consumo abusivo de bebida alcohólica. La frecuencia de adultos que manejaron posterior al consumo abusivo se mantuvo entre 1,8% y 2,2% en los ocho meses anteriores a la Ley, cayendo en el mes siguiente a la promulgación de la misma, volviendo a crecer dos meses después, alcanzando el máximo de 2,6% al final de 2008 y retornando a los niveles iniciales en los primeros meses de 2009.
Descriptores: Consumo de Bebidas Alcohólicas, legislación & jurisprudencia. Conducción de Automovil. Accidentes de Tránsito, prevención & control. Factores de Riesgo. Enfermedad Crónica, prevención & control. Encuestas Epidemiológicas.
INTRODUÇÃO
Na 60ª Assembléia Mundial de Saúde em 2007, representando os 193 países membros da Organização Mundial da Saúde, o consumo abusivo de bebidas alcoólicas foi indicado como responsável por 3,7% dos óbitos, relacionado a 4,4% de doenças no mundo. Nas Américas, 8,7% da mortalidade em homens se devem ao alcoolismo crônico.ª
A literatura apresenta associação entre consumo abusivo do álcool e acidentes de trabalho, episódios de violência e acidentes de trânsito.3
Estudos mostram que a concentração de álcool no sangue produz diversas alterações neuromotoras em diferentes concentrações: com 0,3 dcg/l, que corresponde a uma dose de bebida alcoólica (14 g álcool), produz diminuição da atenção, falsa percepção da velocidade, euforia e dificuldade de discernir espacialmente distintas luminosidades. Concentrações de 0,6 dcg/l produzem aumento do tempo de reação e sonolência, enquanto concentrações de 0,8 dcg/l produzem redução da visão periférica, diminuição da luminosidade e pior desempenho nas atividades rotineiras.4
Essas evidências influenciaram o Congresso Brasileiro a implantar, em 2008, a Lei nº 11.705 que reduz para zero o nível de alcoolemia permitido, aumenta a penalidade administrativa e criminaliza o condutor que dirigir com 0,6 dcg ou mais de álcool por litro de sangue.b
O consumo abusivo de bebidas alcoólicas, portanto, constitui-se problema de saúde pública e seu monitoramento é essencial para conhecer padrões de consumo e os segmentos populacionais mais vulneráveis, aspectos fundamentais para subsidiar políticas públicas de promoção da saúde e prevenção de comportamentos de risco. Em 2006 foi implantado pelo Ministério da Saúde o sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (VIGITEL) nas 26 capitais de estados brasileiros e no Distrito Federal. No VIGITEL foi incluído o monitoramento do uso abusivo de álcool e em 2007 foi incorporada a questão sobre direção de veículo motorizado após consumo abusivo de bebidas alcoólicas.2
O objetivo do presente estudo foi analisar a proporção de adultos que dirigem alcoolizados nas capitais brasileiras e no Distrito Federal após instituição da Lei nº 11.705.
MÉTODOS
Anualmente, são entrevistados pelo VIGITEL pouco mais de 54.000 indivíduos com idade maior ou igual a 18 anos e são realizadas, no mínimo, 2.000 entrevistas por cidade.2 Uma das questões da entrevista abordou o consumo de álcool. Considerou-se como abusivo o consumo de mais de cinco doses de bebida alcoólica para homens e mais de quatro para mulheres em uma mesma ocasião nos últimos 30 dias. Àqueles que relataram consumo abusivo questionou-se se haviam dirigido veículo motorizado após beber.
Em 2007, o VIGITEL iniciou a coleta de dados em julho, em 2008 em abril e em 2009 em janeiro. O término se deu em dezembro para 2007 e 2008. No total, foram entrevistados 54.251 indivíduos em 2007, 54.353 em 2008 e 22.009 em 2009 até o mês de maio.
Analisou-se a freqüência do consumo abusivo de bebidas alcoólicas e direção segundo idade e escolaridade em 2008 e comparada a cada mês nos períodos avaliados pelo VIGITEL entre 2007 e março de 2009, considerando-se intervalo com 95% de confiança e nível de significância de 5%. Os dados foram ponderados, segundo a distribuição sociodemográfica do censo de 2000, para representar a população adulta total de cada cidade.2
RESULTADOS
Dados referentes ao ano de 2008, para o conjunto da população adulta (>18 anos de idade) das 27 cidades estudadas, mostraram que 1,5% (n=815) dos indivíduos referiram ter conduzido em pelo menos uma ocasião nos últimos 30 dias veículo motorizado após consumo abusivo de bebida alcoólica, sendo essa proporção maior (p<0,05) em homens (3,0%) do que em mulheres (0,3%). A prática de dirigir após consumo abusivo de bebida alcoólica apresentou maior freqüência na faixa etária entre 25 e 34 anos (4,0% em homens e 0,7% em mulheres) e no estrato de escolaridade acima de 11 anos de estudo (5,6% em homens e 0,9% em mulheres). Em 2007, estas freqüências foram de 2,0% na população geral, sendo de 4,0% em homens e 0,3% em mulheres.
A Figura mostra que a freqüência de adultos que dirigiram após consumo abusivo de bebidas alcoólicas se manteve entre 1,8% e 2,2% nos meses anteriores à implantação da Lei nº 11.705, caindo para 1,3% em julho, mês seqüente à promulgação da Lei. A menor freqüência registrada foi de 0,9% em agosto de 2008, voltando a crescer em setembro e outubro, atingindo 2,6% em dezembro, caindo novamente no início de 2009, mas tornando a subir no mês de maio, alcançando o máximo de 2,8%.
DISCUSSÃO
Estudo nacional de base populacional,1 realizado em 2005/2006, mostra que o consumo diário de bebidas alcoólicas atinge mais de 7% da população acima de 34 anos de idade e que 22% dos jovens entre 18 e 24 anos consomem bebidas de uma a quatro vezes na semana, com maior freqüência entre os homens. Entre 18 e 24 anos de idade, 40% referem consumo abusivo de bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses, 37% entre 25 e 34 anos, 28% entre 35 e 44 anos, 20% entre 45 e 54 anos, caindo para 10% naqueles com 60 ou mais anos de idade. Esse estudo mostra, ainda, que 8,2% dos homens referem dirigir rotineiramente após consumo de bebidas alcoólicas.
Segundo a OMS, o consumo diário de bebidas alcoólicas varia de 1,4% na Índia a 31,8% na Colômbia, sendo os padrões de consumo mais arriscados e mais freqüentes em países de renda baixa e média, chegando a atingir 4% a 69% de motoristas, 18% a 90% de pedestres e 10% a 28% de motociclistas envolvidos em acidentes de trânsitos.4
Estudos realizados em vários países reforçam a evidência de que a adoção de medidas legais que regulamentam alcoolemia e direção tem efetividade na redução de acidentes de trânsito.4 Na Austrália, houve redução em quase 50% do consumo de bebidas alcoólicas como causa de acidentes de 1981 a 2001. Esses dados mostram a importância de se estabelecer políticas e medidas legais de restrição do consumo de álcool e direção de veículos, controle de propaganda de bebidas alcoólicas, proibição de vendas aos menores de idade, restrição de horários de venda de bebidas, medidas contínuas de fiscalização, no sentido de reduzir os riscos de exposição a acidentes decorrentes do consumo abusivo de bebidas alcoólicas.4
No Brasil, a ampla divulgação da Lei nº 11.705 pela mídia nacional e a grande adesão da medida pela população levaram à redução imediata da condução de veículos após a ingestão abusiva de bebidas alcoólicas nos meses iniciais à promulgação da Lei. No presente estudo, os dados do VIGITEL mostram uma queda inicial logo após a implantação da Lei, seguida pela retomada nos meses de novembro e dezembro de 2008. Isso pode ter ocorrido em função de maior lembrança da população, uma vez que a divulgação da Lei pela mídia enfatizou que este ato poderia resultar em punição ou pela retomada do comportamento anterior à Lei.
Aproximadamente 1.000 municípios, inclusive as capitais, têm responsabilidade sobre a gestão local do trânsito, incluindo a fiscalização. Todavia, não existem dados unificados sobre a fiscalização realizada pelas cidades, o que impede a avaliação da fiscalização antes e após a implantação da Lei nº 11.705.
Para compensar possíveis vieses, uma vez que o estudo é realizado apenas com pessoas que possuem telefones residenciais fixos, foram utilizados fatores de ponderação para expansão das estimativas das freqüências dos fatores estudados para a população adulta do conjunto das cidades estudadas. Ainda assim, deve-se considerar a possibilidade de subinformação, tanto para o consumo abusivo de bebidas alcoólicas (socialmente discriminado) quanto para a direção de veículos após este consumo (legalmente proibido), mesmo com a garantia de confidencialidade e anonimato do respondente.
Os dados mostram a importância da Lei nº 11.705, assim como a necessidade de uma maior e contínua conscientização da população e de manutenção das medidas de fiscalização sistematicamente, uma vez os dados apresentados pelo VIGITEL são preocupantes. Adicionalmente, o VIGITEL mostrou-se como ferramenta importante no acompanhamento do comportamento "beber e dirigir", constituindo um sistema de monitoramento que permite avaliar o impacto de políticas e intervenções em saúde pública.
Estudos adicionais são necessários para uma avaliação do impacto da Lei na mudança do comportamento em relação ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas e direção e na redução dos acidentes de trânsito.
Correspondência | Correspondence:
Erly Catarina Moura
SAF Sul Bloco F Edifício Premium - Sala 14
70070-600 - Brasília, DF, Brasil
E-mail:
erlycm@usp.br
Recebido: 13/6/2009
Aprovado: 18/8/2009
a
World Health Organization. World Health Assembly closes: Agreement reached on influenza virus sharing, intellectual property. Geneva; 2007[citado 2009 abr 08]. Disponível em
http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2007/wha02/en/
b
Brasil. Lei nº11. 705, de 19 de junho de 2008. Altera a Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que 'institui o Código de Trânsito Brasileiro', e a Lei no 9.294, de 15 de julho de 1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do § 4o do art. 220 da Constituição Federal, para inibir o consumo de bebida alcoólica por condutor de veículo automotor, e dá outras providências. Diario Oficial Uniao. 20 jun 2008; Seção 1:1.
1. Laranjeira R, Pinsky I, Zaleski M, Caetano R. I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira. Brasília: Secretaria Nacional Antidrogas; 2007.
I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira
2007
Laranjeira
R
Pinsky
I
Zaleski
M
Caetano
R
2. Moura EC, Morais Neto OL, Malta DC, Moura L, Silva NN, Bernal R, et al. Vigilância de fatores de risco para doenças crônicas por inquérito telefônico nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal (2006). Rev Bras Epidemiol. 2008;11(Supl 1):20-37. DOI:10.1590/S1415-790X2008000500003
Vigilância de fatores de risco para doenças crônicas por inquérito telefônico nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal (2006)
Rev Bras Epidemiol.
2008
20
37
11
Moura
EC
Morais Neto
OL
Malta
DC
Moura
L
Silva
NN
Bernal
R
3
3. World Health Organization. International guide for monitoring alcohol consumption and related harm. Geneva; 2000.
International guide for monitoring alcohol consumption and related harm
2000
4
4. World Health Organization. Drinking and Driving: a road safety manual for decision-makers and practitioners. Geneva: Global Road Safety Partnership; 2007.
Drinking and Driving: a road safety manual for decision-makers and practitioners
2007
Brief Communication
Motor vehicle driving after binge drinking, Brazil, 2006 to 2009
The present study aimed to analyze the proportion of adults who drive under the influence of alcohol in the Brazilian capitals and in the Federal District, after Law 11,705 was established. Data from the Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico System (VIGITEL - Surveillance System of Risk and Protective Factors for Chronic Diseases by Telephone Interview) were analyzed. In 2008, 1.5% of individuals interviewed reported having driven a motor vehicle after binge drinking in at least one occasion. The frequency of adults who drove after binge drinking remained between 1.8% and 2.2% in the eight months preceding the Law, decreased in the month following its establishment, and increased again two months later, reaching a maximum of 2.6% by the end of 2008 and returning to the initial levels in the first months of 2009.
Alcohol Drinking
Automobile Driving
Accidents, Traffic
Risk Factors
Chronic Disease
Health Surveys
BRIEF COMMUNICATION
Motor vehicle driving after binge drinking, Brazil, 2006 to 2009
Dirección de vehículos motorizados posterior al consumo abusivo de bebidas alcohólicas, Brasil, 2006 a 2009
Erly Catarina MouraI; Deborah Carvalho MaltaI; Otaliba Libânio Morais NetoII; Gerson Oliveira PennaIII; José Gomes TemporãoIV
ICoordenação Geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Brasília, DF, Brasil
IIDepartamento de Análise e Situação de Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Brasília, DF, Brasil
IIISecretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Brasília, DF, Brasil
IVMinistério da Saúde. Brasília, DF, Brasil
Correspondence
ABSTRACT
The present study aimed to analyze the proportion of adults who drive under the influence of alcohol in the Brazilian capitals and in the Federal District, after Law 11,705 was established. Data from the Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico System (VIGITEL - Surveillance System of Risk and Protective Factors for Chronic Diseases by Telephone Interview) were analyzed. In 2008, 1.5% of individuals interviewed reported having driven a motor vehicle after binge drinking in at least one occasion. The frequency of adults who drove after binge drinking remained between 1.8% and 2.2% in the eight months preceding the Law, decreased in the month following its establishment, and increased again two months later, reaching a maximum of 2.6% by the end of 2008 and returning to the initial levels in the first months of 2009.
Descriptors: Alcohol Drinking, legislation & jurisprudence. Automobile Driving. Accidents, Traffic, prevention & control. Risk Factors. Chronic Disease, prevention & control. Health Surveys.
RESUMEN
Con el objetivo de analizar la proporción de adultos que manejan alcoholizadas en las capitales brasileras y en el Distrito Federal posterior a la institución de la Ley nº 11.705 fueron analizados datos del sistema de Vigilancia de Factores de Riesgo y Protección para Enfermedades Crónicas por Pesquisa Telefónica (VIGITEL). En 2008, 1,5% de los individuos entrevistados refirieron en por lo menos una ocasión haber conducido vehículo motorizado posterior al consumo abusivo de bebida alcohólica. La frecuencia de adultos que manejaron posterior al consumo abusivo se mantuvo entre 1,8% y 2,2% en los ocho meses anteriores a la Ley, cayendo en el mes siguiente a la promulgación de la misma, volviendo a crecer dos meses después, alcanzando el máximo de 2,6% al final de 2008 y retornando a los niveles iniciales en los primeros meses de 2009.
Descriptores: Consumo de Bebidas Alcohólicas, legislación & jurisprudencia. Conducción de Automovil. Accidentes de Tránsito, prevención & control. Factores de Riesgo. Enfermedad Crónica, prevención & control. Encuestas Epidemiológicas.
INTRODUCTION
During the 60th World Health Assembly, held in 2007 and representing 193 WHO member countries, binge drinking was shown to be responsible for 3.7% of deaths and associated with 4.4% of diseases in the world. In the Americas, 8.7% of mortality in men is due to chronic alcoholism.ªThe literature shows an association between binge drinking and occupational accidents, and between episodes of violence and traffic accidents.3
Studies show that different blood alcohol concentrations cause several neuromotor changes: 0.3 dcg/l, which corresponds to one serving of alcoholic beverage with 14 g of alcohol, causes loss of attention, false perception of speed, euphoria and difficulty in discriminating lighting conditions in space. Concentrations of 0.6 dcg/l cause an increase in time of reaction and sleepiness and of 0.8 dcg/l may lead to loss of peripheral vision, decrease in discerning lighting conditions and worse performance of routine activities.4
These pieces of evidence influenced the Brazilian Congress to implement Law 11,705 in 2008, which reduces the blood alcohol level allowed to zero, increases the administrative penalty and criminalizes drivers who drive with 0.6 dcg of alcohol or more per liter of blood.bThus, binge drinking constitutes a public health problem and monitoring it is essential to find out consumption patterns and more vulnerable population segments, crucial aspects to subsidize public policies of health promotion and prevention of risk behavior. In 2006, the Brazilian Ministry of Health implemented the Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico System (VIGITEL - Surveillance System of Risk and Protective Factors for Chronic Diseases by Telephone Interview) in the 26 state capitals and in the Federal District. VIGITEL included binge drinking monitoring and the question of driving a motor vehicle after binge drinking was incorporated into this system in 2007.2
The present study aimed to analyze the proportion of adults who drive under the influence of alcohol in Brazilian capitals and in the Federal District after Law 11,705 was established.
METHODS
Every year, a little over 54,000 individuals aged 18 years or older are interviewed by VIGITEL and a minimum of 2,000 interviews are conducted per city.2 One of the interview questions was about alcohol consumption. Consumption above five servings of alcoholic beverages for men and above four for women, at the same time and in the last 30 days, was considered excessive. Those who reported excessive consumption were asked whether they had driven a motor vehicle after drinking.
In 2007, VIGITEL began data collection in July; in 2008, in April 2008; and in 2009, in January. In 2007 and 2008, collection ended in December. Overall, 54,251 individuals were interviewed in 2007; 54,353 in 2008; and 22,009 in 2009, until May of this year.
The frequency of binge drinking and driving, according to age and level of education, was analyzed in 2008 and compared every month in the periods assessed by VIGITEL between 2007 and March 2009, considering a 95% confidence interval and 5% significance level. Data were weighted, according to the 2000 census sociodemographic distribution, to represent each city's total adult population.2
RESULTS
Data from 2008 for the entire adult population (e" 18 years of age) of the 27 cities studied showed that 1.5% (n=815) of individuals reported having driven a motor vehicle after excessive alcohol consumption, in at least one occasion and in the last 30 days. This proportion was higher (p<0.05) in men (3.0%) than in women (0.3%). The practice of driving after excessive alcohol consumption showed higher frequency in the 25-to-34-year age group (4.0% in men and 0.7% in women) and in the "more than 11 years of school" level of education (5.6% in men and 0.9% in women). In 2007, these frequencies were 2.0% in the general population, 4.0% in men and 0.3% in women.
The Figure shows the frequency of adults who drove after excessive alcohol consumption remained between 1.8% and 2.2% in the months preceding the establishment of Law 11,705, subsequently decreasing to 1.3% in July, the month following the establishment of this Law. The lowest frequency recorded was 0.9%, in August 2008, which subsequently increased in September and October, reached 2.6% in December, and finally decreased again in the beginning of 2009. However, in May of the following year, this frequency increased again, reaching a maximum of 2.8%.
DISCUSSION
This national population-based study,1 performed in 2005/2006, shows that daily alcohol consumption reaches more than 7% of the population above 34 years of age and that 22% of young adults between 18 and 24 years of age drink alcohol one to four times a week, more frequently among men. Between 18 and 24 years of age, 40% report binge drinking in the last 12 months, 37% between 25 and 34 years of age, 28% between 35 and 44 years, 20% between 45 and 54 years, and finally decreasing to 10% among those aged 60 years or older. In addition, this study shows that 8.2% of men report frequently driving after alcohol consumption.
According to the WHO, daily alcohol consumption varies from 1.4% in India to 31.8% in Colombia, with riskier and more frequent consumption patterns found in low- and average-income countries, reaching between 4% and 69% of drivers, 18% to 90% of pedestrians, and 10% to 28% of motorcyclists involved in traffic accidents.4
Studies performed in several countries emphasize the evidence that the adoption of legal measures that regulate blood alcohol level and driving is effective to reduce traffic accidents.4 In Australia, there was a reduction of almost 50% in alcohol consumption as cause of accidents from 1981 to 2001. These data show the importance of establishing legal measures and policies to restrict alcohol consumption and motor vehicle driving, control of alcoholic beverage advertisements, prohibition of purchases by minors, restriction of hours when alcoholic beverages are sold, and continuous inspection measures, aiming to reduce the risk of exposure to accidents resulting from binge drinking.4
In Brazil, the extensive promotion of Law 11,705 in the media and the population's great adherence to the measure led to the immediate reduction in motor vehicle driving after excessive alcohol consumption in the first months following the establishment of this Law. In the present study, VIGITEL data show an initial decrease right after the implementation of this Law, followed by an increase in November and December 2008. This may have occurred because the population remembered more at first, once the promotion of the Law in the media emphasized that this act could result in punishment, or because they behaved as they had done before this Law.
Approximately 1,000 cities, including capitals, are responsible for local traffic management, including inspection. However, there are no unified data on the inspection conducted by cities, which prevents assessment of inspection before and after the establishment of Law 11,705.
Once the present study was performed with people who have home landline telephones, weighting factors were used to extend the estimates of frequencies of factors studied to the adult population in the group of cities analyzed, thus compensating for possible bias. Yet, the possibility of sub-information must be considered for both the excessive consumption of alcoholic beverages (socially discriminated) and motor vehicle driving (legally prohibited), even with the guarantee of respondent confidentiality and anonymity.
Data show the importance of Law 11,705, in addition to the need for greater, continuous population awareness and systematic maintenance of inspection measures, once VIGITEL data are concerning. Moreover, VIGITEL was found to be an important instrument to follow the "drinking and driving" behavior, a monitoring system that enables the assessment of the impact of policies and interventions on public health.
Further studies are necessary to assess the impact of the Law on changing the behavior towards binge drinking and driving and on reducing traffic accidents.
REFERENCES
Autoría
Erly Catarina Moura
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde , Coordenação Geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, Brasília, Distrito Federal, BrazilMinistério da SaúdeBrazilBrasília, Distrito Federal, BrazilMinistério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde , Coordenação Geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, Brasília, Distrito Federal, Brazil
Deborah Carvalho Malta
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde , Departamento de Análise e Situação de Saúde, Brasília, Distrito Federal, BrazilMinistério da SaúdeBrazilBrasília, Distrito Federal, BrazilMinistério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde , Departamento de Análise e Situação de Saúde, Brasília, Distrito Federal, Brazil
Otaliba Libânio Morais Neto
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde , Departamento de Análise e Situação de Saúde, Brasília, Distrito Federal, BrazilMinistério da SaúdeBrazilBrasília, Distrito Federal, BrazilMinistério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde , Departamento de Análise e Situação de Saúde, Brasília, Distrito Federal, Brazil
Gerson Oliveira Penna
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde , Brasília, Distrito Federal, BrazilMinistério da SaúdeBrazilBrasília, Distrito Federal, BrazilMinistério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde , Brasília, Distrito Federal, Brazil
José Gomes Temporão
Ministério da Saúde, Distrito Federal, BrazilMinistério da SaúdeBrazilDistrito Federal, BrazilMinistério da Saúde, Distrito Federal, Brazil
SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde , Coordenação Geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, Brasília, Distrito Federal, BrazilMinistério da SaúdeBrazilBrasília, Distrito Federal, BrazilMinistério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde , Coordenação Geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, Brasília, Distrito Federal, Brazil
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde , Brasília, Distrito Federal, BrazilMinistério da SaúdeBrazilBrasília, Distrito Federal, BrazilMinistério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde , Brasília, Distrito Federal, Brazil
Ministério da Saúde, Distrito Federal, BrazilMinistério da SaúdeBrazilDistrito Federal, BrazilMinistério da Saúde, Distrito Federal, Brazil
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde , Departamento de Análise e Situação de Saúde, Brasília, Distrito Federal, BrazilMinistério da SaúdeBrazilBrasília, Distrito Federal, BrazilMinistério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde , Departamento de Análise e Situação de Saúde, Brasília, Distrito Federal, Brazil
Moura, Erly Catarina et al. Dirección de vehículos motorizados posterior al consumo abusivo de bebidas alcohólicas, Brasil, 2006 a 2009. Revista de Saúde Pública [online]. 2009, v. 43, n. 5 [Accedido 12 Abril 2025], pp. 891-894. Disponible en: <https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000062>. Epub 25 Set 2009. ISSN 1518-8787. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000062.
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São PauloAvenida Dr. Arnaldo, 715, 01246-904 São Paulo SP Brazil, Tel./Fax: +55 11 3061-7985 -
São Paulo -
SP -
Brazil E-mail: revsp@usp.br
rss_feed
Acompanhe os números deste periódico no seu leitor de RSS
scite shows how a scientific paper has been cited by providing the context of the citation, a classification describing whether it supports, mentions, or contrasts the cited claim, and a label indicating in which section the citation was made.